Muita gente certamente nunca deve ter imaginado que o São Paulo Futebol Clube teve um time de beisebol. Foi por um breve momento da história, mas sim, teve. Em verdade, foi uma das primeiras parcerias entre entidades tão comum nos dias de hoje quando se trata de “esportes amadores” (termo costumeiramente dado, ainda que erroneamente, a qualquer esporte que não futebol, no Brasil).
De acordo com o livro “Histórias de uma Paixão” (Célia Abe Oi, Coord. 1996), da Federação Paulista de Beisebol e Softbol, o esporte começou a tomar forma no Estado de São Paulo depois de uma reunião envolvendo três equipes, no dia 24 de setembro de 1946, o Coopercotia Atlético Clube, o São Paulo Gigante Base-Ball Club – que nada tem a ver com o Tricolor – e o Piratas Base-Ball Clube.
Pelas regulações esportivas da época, essa última equipe citada, o Piratas, não era legalmente formada, faltando-lhe estatutos e inscrições na Diretoria de Esportes do Estado de São Paulo. Logo, não poderia tomar parte de qualquer federação oficial. A solução encontrada pelo Piratas Base-Ball Clube foi se unir ao São Paulo Futebol Clube e competir com o nome e cores do Mais Querido.
Desta maneira, em setembro de 1946, o São Paulo participou do primeiro torneio na categoria: o Torneio de Base-Ball Interclubes, no campo do Dragão, ao lado de Sassaoka BBC, Veteranos, Clube Náutico de Mogi, Liga de Ribeirão Preto, São Paulo Railway AC e Suzano.
Infelizmente não se conhece o vencedor deste torneio.
Meses depois, em 28 de fevereiro de 1947, na sede da Associação Cristã de Moços, em São Paulo, foi fundada a Federação Paulista de Beisebol. São considerados clubes fundadores (entre parenteses, o representante de cada entidade):
Pela presença de um representante do Piratas à fundação da nova entidade, tudo leva a crer que, àquela altura, o Piratas não estava mais ligado ao São Paulo. E muito provavelmente por causa do fim deste acordo, o Tricolor deve ter encerrado o departamento do esporte no clube ainda em 1947.