Semifinalista pela décima vez em 18 participações na Libertadores da América, o Tricolor conta com um treinador experiente e que acaba de registrar um novo recorde na competição sul-americana. Pela primeira vez, um treinador chega nesta fase do torneio com o quarto clube diferente. Em sua vitoriosa carreira, Edgardo Bauza fez o mesmo com Rosário Central-ARG (2001), LDU-EQU (2008) e San Lorenzo-ARG (2014). O feito do comandante superou o de Paulo Autuori, que conduziu três equipes até a semifinal: Cruzeiro (1997), São Paulo (2005) e Grêmio (2009).
“Vir ao Brasil para trabalhar no São Paulo foi um desafio enorme. Há técnicos de grande jerarquía (termo usado por Bauza para designar profissionais competentes e vencedores) que perderam partidas e foram demitidos. O trabalho feito por mim é o mesmo de outros técnicos, não há nada novo. O que fazemos é trabalhar muito para dar tranquilidade ao jogador. Em quatro meses, teve um começo que não foi bom, mas, ao longo das semanas, os jogadores foram interpretando minhas ideias”, avaliou o experiente comandante argentino.
Bicampeão da Libertadores, em 2008 e 2018, Patón fez o time são-paulino crescer de produção durante o campeonato e deu mais força aos seus comandados. “Eu penso que para atacar precisamos dos 11, para defender também. O primeiro defensor é Calleri. Em quatro meses, a equipe foi crescendo. Hoje defende melhor do que quando começamos. Eu quero uma equipe efetiva, que ataque e defenda quando precisar. Estamos bem, estou contente”, afirmou.
De acordo com o treinador, uma das maiores virtudes do São Paulo para chegar até aqui – após eliminar o Atlético-MG nas quartas de final – é suportar a pressão dos adversários longe do Morumbi. “O crescimento tem relação com isso. Essa equipe não tem nada a ver com a equipe que perdeu para o The Strongest. São quatro meses de muito trabalho, muita dedicação, e um desejo dos atletas de chegarmos aqui. Uma partida onde não jogamos bem, que custou muito, mas sempre respeitamos a individualidade. Se você perguntar a cada um dos jogadores, eles sabem o que têm que fazer. Isso me deixa muito tranquilo”, opinou o técnico, que emendou.
O rival vai ter que trabalhar muito para nos derrotar. Não vou me defender de análises, vou continuar trabalhando. Não fizemos nada de diferente, trabalhamos no mesmo horário, nos mesmos dias. Seguimos com a mesma metodologia de trabalho. O que transmito é a segurança que eles jogaram. Hoje estou convencido do que estamos fazendo. Vamos jogar semifinal de Libertadores, é muito difícil chegar nisso. É mérito de nosso trabalho e dos atletas. Havia muita ansiedade, o que dificultou um pouco, mas são poucos jogadores que jogarão uma partida como essa, por isso pedi: se dediquem, se matem, mas desfrutem”, acrescentou.
Agora, os paulistas aguardarão o desfecho das quartas de final para conhecer o próximo oponente. Antes disso, porém, o clube terá a disputa do Campeonato Brasileiro – já que o torneio internacional será paralisado para a realização da Copa América Centenário, nos Estados Unidos. “A pausa é na Libertadores, porque os outros campeonatos seguiremos jogando, e assim vamos saber como melhor vamos aproveitar. Temos um calendário pela frente, isso não é preocupante hoje”, finalizou.