Após o final de uma sequência muito dura na tabela da Superliga, enfrentando equipes de altíssimo investimento, o Tricolor se deparou com um adversário mais acessível, o Brasília Vôlei, e não desperdiçou a chance. A equipe comandada pelo técnico José Roberto Guimarães levou a melhor, por 3 a 1, no ginásio do Sesi Taguatinga, no Distrito Federal. As parciais foram 23-25, 25-21, 25-13 e 25-18. Autora de 12 pontos, a capitã Maira levou o Troféu Viva Vôlei.
Brasília havia feito só três partidas na Superliga, porque boa parte de suas jogadoras contraiu o vírus da covid-19 – apenas quatro de suas atletas não se infeccionaram. Como a equipe havia feito um único treino antes da partida, entrou em quadra meio fora de ritmo, largando muitas bolas, jogando meio devagar. Já o São Paulo, que vinha de uma série de partidas contra grandes adversários, estranhamente sentiu dificuldades com esse jogo mais lento. Sem efetividade e meio disperso, acabou perdendo a primeira parcial.
Ainda irregular no segundo set, o Tricolor se valeu de uma monstruosa atuação da oposto Lorrayna, que recebeu muitas bolas – e correspondeu, anotando 11 pontos apenas nessa parcial. A partir desse ponto de equilíbrio, a equipe de Barueri passou a jogar de forma mais inteligente. Quando não conseguia armar uma grande jogada, se esforçava para ao menos devolver a bola para o adversário, dando-lhe a chance de errar.
Mais confortável em quadra no terceiro set, o São Paulo passou a jogar com maior coesão. Jacke finalmente conseguiu distribuir melhor as jogadas.
Mesmo sem ser brilhante no ataque, a ponteira Karina emplacou uma sequência de sete saques bem colocados, e o São Paulo disparou: de 9 a 6 para 16 a 6. O bloqueio também subiu de produção: até Jacke, levantadora de 1,70m, conseguiu aplicar um “toco”. O resultado final do set demonstrou o grau da superioridade tricolor: 25 a 13.
Quando todos esperavam um set mais tranquilo, o São Paulo novamente caiu de produção e permitiu que o adversário abrisse 5 a 3 no quarto set. Foi a hora de Zé Roberto pedir tempo e cobrar mais atenção. As jogadoras respiraram fundo e, mais concentradas, foram aos poucos construindo a vitória. Karina (sete pontos nessa parcial) e Maira (cinco) conduziram a equipe, enquanto Lorrayna foi mais discreta. O bloqueio novamente constituiu-se peça importante do jogo de Barueri, dando origem a cinco pontos.
“Foi um jogo em que a gente começou num nível abaixo, despois de uma sequência de jogos difíceis que tivemos. Durante o jogo fomos construindo os pontos e conseguimos a vitória”, disse Maira, que destacou a importância do controle mental que as jogadoras souberam buscar. “Tivemos um pouco de nervosismo e ansiedade. Felizmente, conseguimos colocar a cabeça no lugar e voltar para o jogo”.