Finalmente o São Paulo/Barueri terá oportunidade de medir forças com o Sesc-RJ/Flamengo. Inicialmente prevista para o dia 27 do mês passado, a partida foi adiada pela CBV devido à propagação de casos de Covid-19 em meio ao elenco rubro-negro. Sete jogadoras chegaram a estar infectadas ao mesmo tempo – o protocolo da Superliga preconiza que, caso quatro jogadoras da mesma equipe (ou duas de suas levantadoras) contraiam o vírus, seus jogos devem ser remanejados. O jogo será realizado nesta terça-feira, a partir das 21h30, no Centro de Desenvolvimento do Voleibol, em Saquarema (RJ), e terá transmissão ao vivo pelo SporTV.
Animado com a vitória, na última rodada, sobre Brasília, que interrompeu uma sequência de quatro derrotas consecutivas, o São Paulo aposta na consistência de seu jogo para se segurar na quinta colocação, atrás apenas das quatro grandes potências da Superliga (Dentil/Praia Clube, Osasco São Cristóvão Saúde, Itambé Minas e Sesi Vôlei Bauru). Essa briga é justamente com o Flamengo. O Tricolor soma dez pontos em sete jogos, contra nove do rival carioca, que acumulou nove em quatro partidas.
A base dessa consistência tem origem no sólido sistema de recepção do time de José Roberto Guimarães. A líder nessa estatística é a líbero Nyeme, do Tricolor, com 80% de positividade. A capitã Maira, com 72%, também faz parte do top 5 nesse fundamento, ocupando a quarta posição. E a ponteira Karina, com 69%, está pedindo passagem, na sexta colocação – o top 5 é completado por Vanessa Janke, do time de Bauru (70%).
Sem falsa modéstia, Nyeme vê com naturalidade o desempenho tricolor no fundamento. “Nossos jogos demonstram a qualidade dos nossos treinos. É por isso que nós, passadoras de Barueri, estamos no top 5. Não vou dizer que não esperava estar em primeiro lugar, porque treino diariamente pra estar sempre no topo, com o foco de dar o melhor pro meu time”, afirma a batalhadora líbero maranhense, considerada a melhor de sua posição no Mundial Sub-20 do México, em 2017, competição na qual o Brasil obteve a quinta colocação.
Satisfeita com a produtividade do Tricolor na recepção, Maira acredita que esse fundamento será a base sobre a qual o time de Barueri poderá construir uma bela campanha na Superliga. “Tenho, ao lado da Nyeme, a responsabilidade de ajudar na recepção e fundo de quadra. Estamos conseguindo manter regularidade no passe, oferecendo mais opções para as levantadoras. Estou muito feliz com o crescimento do time”.
Com 25 anos, a capitã Maira é a segunda mais experiente do jovem time paulista, atrás apenas de Dani Terra (26), reserva que entra em todos os jogos para sacar e fazer fundo de quadra. A distribuição de jogadas mais homogênea, com várias atletas em condições de finalizar, é vista pela ponteira como uma necessidade da equipe. “Não temos uma jogadora com experiência em quadra para resolver quando o jogo aperta. Vem daí a importância de todas estarem prontas e à disposição para que ninguém seja sobrecarregada”.
O aperfeiçoamento do jogo tricolor passa por uma atuação mais efetivas das centrais, que tem sido observada nas últimas partidas. “Estamos treinando muito. Com isso, cada uma de nós vem ganhando mais confiança. Em consequência, estamos conseguindo nos encaixar melhor a cada jogo”, diz a central Diana.
Diana, quarta melhor bloqueadora da Superliga em números absolutos (uma posição atrás da companheira de equipe Lorena) espera uma partida das mais equilibradas nesta terça. “Vejo o Flamengo como um time muito forte. Elas fizeram bons jogos, assim como nós. Estamos nos esforçando para melhorar a cada partida. Acredito que será um jogo bem difícil”.