Após pendurar as luvas no final de 2015, Rogério Ceni iniciou um novo desafio profissional em 2017: dirigir o Tricolor. No comando da equipe deste o começo do ano, o treinador tem encarado uma série de desafios para colocar a sua filosofia em prática e assim fortalecer o time na disputa por títulos. Durante a coletiva de imprensa desta sexta-feira (5), no CT da Barra Funda, o treinador falou sobre a experiência à beira do campo e avaliou este período de intertemporada.
“Todo trabalho que você tem um grande número de pessoas é desafiador, porque você tem de escolher 11. O desafio é manter os outros 23 motivados ou a grande maioria deles motivados. Ontem, fez quatro meses que iniciei meu trabalho e consegui rodar todo o grupo porque tinha o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil. Agora, especificamente no mês de maio, temos poucos jogos. Depois serão espaços de seis, sete dias, até chegar junho, com partidas mais próximas. O desafio é deixar todos ligados nos treinamentos”, avaliou o comandante, que completou.
“Por isso, com um elenco mais enxuto é mais fácil, porque torna os jogadores menos insatisfeitos por não serem relacionados. Nos treinos, todos trabalham na mesma intensidade e proporção, exceto em trabalhos táticos, quando usamos no máximo 11 contra 11 e fazemos só algumas alterações. O Lucas Fernandes vinha de lesão e o Shaylon estava sem ritmo, então decidimos dar mais rodagem jogando no Sub-20 na última semana. Hoje, o elenco é um pouco inchado, então precisamos arrumar isso”, afirmou.
Após as participações no estadual e na Copa do Brasil, o time são-paulino se prepara para encarar o Defensa y Justicia-ARG no dia 11 de maio, no Morumbi, pelo duelo de volta da primeira fase da Sul-Americana, além de ter a estreia do Campeonato Brasileiro pela frente – no dia 14, em Belo Horizonte, o São Paulo enfrentará o Cruzeiro na rodada de abertura da competição nacional.
“Uma semana já ajuda a crescer taticamente. Mas 15 dias, como agora, será impossível ter novamente na sequência da temporada. E já está quase acabando, com Sul-Americana e Campeonato Brasileiro na semana que vem. Conseguimos fazer ajustes táticos, com duas situações de jogo treinadas todos os dias pelo menos 20 minutos, e uma tentativa de reequilibrar a parte física de quem vinha de lesão. Precisávamos disso para arrumar uma forma diferente para encarar as equipes que virão ao Morumbi, e na semana que vem aprimorar algo mais específico para o Defensa y Justicia, que joga num 3-5-2 e vem há cinco jogos sem perder no Campeonato Argentino”, opinou Rogério, que emendou.
“Faço meu trabalho todos os dias, tento acompanhar os treinamentos mais modernos que existem na Europa, com velocidade jogo e parte tática. Tento fazer trabalhos diferentes no dia a dia, mas sempre com muita intensidade. Futebol será sempre ofensivo, para frente. Nunca meus treinos vão durar mais do que 1h10min. Antes de estudar lá fora, trabalhei por 25 anos no futebol. Pude observar o futebol, ver jogos, ver treinadores que eu gosto. Não sou um treinador que monta equipes para atuar buscando o contra-ataque. Gosto de tomar iniciativa. O Chelsea tomou gols em 11 ou 12 jogos e é o líder do campeonato. Quem vê o jogo, só se importa com o placar. Eu não. Eu analiso o trabalho, vejo os números do campeonato para ver se cheguei onde queria. É claro que eu quero títulos. O objetivo era estar na final do Campeonato Paulista. Mas os números são importantes para a coleta de dados”, finalizou.