Eram jogados 42 minutos do primeiro tempo. Rogério Ceni tinha
acabado de defender um pênalti do meia Wagner. Foi nesta partida,
no empate contra o Cruzeiro, em 2006, no Mineirão, que o camisa 1
são-paulino fez o seu gol, digamos, mais inusitado na carreira.
Afinal, foi o único que pode ser considerado de bola rolando. Os
outros foram: 55 de falta e 44 de pênalti.
Na cobrança de falta ensaiada, Rogério cobrou com perfeição para
fazer o primeiro gol do Tricolor Paulista na partida. No lance, o
goleiro combinou com o meia Souza, hoje no Fluminense. Ceni rolou
para o ex-jogador do São Paulo, que só parou a bola para o próprio
goleiro chegar batendo.
“Foi um gol atípico. Estava muito longe. A chance de marcar era
pequena, mas fui para lá por impulso. Chamei o Souza, falei para
ele ficar ao lado e disse: “Eu toco, você segura e eu bato”. Foi um
gol diferente de todos que foram feitos. Uma jogada que não parti
do zero com a bola”, ressaltou Ceni.
Resultado? A bola morreu na rede adversária. Ainda neste jogo,
Rogério marcaria seu segundo gol (este de pênalti) e iria se tornar
o principal goleiro-artilheiro do mundo. Neste mesmo Campeonato
Brasileiro de 2006, Rogério viveu situação parecida. Mas desta vez,
quem deu a assistência na falta foi ele próprio.
Na goleada sobre o Juventude por 5 a 0, no Morumbi, o camisa 1
rolou para Danilo, atualmente no Corinthians, abrir o placar.
Enfim… de pênalti, de falta ou até mesmo de bola rolando. O fato
é que Rogério tem o dom. Nasceu para ser goleiro e artilheiro. Quem
agradece é a torcida são-paulina, que hoje comemora a marca
centenária do mito.