Rogério Ceni entre os treinadores ‘pratas-da-casa’

Rogério Ceni entre os treinadores ‘pratas-da-casa’

Calendário 25/11/2016 - 06:10
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Arquivo Histórico do São Paulo FC
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Fazer carreira dentro das quatro linhas pelo Tricolor e, após encerrá-la, comandar do banco de reservas o time são-paulino como treinador não é algo inédito na história do clube. Outros 12 jogadores já foram efetivados no cargo e mais 14 o fizeram interinamente.

Dos três técnicos que mais vezes dirigiram um jogo do São Paulo em todos os tempos, aliás, dois eram ex atletas tricolores: Muricy Ramalho e Jose Poy. O argentino de Rosário, porém, é o grande paralelo para os dias de hoje.

 

JOSE POY

Poy foi goleiro como Rogério Ceni e usou a camisa nº 1 em 525 jogos (dos quais venceu 298, empatou 108 e perdeu 119, sofrendo 670 gols) durante 13 anos, de 1949 a 1962 – o terceiro jogador com mais tempo de casa até hoje. O argentino acrescentou ao currículo outros 422 jogos como treinador (213 vitórias, 129 empates e 80 derrotas). A primeira passagem dele, em 1964, foi como técnico substituto – um ano e meio depois de se aposentar da meta. Entre idas e vindas, a melhor estadia dele no clube começou em 1973.

É do ex goleiro, por sinal, o recorde do São Paulo de jogos consecutivos invicto. Sob o comando dele, o Tricolor ficou sem perder 47 partidas entre 13 de novembro de 1974 e 3 de agosto de 1975. Esta campanha acabou lhe rendendo o título de Campeão Paulista de 1975. No currículo de Poy ainda consta o vice-campeonato da Copa Libertadores de 1974, do Brasileiro de 1971 e 1973 e do Paulista de 1982.

Outro grande feito de Poy como técnico são-paulino é de, junto a Telê Santana e Muricy Ramalho, serem os únicos comandantes a terem mais de 200 jogos à frente do elenco em apenas uma única passagem: Telê fez 381 jogos entre 1990 e 1996, Muricy 251 de 2006 a 2009, enquanto Poy liderou o time por 244 vezes entre 1973 e 1976.

Foi mérito de Poy, também, promover e revelar os jovens Muricy Ramalho, Viana, Zé Sérgio e Sídnei (este, em sua última passagem), todos craques campeões pelo Tricolor. Também se destacou em indicações de contratação. Sob seu comando, o São Paulo trouxe Chicão, Mirandinha, Waldir Peres, Getúlio e Careca, que dispensam comentários.

Além de Poy, contudo, outros ex-jogadores são-paulinos se destacaram também como técnico.

 

MURICY RAMALHO

Tricampeão brasileiro 2006-2008. Os três títulos nacionais consecutivos no currículo de Muricy Ramalho o colocam como um dos maiores treinadores da história do Tricolor em todos os tempos, e tudo começou quando ele ainda era uma criança!

Desde pequeno nas categorias de base do São Paulo, Muricy estreou nos profissionais em 1973 e permaneceu com vínculo no clube até 1979, sendo assim Campeão Brasileiro de 1977 (sem atuar, por contusão) e Paulista de 1975, com um cartel de 185 jogos (96 vitórias, 59 empates e 30 derrotas) e 28 gols marcados.

Como treinador no Tricolor, iniciou jornada treinando o time infantil, em 1993. No ano seguinte já comandava o time sub-20 e conseguia títulos importantes. Prontamente foi promovido a auxiliar do técnico Telê Santana e, em 1994 mesmo, venceu a Copa Conmebol, dirigindo um time de jovens recém profissionalizados contra veteranos do continente.  

Após Telê deixar o comando técnico do São Paulo, em fevereiro de 1996, por causa da saúde debilitada, Muricy tornou-se o treinador principal, primeiramente de modo interino, depois efetivado (duas vezes, em 1996 e 1997). Prometeu retornar ao Morumbi e ser campeão novamente com as cores tricolores. Promessa é dívida e dívida cumprida. De quebra, em 2013, voltou para pôr a ordem na casa, garantir o São Paulo na primeira divisão nacional e obter, ainda, um vice-campeonato brasileiro em 2014.

É, atualmente, o segundo treinador que mais vezes dirigiu o Tricolor em campo, com 474 jogos (255 vitórias, 124 empates e 95 derrotas).

 

NELSINHO BAPTISTA

Quando jogador, era conhecido somente como Nélson. Foi contratado junto a Ponte Preta em 1971 e permaneceu no Morumbi até 1977, tendo disputado 267 jogos na lateral-direita são-paulina (com 132 vitórias, 92 empates e 43 derrotas, além de cinco gols marcados) sagrando-se campeão paulista de 1971 e 1975.

Como treinador, em duas passagens pelo clube (1998 e 2001-02), acumulou 108 partidas no comando do time (52 vitórias, 22 empates, 34 derrotas), vencendo também o Paulistão de 1998.

Junto a Poy e Muricy Ramalho, Nelsinho é parte da tríade de ex-jogadores do Tricolor que conseguiu conquistar um título oficial pelo clube também como treinador.

 

LEÔNIDAS DA SILVA

O Diamante Negro deixou os gramados no final de janeiro de 1950. Pouco depois, Vicente Feola, o técnico efetivo do Tricolor, foi convocado pela CBD para auxiliar Flávio Costa na Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo. Coube, então, ao craque Leônidas substituir Feola no comando do São Paulo no período do torneio internacional.

Lêonidas, nesta passagem, não fez feio. Pelo contrário! Foram 17 jogos, 12 vitórias, quatro empates e somente uma derrota. Obteve, também, resultados expressivos: 4 a 0 no Santos, 3 a 0 e 4 a 0 na forte Portuguesa, e conquistou o Torneio Lineu Prestes, contra Corinthians, Palmeiras e Lusa.

Em agosto, Feola retomou o cargo, mas Leônidas havia deixado o “gostinho de quero mais”. O ex jogador voltou a comandar o time em outras duas oportunidades, em 1951 e 1954, sem obter grandes feitos, contudo. 

 

TODOS OS EX JOGADORES NO COMANDO TÉCNICO

P. Jogador/Treinador J V E D %PG
1 Muricy Ramalho (1996-97/2006-09/2013-15) 474 255 124 95 62,52
2 José Poy (1964-65/1973-76/1982-83) 422 213 129 80 60,66
3 Nelsinho Baptista (1998/2001-02) 108 52 22 34 54,94
4 Clodoaldo Caldeira (1933-1935) 74 52 11 11 75,23
5 Leônidas da Silva (1950/1951/1954-55) 73 37 17 19 58,45
6 Darío Pereyra (1997-1998) 63 25 22 16 51,32
7 Armando Renganeschi (1958-1959) 56 33 14 9 67,26
8 Roberto Rojas (2003) 52 28 13 11 62,18
9 Alfredo Ramos (1972) 42 23 15 4 66,67
10 Pablo Forlán (1990) 29 12 11 6 54,02
11 Mário Sergio (1998) 10 3 1 6 33,33
12 Doriva (2015) 7 2 1 4 33,33
13 Mílton Cruz (interino – várias vezes) 43 23 7 13 58,91
14 Caxambu (interino – 1957/1961-62) 39 24 9 6 69,23
15 José Carlos Serrão (interino – 1983/1986-87) 26 10 11 5 52,56
16 João Leal Neto (interino – 1980/1981) 18 9 1 8 51,85
17 Remo Januzzi (interino – 1960) 14 4 3 7 35,71
18 Sérgio Baresi (interino – 2010) 14 5 4 5 45,24
19 Silva (substituto – 1991/2007) 12 6 4 2 61,11
20 Márcio Araújo (interino – 1993) 8 3 3 2 50,00
21 Vizolli (substituto – 2016) 7 3 0 4 42,86
22 Afrodísio Xavier (interino – 1932) 6 2 1 3 38,89
23 Jair Rosa Pinto (interino – 1963) 6 5 0 1 83,33
24 Zarzur (interino – 1947) 5 4 0 1 80,00
25 Pita (interino – 1998) 2 1 1 0 66,67
26 Pintado (substituto – 2016)** 1 1 0 0 100,0

*Também existem relatos que Friedenreich, ídolo do Tricolor de 1930 a 1935, comandou o São Paulo em treinamentos no final da década de 30. Ponzoníbio é outro exemplo jogador são-paulino que teria feito o mesmo nesse período (talvez também em jogo oficial – o fato, contudo, ainda não foi devidamente comprovado). 

**Pintado assumiu o posto de treinador interino até o final da temporada de 2016.

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