O dia 7 de setembro é especial para todo cidadão brasileiro. Isso porque em 1822 ocorreu o episódio conhecido como “Grito do Ipiranga”, quando Dom Pedro bradou “Independência ou Morte”, dando inicio ao processo que culminou com a emancipação política do Brasil do reino de Portugal. Mas para o torcedor são-paulino, o dia 7 de setembro também tem outro motivo bastante especial para ser comemorado. Isso porque há exatos 17 anos, um goleiro chamado Rogério Ceni chegava ao São Paulo Futebol Clube para ser avaliado e felizmente, aprovado. O restante da história todos os são-paulinos conhecem perfeitamente. Para os mais desatentos, porém, ai vão alguns números. São 758 jogos, 15 títulos de primeira grandeza, 76 gols marcados, inúmeras defesas, muitas alegrias e para a sorte dos torcedores, mais três anos de contrato. No mínimo. É o jogador que mais vestiu a camisa do clube na história e no campeonato brasileiro, o goleiro que mais marcou gols na história do futebol mundial, o goleiro que mais tempo ficou sem tomar gols pelo clube no campeonato nacional, além de muitos outros recordes. Um… Eu cheguei aqui em São Paulo no dia 1° de setembro e no dia 3 ou 4 já estava marcado o primeiro teste. Como não conhecia a cidade, apenas meu pai já havia estado em São Paulo, acabei perdendo o horário e não consegui fazer o teste. Dois… Na segunda vez que marcamos, alguns dias depois, não lembro quem do São Paulo não pôde estar presente e não deu certo também. Acabei fazendo o teste na equipe profissional na terceira vez, no dia 7 de setembro de 1990. Eu me apresentei no dia 9 de setembro no Morumbi, já pra ficar definitivamente no alojamento do São Paulo. Entrei durante o coletivo no lugar do Zetti e tomei apenas um gol, aliás, muito bonito, feito por cobertura pelo Leonardo (hoje dirigente do Milan). Os goleiros principais eram o Gilmar Rinaldi e o Zetti. Eu acho que isso se deve a mentalidade, uma forma meio parecida de viver a vida. O São Paulo sempre foi um clube exemplo para todos e eu sempre procurei ter uma postura correta como atleta e como pessoa. O clube me engrandeceu como homem, fez com que eu tivesse um crescimento muito grande e acho que sempre vesti a camisa do clube também, não só para entrar em campo e jogar 90 minutos. Acho que essa combinação resultou numa história de longevidade. Amor eterno É muito bom poder jogar no clube que eu amo e com o qual tenho uma identificação muito grande. É uma história que não vai ter fim, pois vou ser são-paulino para sempre. “Me lembro muito bem daquele dia, afinal de contas, ficou marcado para todos nós. Fiz o aquecimento do Rogério. Na época ele já apresentava grande potencial, era muito ágil e tinha boa envergadura. E já demonstrava personalidade, já que logo de cara treinou com o time profissional e se saiu muito bem”. Muricy Ramalho. Treinador do São Paulo. Estava no comando da equipe no primeiro gol do goleiro. Souza. Meio-campista do São Paulo.
Abaixo uma entrevista exclusiva com o goleiro-artilheiro
Três… Ainda bem!
Lembrança
Identificação com o São Paulo
Com a palavra:
Gilberto Moraes. Ex-goleiro e preparador de goleiros do clube. Atualmente é o administrador do Centro de Treinamento da Barra Funda. Foi o responsável pela aprovação de Rogério Ceni.
“Naquele dia fizemos uma avaliação completa do Rogério Ceni e no final do treino mandei inscrevê-lo. Pude perceber no treinamento que ele tinha predicados e muito potencial para nos ajudar bastante”.
Sérgio Rocha. Preparador físico. Foi o responsável pelo aquecimento de Rogério no dia do teste. Está no clube desde 1982.
“Sempre disse que no São Paulo nós temos apenas um craque: Rogério Ceni. Ele é o primeiro a chegar para os treinamentos e o último a sair. É um exemplo para os outros jogadores”.
“Poder jogar com ele é uma das coisas que me orgulham no futebol. O futebol tem jogadores e gigantes. O Rogério é um gigante”. (trecho retirado do Diário Lance).