Na nona colocação do Campeonato Brasileiro de 2017, o Tricolor conseguiu se distanciar dos últimos lugares após emplacar uma sequência de três vitórias consecutivas. Um dos responsáveis pelo bom momento da equipe é o experiente Hernanes, que tem capitaneado a reação do time com a sua liderança e poder de decisão.
“É engraçado, porque quando aconteceu o episódio do Pratto me conceder a faixa de capitão eu não esperava. Sempre fui um cara na minha, tímido. Não falava muito, porque tinha minha maneira particular de pensar diferia um pouco da maior parte da galera. Sempre fui muito quieto. Assumir esse posto de capitão… fiquei meio curioso para saber como ia levar”, afirma o Profeta, que emenda.
“É legal. Mesmo sendo como sou, de colocar esse meu lado aí, dessa maneira, se precisar ser diferente e tentar ser diferente do que sou, consegui ter uma liderança que vem com a experiência, resultados, dedicação nos treinos e boa performance. Isso vale mais do que qualquer palavra: o teu exemplo como profissional. Mais do que profissional: como apaixonado pelo futebol. Isso vale mais”, acrescenta.
De acordo com o camisa 15, que sempre exaltou a torcida neste momento de afirmação do Tricolor na temporada, o clima entre os jogadores também tem sido fundamental. “Só estamos conseguindo ter uma reação porque independentemente do momento ruim no passado, o ambiente sempre foi muito bom. O grupo nunca teve nenhum tipo de problema. Tudo foi resolvido com transparência”, aponta Hernanes, que completa.
“Isso foi fundamental para o nosso começo de reação. É muito bom nesse momento difícil o grupo nunca deixou interferir na convivência. Com as vitórias, há muito mais alegria, entusiasmo e risadas. Cada um participa da sua maneira. É engraçado (risos). Nunca fui muito de puxar essa questão, de fazer a galera se divertir. Mas é um momento tão feliz que as coisas mais simples que seriam despercebidas viram motivo de descontração. Temos aproveitado cada detalhe para estar bem”, revela.
Durante a coletiva de imprensa desta terça-feira (7), no CT da Barra Funda, o Profeta também falou sobre a sua fase goleadora. O jogador balançou as redes nove vezes em 16 jogos, média de 0,56 gol por partida, que supera a até então marca recordista de 2012, pela Lazio-ITA: 0,30 gol por partida.
Na ocasião, no futebol europeu, foram 14 gols em 46 duelos – sendo um pela Seleção Brasileira. Mesmo se compilados todos os jogos e tentos da temporada, com as passagens por Juventus-ITA, Hebei Fortune-CHI e São Paulo, o Profeta tem em 2017 a sua melhor média de gols em um ano: 0,40 – dez gols, em 25 jogos.
“Decidi passar por todas as posições e times para poder me encontrar. É muito legal isso, quando toma uma postura, uma decisão, e as coisas acontecem no mesmo caminho. Na China, após me encontrar e tomar uma postura de que naquele momento em diante entraria em campo pra realizar o que mais sei fazer, que é: finalizar. Minha maior habilidade é o chute. Ou seja: tomei essa decisão. Queria pôr isso em prática”, afirma o meio-campista.
“Ou seja de pênalti, ou falta, as coisas estão acontecendo. É bem bacana ver os resultados. Tudo começa numa postura, num entendimento sobre tuas qualidades e depois você quer aproveitar isso. Realmente é bem bacana. Se eu não estivesse estaria outro que também poderia dar uma contribuição. Nessa hora colocam sempre as coisas de maneira positiva. Se não tivesse eu, poderia ser outro no meu lugar. Porque se está no São Paulo tem condição de fazer coisas boas”, finaliza.