Foi uma noite com oito gols, vitória dos campeões mundiais de 2005 por 5 a 3, mas isso ficou em segundo plano. Esta sexta-feira (11), no Morumbi, o M1TO escreveu um capítulo na história do São Paulo que ficará eternizado. O capitão são-paulino reuniu os campeões mundiais de 1992, 1993 e 2005 para celebrar os seus 25 anos de carreira e, mais uma vez, declarar o seu amor pelo Tricolor. O Jogo dos Sonhos, marcado por emoções e momentos épicos, certamente ficará na memória de cada torcedor que foi ao estádio. Este foi o jogo, o resto é história…
A banda República abriu a noite com uma lista de rocks escolhidos por Rogério. A playlist começou com Metallica e a música Enter Sandman, e grandes clássicos contagiaram a torcida, como Rock’n’roll all night, do Kiss, AC/DC, com Highway to hell. Entre uma música e outra, os torcedores puxavam gritos de “Olêêê, olê, olê, olêêêêê, Telê,Telêêêê!” e “Raí, Raí, o Terror do Morumbi”. E quando a banda finalizou o show, a emoção tomou conta do Estádio Cícero Pompeu de Toledo.
Um a um, os campeões mundiais de 1992, 1993 e 2005, além dos membros da comissão técnica, foram chamados para entrar no gramado e reencontrar a torcida nas arquibancadas. A cada nome, os ídolos eram ovacionados pelos torcedores. Da vitoriosa geração de 92/93, fizeram parte da memorável noite: Zetti, Vitor, Adilson, Ronaldão, Pintado, Ronaldo Luís, Müller, Toninho Cerezo, Luis Carlos Goiano, Raí, Cafu, Marcos, Válber, Dinho, Elivélton, André Luiz, Juninho Paulista, Jura, Doriva, Guilherme, Valdeir e Gilmar. Técnicos: Muricy Ramalho e Renê Santana, filho de Telê Santana.
Na sequência, o elenco campeão em 2005 foi convocado para subir ao campo: Fabão, Júnior, Alex Bruno, Renan, Thiago Ribeiro, Richarlyson, Souza, Bosco, Flávio Kretzer, Edcarlos, Josué, Amoroso, Aloísio, Christian, Flávio Donizete e Mineiro. O uruguaio Lugano, um dos últimos a entrar no gramado, fez o Morumbi tremer! Mas, com grande festa e show pirotécnico, o capitão Rogério Ceni emocionou a torcida ao pisar pela última vez no campo do Morumbi como atleta tricolor. Paulo Autuori e Milton Cruz, que comandavam o time na decisão contra o Liverpool-ING (1 x 0), também empolgaram os torcedores.
Perfilados, os times puderam reerguer as taças dos memoráveis mundiais. Os capitães Raí, Ronaldão e Rogério Ceni receberam as taças dos presidentes José Eduardo Mesquita Pimenta, familiares do ex-presidentes Marcelo Portugal Gouveia e Juvenal Juvêncio, que também foram homenageados pelas arquibancadas pelos mandatos vitoriosos no São Paulo.
Então, com o Morumbi repleto de campeões mundiais, o Jogo dos Sonhos virou realidade. A equipe capitaneada pelo M1TO iniciou a partida com Rogério Ceni; Fabão, Lugano e Edcarlos; Souza, Mineiro, Josué e Junior; Thiago Ribeiro, Aloísio e Amoroso. Já o Tricolor de 92/93 foi escalado com Zetti; Vitor, Adilson, Ronaldão e André Luiz; Dinho, Toninho Cerezo, Cafu, Juninho e Raí; Müller. Cada jogador atuou com a camisa que conquistou o titulo mundial – mesmo que repetidas. Vitor e Cafu, por exemplo, jogaram com a 2.
Antes de a bola rolar, foi respeitado Um minuto de silêncio em homenagem a Juvenal Juvêncio, ex-presidente do clube, morto em decorrência de câncer de próstata na última quarta-feira (9). Após a justa homenagem, o árbitro Benito Archundía, o mesmo do Mundial de 2005 – auxiliado por Arturo Velásquez, que também estava no confronto com os ingleses -, apitou para o início do memorável confronto.
E com apenas poucos minutos de jogo, quando a torcida cantava sem parar nas arquibancadas, com uma festa gigantesca, Amoroso tirou o zero do placar de peito após cruzamento. A torcida ainda festejava o gol, quando Aloísio marcou o segundo. Para tentar reagir, a geração de 92/93 contava com genialidade do craque Raí, que protagonizou um grande lance ao dominar no peito e tocar de primeira. O goleiro Zetti teve que trabalhar duro e foi bastante exigido para impedir que a sua equipe sofresse mais gols.
Então, para reagir e descontar, os ‘veteranos’ balançaram as redes com Cafu aos 18 minutos. Pouco depois, com dores, Cerezo deixou o gramado para a entrada de Pintado. No entanto, um dos grandes momentos da noite aconteceu no meio do primeiro tempo. Rogério Ceni deixou o gramado para a entrada de Bosco. Com a camisa 01 nas costas, M1TO voltou a campo no time de 2005 como jogador de linha. Rogério, então, fez questão de passar braçadeira de capitão ao uruguaio Lugano. O Morumbi explodiu em emoção!
E com bela triangulação entre Ceni, Souza e Josué, saiu o terceiro gol do time de 2005, marcado por Josué: 3 a 1! Pouco depois, Thiago Ribeiro ampliou. Porém, mesmo atrás no placar, os eternos comandados de Telê Santana protagonizaram um momento marcante. Rogério fez pênalti em Cafu, e a torcida pediu que Zetti cobrasse. O camisa 1 atendeu o pedido e, com categoria, mandou para o fundo das redes: 4 a 2! Épico! Goleiro e torcedores ainda comemoravam o tento, quando o M1TO quase escreveu mais um capitulo memorável em sua trajetória: Zetti voltava para seu gol, quando Rogério Ceni arriscou um chute do meio-campo e quase encobriu o arqueiro, que não percebeu a chegada da bola!
No intervalo, outro grande momento histórico! Rogério Ceni subiu no palco com a banda Ira e pegou a guitarra. A torcida foi ao delírio! No gol, na linha e no vocal: Ceni cantou ao lado de Nasi, vocalista da banda, a música Envelheço na Cidade. Após grandes sucessos da banda, escolhidas pelo camisa 01, o M1TO recebeu homenagens e prêmios da FPF, CBF e do clube – estas entregues por Sócios Torcedores.
Na volta para a segunda etapa, os times promoveram diversas alterações e outros campeões mundiais, como Jura, Gilmar, Richarlyson e Alex Bruno puderam participar da festa. E coube de novo ao lateral-direito Cafu balançar as redes para descontar mais uma vez e anotar o terceiro gol da geração 92/93: 4 a 3! Então, para fechar o festival de gols no Jogo dos Sonhos, Rogério Ceni fez aquilo que a torcida são-paulina conhece mais do que qualquer outra: o maior goleiro artilheiro do futebol mundial cobrou pênalti sofrido por Amoroso e, com a categoria de sempre, converteu para fechar o placar: 5 a 3!
Então para fechar a histórica noite, uma contagem regressiva substituiu o apito final, porque o M1TO é eterno! Jamais se despedirá do Tricolor…Este foi o jogo, o resto é história…