Com a disputa da Copa América Centenário em junho, nos Estados Unidos, a Libertadores da América foi paralisada e só será retomada na semifinal no mês de julho. No entanto, embalado, o Tricolor não ‘esfriou’ e tem mantido a postura aguerrida do torneio sul-americano neste início de Campeonato Brasileiro. A pausa, apesar da ansiedade, também é benéfica para que o técnico Edgardo Bauza possa recuperar alguns jogadores fisicamente e ajustar o time são-paulino de olho no tetracampeonato continental para o São Paulo.
“Estávamos muito empolgados, com a torcida animada, e ficar um mês e meio parado deve ser algo mais negativo. A outra leitura é que ainda não alcançamos nosso teto de rendimento e hoje nem sequer temos o elenco inteiro. Talvez sirva para chegarmos mais prontos. Precisaremos de nosso máximo potencial para bater um time que até agora foi melhor do que a gente. Acho que o principal agora é focar no Brasileiro”, avaliou o experiente zagueiro Diego Lugano, que foi campeão pelo clube em 2005 e conhece bem a Libertadores, além de ter participado da vitoriosa campanha no Brasileiro de 2006.
“Obviamente que a Libertadores está na reta final, mas até lá tem muito Brasileirão para rolar e é um campeonato que não permite que ninguém se desligue. Se perde pontos, cai na tabela e é difícil dar a volta por cima. O melhor jeito de chegar bem à semifinal é pensar no dia a dia, no próximo jogo. Essa é a única maneira de se preparar bem. É claro que, nesta sequência forte, com o time que mais joga e viaja, mais se desgasta, é preciso equilíbrio para controlar os jogadores. A comissão técnica é experiente e tem conseguido controlar isso. Todos querem jogar, mas você precisa estar bem ao máximo. Neste calendário brasileiro, não tem como não mexer”, opinou o defensor.
Focado momentaneamente na competição nacional, o Tricolor conseguiu aproveitar este período para colar nos líderes, derrubar um incômodo tabu e manter a sua invencibilidade diante do Palmeiras, no Morumbi. Com gol do Maestro Paulo Henrique Ganso, que usou a cabeça para bater a defesa do Palmeiras (1 x 0) no último final de semana, o São Paulo venceu o seu primeiro clássico na temporada e ampliou a invencibilidade sobre o rival no Morumbi. Agora, são 23 partidas sem derrotas no Choque-Rei, no Estádio Cícero Pompeu de Toledo: 14 vitórias e nove empates – o último revés foi em 2002.
“A verdade é que isso incomodava (tabu diante dos arquirrivais). Obviamente que desta vez eram jogadores novos, mas isso arrasta todo mundo. Por sorte a gente conseguiu, com justiça, tirar esse peso das costas e somar três pontos para seguir perto das primeiras posições. Isso é fundamental em um campeonato longo e equilibrado”, afirmou Lugano, que com o resultado positivo conseguiu manter a sua hegemonia no Choque-Rei: o uruguaio jamais perdeu um clássico para o Palmeiras. Em oito jogos na sua primeira passagem pelo clube, foram seis vitórias e apenas dois empates – o camisa 5 não atuou no Campeonato Paulista deste ano, que terminou com triunfo do rival por 2 a 0, no Pacaembu.
“Depois de tanto tempo ainda manter essa invencibilidade é muito bom, mas isso se deve aos bons companheiros que tive e tenho. Não é normal, o mérito é mais dos companheiros do que meu. Nossa equipe cresceu de produção e ganhou mais confiança”, finalizou o zagueiro são-paulino, que agora detém nove partidas de invencibilidade diante dos palmeirenses: sete vitórias e dois empates.