Dando prosseguimento à reestruturação do seu departamento de Futebol, o São Paulo agora terá Pintado no seu quadro de funcionários do CT da Barra Funda. O ex-volante, formado no clube e com trajetória vencedora no Morumbi, fará um trabalho de campo, auxiliando à comissão técnica e diretamente ligado ao elenco tricolor.
“O Pintado vem para colaborar com o trabalho da comissão técnica e atletas. É um trabalho estrutural, de longo prazo, e que acreditamos que será consolidado com o tempo. Vai agregar não só pelo seu conhecimento e vivência dentro do futebol, como pela identificação com o clube”, afirma o diretor de Futebol, Luiz Antonio da Cunha.
Para aceitar o convite do São Paulo, Pintado deixou o Guarani, que disputou a Série A2 do Campeonato Paulista deste ano. Auxiliar do Cruz Azul-MEX, em 2014 – em campanha que rendeu o título da CONCACAF e a vaga no Mundial de Clubes, competição que Bauza disputou com o San Lorenzo-ARG -, o ex-meio-campista usará esta experiência para fortalecer a comissão técnica e auxiliar Patón.
“Já fiz o trabalho de auxiliar técnico no Cruz Azul, sei o que posso oferecer ao treinador e me coloco à disposição dele no que precisar. É um momento novo na minha vida, especial e de muita alegria. Estou extremamente motivado e pronto. Sou muito grato ao São Paulo por mais essa oportunidade e vou contribuir com tudo que estiver ao meu alcance”, afirma Pintado, que volta ao clube que o revelou após 23 anos.
HISTÓRICO NO TRICOLOR
Um dos jogadores mais vitoriosos na história do Tricolor, Luís Carlos de Oliveira Preto – o Pintado –, foi revelado no próprio São Paulo Futebol Clube, na escolinha Vicente Ítalo Feola, no Morumbi.
Em 1985, Luís Carlos – como então era conhecido pela imprensa – subiu para o time principal e realizou três jogos, sempre como lateral direito. Ainda inexperiente, na mesma temporada foi emprestado para o Bragantino, time da terra natal do jogador. Também atuou pelo Taubaté, em 1987, mas foi diretamente do clube de Bragança Paulista que retornou ao São Paulo, em 1992, após uma pequena divergência com os interioranos, que queriam contratá-lo em definitivo.
Sob os olhares de Telê Santana, Pintado fez história no Tricolor, porém atuando em outra posição: volante. Reestreou na equipe justamente em um jogo que marcou o destino dos são-paulinos na Copa Libertadores (Criciúma 3 x 0 São Paulo, na estreia daquele torneio). O jogador, os demais integrantes do grupo e o próprio Telê, a partir daquele resultado negativo, se “fecharam” pela conquista do então inédito título sul-americano.
Pintado foi peça fundamental na primeira Libertadores da história tricolor. Curiosamente, na partida final, ficou eternizado por algo que não fez: bater pênalti. Nas disputas após o fim do tempo regulamentar, o volante foi escalado para bater o quinto e possível último tiro penal do São Paulo – o que não veio a acontecer graças à intervenção de Zetti, que defendeu a cobrança de Gamboa, do Newell’s Old Boys, e assegurou a vitória.
Campeão Mundial de 1992, da Copa Libertadores de 1992 e 1993, além do Paulista de 1992 (e também do de 1985), Pintado deixou o Morumbi, em 1993 (negociado junto ao Cruz Azul, do México), consagrado como ídolo são-paulino, tanto pelo futebol apresentado (volante de qualidade, aguerrido, mas nunca violento – em mais de 100 jogos pelo Tricolor, somente foi expulso em duas oportunidades), quanto pelo carisma, vontade e paixão que apresentava em todos os minutos dentro de campo.