O torcedor são-paulino jamais vai se esquecer do dia 14 de julho de 2005. Tudo isso porque há exatamente um ano, o tricolor do Morumbi conquistava seu terceiro título da Copa Libertadores da América. Com muita raça e vibração, o time venceu o Atlético-PR por 4 a 0 na decisão e se tornou o primeiro clube brasileiro a faturar três vezes a mais importante competição do continente. A vitória foi acompanhada por 71.986 torcedores, que lotaram o Morumbi e fizeram uma grande festa tanto dentro quanto fora do estádio. O caminho Após a eliminação para o Once Caldas nas semifinais da edição de 2004, o Tricolor vinha ainda mais forte em busca do tricampeonato. Respaldado pelo título estadual, o time era considerado um dos favoritos a conquista do título. A estréia aconteceu no dia 3 de março, quando o São Paulo empatou por 3 a 3 com o The Strongest, na altitude de La Paz. Danilo, Luizão e Grafite marcaram para o Tricolor. O segundo jogo foi no Morumbi e deu São Paulo. Vitória por 4 a 2 sobre a Universidad do Chile. Lugano, Rogério Ceni, Cicinho e Grafite foram os autores dos gols. A terceira partida, contra o Quilmes, acabou empatada por 2 a 2 – gols de Diego Tardelli e Grafite. Pela primeira vez na história da competição o Tricolor não saía derrotado na Argentina. O time também quebrou o tabu de nunca ter marcado no país vizinho. Na seqüência as duas equipes se enfrentaram no Morumbi e o Tricolor venceu por 3 a 1, com gols de Tardelli (2) e Cicinho. Destaque negativo para a atitude racista de um atleta da equipe argentina contra o atacante Grafite. Seduzido por uma proposta do futebol japonês, o técnico Emerson Leão acabou saindo da equipe ainda na primeira fase. No quinto jogo, contra o Universidad do Chile, o time empatou por 1 a 1, em Santiago, sob o comando do auxiliar-técnico Milton Cruz. Com o resultado a equipe garantiu a participação na fase seguinte. Com o tento na partida, Luizão se igualou a Palhinha (ex-Cruzeiro) como o maior artilheiro brasileiro da história da competição, com 25 gols. No último jogo da primeira fase, Paulo Autuori fez sua estréia no Morumbi como técnico da equipe e conseguiu bom inicio. Vitória por 3 a 0 sobre o The Strongest, com gols de Edcarlos, Luizão e Grafite. O resultado deu ao São Paulo o primeiro lugar do grupo. Nas oitavas-de-final o rival Palmeiras foi o adversário. No primeiro jogo, no Parque Antarctica, vitória por 1 a 0 com direito a golaço de Cicinho. Na volta, nova vitória, desta vez por 2 a 0, com gols de Rogério Ceni e Cicinho. O rival das quartas-de-final foi o Tigres, do México. A equipe brasileira conseguiu praticamente garantir uma vaga nas semifinais ainda no Morumbi, onde venceu o primeiro jogo por 4 a 0 – gols de Rogério Ceni (2), Luizão e Souza. No retorno, a única derrota da equipe na competição daquele ano. O Tigres venceu por 2 a 1, em Monterrey. Souza foi autor do gol tricolor. O caminho para a conquista não era fácil e o duelo das semifinais trazia o tradicional River Plate, da Argentina. A surpresa ficaria por conta do atacante Amoroso, que contratado e inscrito em tempo recorde, estava a disposição de Paulo Autuori. No primeiro jogo, 61.027 torcedores lotaram o Morumbi e ajudaram o São Paulo a vencer por 2 a 0. Danilo e Rogério Ceni deixaram o time brasileiro com boa vantagem na fase. Na volta, mesmo sob muita pressão da torcida Argentina, o Tricolor não se intimidou e venceu novamente. Desta vez por 3 a 2, com gols de Danilo, Amoroso e Fabão. Após 11 anos, o time estava novamente na decisão. E o adversário não poderia ser mais conhecido: o Atlético Paranaense. Pela primeira vez na história, duas equipes do mesmo país decidiam a Libertadores. Nos primeiros noventa minutos da decisão ficou tudo igual. Empate por 1 a 1, no Beira Rio. Após sair perdendo com um gol do agora são-paulino Aloísio, o time empatou com um gol contra do zagueiro Durval. A decisão ficava para a segunda partida. A cidade literalmente parou e o Morumbi ficou pequeno para tantos são-paulinos. Eram quase 72 mil pagantes para ver o time ir em busca do tricampeonato da Libertadores. Logo aos 16 minutos a equipe abriu o placar. Danilo disputou com a defesa atleticana e a bola sobrou livre para Amoroso, com tranqüilidade, escorar de cabeça e comemorar o primeiro gol. Antes de ir para o intervalo, a equipe do Paraná teve chance de empatar, mas Fabrício bateu um pênalti na trave e desperdiçou a melhor chance dos atleticanos. No segundo tempo o time voltou arrasador e após cobrança de escanteio da direita, Fabão completou de cabeça e colocou no ângulo do goleiro Diego. O terceiro gol veio aos 25, com Luizão. Ele recebeu passe preciso de Amoroso e só completou para as redes. Para fechar o placar com chave de ouro, Diego Tardelli fez boa jogada pela esquerda, cortou a defesa e chutou rasteiro, no cantinho da meta atleticana, quando a torcida já gritava há muito tempo: TRICAMPEÃO. Depois foi só comemorar com toda a torcida e dar a tão esperada volta olímpica. Doze anos depois da última conquista, o Tricolor voltava novamente ao topo do futebol sul-americano e de quebra se tornava o único time brasileiro a conquistar a Libertadores pela terceira vez. PARABÉNS SÃO PAULO – ÚNICO CLUBE BRASILEIRO TRICAMPEÃO DA LIBERTADORES DATA LOCAL ADVERSÁRIO PLACAR GOLS 03/03 Hernando Siles – La Paz The Strongest Danilo, Luizão e Grafite 09/03 Morumbi – São Paulo Universidad Lugano, Rogério, Cicinho e Grafite 16/03 Centenário – Quilmes Quilmes Diego Tardelli e Grafite 13/04 Morumbi – São Paulo Quilmes Diego Tardelli (2) e Cicinho 21/04 Nacional – Santiago Universidad Luizão 11/05 Morumbi – São Paulo The Strongest Edcarlos, Luizão e Grafite 18/05 Parque Antarctica – São Paulo Palmeiras Cicinho 25/05 Morumbi – São Paulo Palmeiras Rogério Ceni e Cicinho 01/06 Morumbi – São Paulo Tigres Rogério Ceni (2), Luizão e Souza 16/06 Universitário – Monterrey Tigres Souza 22/06 Morumbi – São Paulo River Plate Danilo e Rogério Ceni 29/06 Monumental de Nunes – B. Aires Rive Plate Danilo, Amoroso e Fabão 06/07 Beira Rio – Porto Alegre Atlético-PR Durval (contra) 14/07 Morumbi – São Paulo Atlético-PR Amoroso, Fabão, Luizão e Diego Tardelli