Calendário 7/09/2009 - 00:00

Fotos: Rubens Chiri





 


Esta segunda-feira é uma data muito mais que especial para o goleiro Rogério Ceni e para toda a torcida são-paulina. É que exatos dezenove anos atrás, dia 07 de setembro de 1990, o arqueiro era aprovado no teste para jogar no Tricolor, começando sua história de total sucesso com a camisa do clube.


 


Rogério comemora seu 19º ano no São Paulo com 861 jogos feitos. Chegar a uma marca tão significativa é motivo de orgulho para o capitão. “É uma marca muito especial. Manter-se tantos anos num clube tão grandioso como é o São Paulo é motivo de muito orgulho”, afirmou.


 


Ao chegar ao São Paulo com 17 anos, ainda nas categorias de base, a vida no futebol era muito diferente da de hoje, e muito mais complicada. Rogério se lembra de vários detalhes da época em que começou sua caminhada no Tricolor.


 


“Era tudo mais simples, não tinha esse negócio de empresários colocar em times, dividir porcentagem do passe. Era fazer o teste, passar ou reprovar e começar a treinar”, lembrou, mas sabendo que todas as pedras no caminho ajudaram para ele ser um grande profissional.


 


 “Valorizo muito os momentos difíceis que passei. Vindo de Sinop não foi fácil morar sozinho em São Paulo, ficar no alojamento. Precisei ter muito juízo. Talvez por isso tenha chegado onde cheguei. Superar as dificuldades do começo de carreira tem muito a ver com os frutos de hoje”, completou.


 


Ao se acostumar com a cidade e com sua nova realidade, Rogério começou a vislumbrar o que poderia fazer como jogador de futebol. Com grandes goleiros na equipe profissional – como Alexandre, Gilmar e Zetti -, o então jovem ganhou confiança ao ser promovido à equipe principal como terceiro goleiro.


 


“Imaginei pela primeira vez que poderia ser goleiro do São Paulo em 1992, quando subi para o profissional para ser o 3º goleiro. Fomos campeões da Copa São Paulo em 93 que também me deixou confiante. Ali tive uma perspectiva que um dia teria uma chance após o Zetti parar ou trocar de clube. Foi quando eu comecei a pensar mesmo em ser goleiro do São Paulo”.


 


Rogério estreou na equipe em 1994, mas assumiu o gol somente em 1997. De lá pra cá, sua carreira é marcada por sucessos e títulos, como o Campeonato Mundial em 2005. O goleiro não esperava conquistar tudo isso, mas ainda não está satisfeito e acha que pode dar mais alegrias aos são-paulinos.


 


“Não planejava ter uma carreira como esta aqui. Imagino que ninguém planeja nada neste sentido, desta dimensão. Foi tudo muito natural, nunca forcei nada, nunca criei muita expectativa. Mas não estou satisfeito com o que já conquistei, quero mais, sei que o São Paulo vive de títulos, de vitórias, e para fazer parte deste clube você tem que buscar isso”, disse.


 


Entre tantas alegrias, um dos momentos mais difíceis aconteceu neste ano, quando fraturou o tornozelo esquerdo na lesão mais grave de sua carreira e o fez perder o final da Copa Libertadores. Rogério não acredita que a queda da equipe está ligada à sua lesão, e sim à falta de confiança que tomou conta dos jogadores.


 


“Ao ver o time mal quando estava machucado eu queria voltar de qualquer jeito, mas não tinha como. Aí tentei ajudar com palavras, com a minha experiência. A queda do time não foi porque eu machuquei. Foi uma série de fatores juntos. Lembro que quando estava no começo do tratamento o Reffis estava lotado, faltava macas para tantos pacientes. O André Dias machucou, o Rodrigo teve o problema da embolia, o time saiu do Paulista e perdeu confiança. Confiança é tudo no futebol”, alertou.


 


Mas agora, recuperado e ajudando novamente a equipe, Rogério é só alegria e vibra com cada dia em que pode sair de sua casa, no Morumbi, para ir trabalhar no Centro de Treinamento, localizado na Barra Funda.


 


“O São Paulo não é apenas meu emprego, o clube onde eu jogo. Eu vivo em função do São Paulo. É minha vida. Essa identificação que tenho é muito significativa. Falar de Rogério e associar o São Paulo é uma conquista enorme, imensurável. Quero contribuir mais para o crescimento do clube, isso me orgulha, me alimenta, me motiva todos os dias”, alegrou-se.


 


19 anos de Rogério


 


1990


Dia 07 de setembro de 1990 Rogério vem para São Paulo fazer teste no clube e é aprovado no pelo preparador de goleiros Gilberto Moraes, que hoje trabalha como gerente administrativo no clube. Pela equipe juvenil, Rogério é campeão metropolitano.


 


1991


Primeira viagem internacional com o time profissional. Rogério ainda integrava a equipe júnior, mas fez parte da delegação que fez seis jogos amistosos na China.


 


1992


Rogério é promovido para o profissional e se torna o 3º goleiro do time. Pela primeira vez é relacionado e fica no banco de reservas.


 


1993


Campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior em janeiro. Em junho fez sua estreia no time principal, na goleada por 4 a 1 sobre o Tenerife, da Espanha, pelo Torneio Santiago de Compostela. Foi campeão da Libertadores e do mundial.


 


1994


Titular com o expressinho, sagra-se campeão da Copa Conmebol. É o primeiro título de grande escalão do ídolo tricolor.


 


1995
Vence a Copa dos Campeões Mundiais em meio a um ano difícil para o São Paulo.


 


1996


Em dezembro faz seu primeiro jogo na condição de titular do São Paulo, em partida amistosa contra o Colo-Colo, a última daquele ano. Também foi bicampeão da Copa dos Campeões Mundiais


 


1997


Logo em sua primeira temporada com o número 1, o goleiro marca seu primeiro gol de falta, contra o União São João, em Araras, pelo Campeonato Paulista.


 


1998


Rogério conquista seu primeiro Paulistão. Na decisão o São Paulo vence o Corinthians com gols de França e Raí.


 


1999


Pela primeira vez faz dois gols num mesmo jogo, na vitória por 2 a 1 sobre a Inter de Limeira, no Campeonato Paulista.


 


2000


Autor do gol do título paulista, sobre o Santos, no Morumbi, Rogério também vê sua pior derrota: o vice da Copa do Brasil para o Cruzeiro no último minuto. Até hoje o capitão coloca esta partida como a mais triste de sua carreira.


 


2001


Vem o inédito título do Torneio Rio-São Paulo sobre o Botafogo, no Morumbi, quando aparece Kaká como mais um promissor são-paulino.


 


2002


Rogério se consagra campeão mundial com a seleção brasileira na Copa do Mundo da Coréia e Japão.


 


2003


No primeiro ano da disputa do Brasileirão por pontos corridos, a equipe conseguiu voltar à Copa Libertadores da América após dez anos distante.


 


2004


Rogério disputa sua primeira Libertadores como titular e capitão do São Paulo. Faz seu primeiro gol na competição. Hoje Rogério soma dez gols na Libertadores, sendo o principal artilheiro tricolor no torneio junto com Palhinha, Muller e Pedro Rocha.


 


2005


Um ano de ouro para o goleiro. Campeão Paulista, da Copa Libertadores da América e do Mundial de Clubes da FIFA, sendo eleito o melhor jogador do Mundial. Além disso, foi em 2005 que Rogério ultrapassou Valdir Peres como atleta com maior número de jogos pelo clube (618). Foi considerado o nono melhor goleiro do mundo pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol. Nascem suas filhas, Beatriz e Clara.


 


2006


Perde a final da Libertadores para o Internacional, mas começa a arrancada para o primeiro título brasileiro ao marcar dois gols no empate com o Cruzeiro, no jogo seguinte da Libertadores, gols que o fizeram passar Chilavert e se tornar o maior goleiro artilheiro do mundo com 63 gols à época. É indicado como sétimo melhor goleiro do mundo pela IFFHS. Na Copa do Mundo disputada na Alemanha, entra em campo no jogo contra o Japão, aos 34 minutos do segundo tempo (vitória por 4 a 1)


 


 


2007


Campeão Brasileiro pela segunda vez (com quatro rodadas de antecedência), passou 988 minutos sem sofreu um gol. Em 22 de julho daquele ano, se tornou o jogador que mais atuou por um mesmo clube no Campeonato Brasileiro (309 atuações), deixando Roberto Dinamite pra trás. Quinto melhor goleiro do mundo de acordo com a IFFHS e único jogador da América do Sul a ser indicado ao prêmio de melhor jogador do mundo pela Revista France Football


 


2008


Tricampeão Brasileiro. Rogério é o único atleta que levantou três vezes seguidas o principal troféu do país.


 


2009


Rogério sofre a lesão mais grave de sua carreira, mas volta ao time após quatro meses para liderar uma nova arrancada do São Paulo rumo ao tetra-hepta. Uma semana antes de competar 19 anos de clube, o goleiro ultrapassa Zinho e se torna o jogador que mais atuou na história do Brasileiro, com 371 partidas. O capitão diz acordar todos os dias mais que motivado em defender o clube. “O São Paulo é minha vida”


 



O torcedor são-paulino é orgulhoso e sabe: todos tem goleiros, mas só nós temos Rogério Ceni



 

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