O São Paulo é um grande fornecedor de jogadores para a Seleção Brasileira em Copas do Mundo, mas o time brasileiro não detém exclusividade. Ao longo dos anos, craques são-paulinos de outras nacionalidades também foram convocados para a disputa do campeonato mundial.
Em verdade, o Tricolor é o clube brasileiro que mais levou estrangeiros à Copa do Mundo (empatado com o Palmeiras, seis atletas). Confira a lista:
1974: Pedro Rocha e Pablo Forlán
A dupla uruguaia consagrada no Tricolor dos anos 70 chegou no Mundial da Alemanha com a responsabilidade de defender um país cabeça de chave da competição, afinal, quatro anos antes, no México, haviam sido semifinalistas, sendo eliminados pela campeã Seleção Brasileira.
Forlán, que já havia disputado a Copa de 1966, atuou com a camisa de número 4 às costas, e Pedro Rocha, veterano na maior competição da FIFA, participou de sua quarta edição (jogou também em 1962, 1966 e 1970), levando a camisa 10.
Ambos os jogadores participaram de todos os jogos do Uruguai na Copa. Pena que a seleção oriental não foi muito adiante, caindo ainda na primeira fase da disputa. Dos três jogos realizados, somaram somente um ponto no empate com a Bulgária (1×1, gol de Pavoni). Perderam para a Holanda (0x2), sensação, e Suécia (0x3).
Forlán permaneceu no Tricolor até 1975 e o Verdugo foi três anos mais além, até 1978.
1986: Darío Pereyra
Um pouco de melhor sorte teve Darío Pereyra. O jogador polivalente (jogou de meia, volante e zagueiro) que formou uma dupla inesquecível com Oscar na defesa do Tricolor alcançou as oitavas de final do campeonato mundial. No sorteio da Copa, a Seleção do Uruguai caiu no pote 2, entre fortes seleções, mas não cabeças de chave. Junto a Dinamarca, Alemanha e Escócia, formou o grupo “E” da primeira fase do torneio.
A Celeste obteve um ótimo resultado empatando em 1 a 1 com a Alemanha Ocidental, mas sofreu uma goleada da surpreendente Dinamáquina: 6 a 1. O rescaldo foi um 0 a 0 contra a Escócia. Darío, trajando a camisa 14, só jogou esse jogo na primeira fase. Classificados em 3º lugar no grupo, encararam a Argentina no confronto eliminatório.
A seleção do lado de lá do Rio da Prata se deu melhor e venceu por 1 a 0. Darío esteve em campo, mas nada pode fazer para evitar o gol de Pasculli e a desclassificação de seu país. Pereyra jogou no Tricolor até 1988.
1998: Victor Aristizábal
O colombiano Aristizábal infernizou as defesas adversárias do Tricolor no final dos anos 90, ao lado de França e Dodô. As atuações dele levaram-no à Copa do Mundo da França, onde esteve em campo, com a camisa nº 15, nas três partidas que a Colômbia tomou parte, mas somente na derrota para a Romênia, por 1 a 0, foi titular.
Na vitória contra a Tunísia, por 1 a 0, e na derrota para a Inglaterra, por 2 a 0, o atacante entrou no decorrer da partida, no segundo tempo, não chegando a marcar gols.
No grupo “G” da competição, a Colômbia terminou em terceiro lugar, atrás de Romênia e Inglaterra, sendo assim eliminada. Aristizábal, depois da Copa, deixou o Tricolor e passou a atuar no Santos.
2006: Neicer Reasco
O caso do equatoriano Reasco é diferente dos outros jogadores apresentados neste artigo. Reasco não chegou a Copa do Mundo convocado como atleta do Tricolor, mas sim atuando na LDU de Quito. Contudo, ao iniciar a Copa do Mundo o lateral-direito já possuía contrato com o São Paulo. Desta maneira, o nome dele não é ligado oficialmente ao Tricolor, mas vale aqui a menção.
Usando o manto de nº 18, Reasco só não esteve em campo na derrota do Equador para a Alemanha (0x2). Com ele, o Equador venceu a Polônia, por 2 a 0, e a Costa Rica, por 3 a 0. Foram eliminados, contudo, nas oitavas de final pela Inglaterra (0 x1), após terem terminado em segundo lugar no Grupo A, da primeira fase, logo atrás da Alemanha.
Reasco só se apresentou ao Tricolor no mês de agosto seguinte. Logo na estreia, contra o Goiás, sofreu grave contusão. Contusões que o perseguiram em toda a passagem no São Paulo. Foram três anos, de 2006 a 2008. Poucos reparam, mas o equatoriano foi um dos únicos nove homens tricampeões brasileiros de modo consecutivo.
2014: Alvaro Pereira
O lateral-esquerdo do Tricolor no ano de 2014 não tomou parte no jogo de estreia da Celeste naquela Copa do Mundo (os uruguaios perderam por 3 a 1 para a Costa Rica). O camisa 6, contudo, assumiu a posição na rodada seguinte, e ajudou o país dele na vitória contra a Inglaterra, por 2 a 1, permanecendo em campo nos 90 minutos.
Na última rodada da primeira fase, na emocionante e decisiva vitória sobre a Itália, Álvaro Pereira esteve em campo por 63 minutos, até ser substituído pelo técnico Óscar Tabárez por Christian Stuani.
Com o resultado, o Uruguai terminou na segunda colocação do Grupo D, com 6 pontos, um atrás da Costa Rica. Desta maneira, qualificou-se para as oitavas de final onde, no Maracanã, enfrentou a Colômbia. Álvaro Pereira atuou até os nove minutos do segundo tempo, quando já perdiam por 2 a 0 para os colombianos, dando lugar, então, a Gastón Ramirez. Mas nada mudou. O Uruguai foi elminado, por este placar, pela Colômbia.
Álvaro, terminado o vínculo dele com o Tricolor (empréstimo junto a Internazionale), ao final de 2014, regressou à Itália e logo depois passou a jogar pelo Estudiantes de La Plata. Hoje, defende o Cerro Porteño, do Paraguai.
2018: Cueva
Pela primeira vez, o São Paulo cedeu um jogador para a Seleção Peruana disputar a Copa do Mundo. E Cueva, atleta são-paulino desde 2016, ainda escreverá o capítulo dele nessa história. Na etapa inicial da Copa 2018, o Peru enfrentará os times da Dinamarca, da França e da Austrália.