Os Jogos Olímpicos de Verão da XXIV Olimpíada foram realizados na cidade sul-coreana de Seul em 1988. O evento ocorreu entre 17 de setembro e 2 de outubro daquele ano e pela última vez – a única pós-boicotes – tivemos o enfrentamento Estados Unidos versus União Soviética.
O quadro de medalhas das 26 modalidades disputadas por 159 países consagrou a derradeira vitória da União Soviética (55 ouros, 31 pratas, 46 bronzes, 132 no total), que em 1992 competiria como CEI – Comunidade dos Estados Independentes. A Alemanha Oriental, também na última participação como tal, ficou com o segundo posto (37 ouros, 35 pratas, 30 bronzes, 102 medalhas no total) e o Estados Unidos, peculiarmente, só conseguiu a terceira posição na classificação (com 36 ouros, 31 pratas, 27 bronzes e 94 pódios no total).
O Brasil, com uma delegação formada por 170 atletas (135 homens e 35 mulheres) em 22 esportes, ficou em 24º na classificação final dos Jogos após conquistar seis medalhas: uma de ouro, com Aurélio Miguel (CA Pirelli, mas com passagem pelo Tricolor), no judô; duas de prata, com Joaquim Cruz (UE Funilense), nos 800 metros rasos do atletismo e com o time de futebol masculino; e três de bronze: com Robson Caetano (ADC Eletropaulo), nos 200 metros rasos do atletismo; com Torben Grael e Nelson Falcão na classe star da vela e por fim com Lars Grael e Clínio, também na vela, mas na classe tornado (todos competidores do Rio Yacht Club).
O São Paulo Futebol Clube chegou a ter dois jogadores convocados para o time masculino de futebol: o lateral-esquerdo Nelsinho e o volante Bernardo, mas ambos foram cortados antes do início dos Jogos e substituídos por atletas da lista reserva enviada à FIFA. Essa relação, aliás, por vezes causa confusão em pesquisadores olímpicos, que tratam erroneamente um ou os dois atletas citados como presentes no evento: fato que não ocorreu.
O único atleta do Tricolor presente nos Jogos de Seul foi o corredor Diamantino dos Santos.
DIAMANTINO DOS SANTOS
Diamantino Silveira dos Santos
Carazinho (RS), 3 de fevereiro de 1961
O sonho do garoto Diamantino, do interior do Rio Grande do Sul, como o de todo guri, era ser jogador de futebol. Começou a praticar o esporte na escola, mas aos 13 anos desistiu por causa da pretensa baixa estatura: passou a se dedicar, então, às corridas. Depois de terminar o colegial, adentrou às fileiras do Exército por dois anos, continuando com o treinamento.
Em 1984, resolveu deixar o posto de sargento e se dedicar integralmente ao atletismo. Venceu a primeira maratona (a do Sol) ainda nesse ano e por consequência, foi convidado a integrar a equipe do São Paulo Futebol Clube – a única agremiação que defendeu em toda a carreira.
Pelo Tricolor, conquistou o bicampeonato do Troféu Brasil nos 10.000 metros, venceu a importante prova italiana da Meia Maratona de Stramilano, em 1988 e disputou a maratona dos Jogos Olímpicos de Seul. No ano seguinte: pódio na tradicional corrida de São Silvestre (terceiro lugar).
Com o encerramento da modalidade esportiva no São Paulo, no início dos anos 90, Diamantino passou a seguir carreira solo e se mudou para a Europa. Posteriormente ainda disputou as Olimpíadas de 1992 e 1996, competindo em alto nível até os 48 anos de idade, quando encerrou a carreira por lesão.
Hoje, Diamantino dos Santos cursa faculdade de Educação Física em São José do Rio Pardo (SP).
Participação nos Jogos Olímpicos
Atletismo: Maratona (96 competidores)
02/10/1988 – Prova única
1º Gelindo Bordin (ITA) – 2’10:32
2º Douglas Wakiihuri (QUE) – 2’10:47
3º Houssein Ahmed Saleh (DJI) – 2’10:59
4º Takeyuki Nakayama (JAP) – 2’11:05
5º Stephen Moneghetti (AUS) – 2’11:49
6º Charlie Spedding (GBR) – 2’12:19
7º Juma Ikangaa (TAN) – 2’13:06
8º Robert De Castella (AUS) – 2’13:07
9º Toshihiko Seko (JAP) – 2’13:41
10º Ravil Kachapov (URS) – 2’13:49
11º Jesus Herrera (MEX) – 2’13:58
12º John Campbell (NZL) – 2’14:08
13º Gerard Nijboer (HOL) – 2’14:40
14º Peter Pfltzinger (EUA) – 2’14:44
15º Marti Ten Kate (HOL) – 2’14:53
16º Orlando Pizzolato (ITA) – 2’15:20
17º Hisatoshi Shintaku (JAP) – 2’15:42
18º Won-Tak Kim (CRS) – 2’15:44
19º Piergiovanni Poli (ITA) – 2’16:07
20º Dieudonne Lamothe (HAI) – 2’16:15
21º Dave Long (GBR) – 2’16:18
22º Henrik Hove Jorgensen (DIN) – 2’16:40
23º Ralf Salzmann (ALE) – 2’16:54
24º Dick Hooper (IRL) – 2’17:16
25º Miroslav Vindis (IUG) – 2’17:47
26º Shangyan Cai (CHN) – 2’17:54
27º Joaquim Silva (POR) – 2’18:05
28º Arthur Boileau (CAN) – 2’18:20
29º Ed Eyestone (EUA) – 2’19:09
30º Noureddine Sobhi (MAR) – 2’19:56
31º Jae-Sung Yoo (CRS) – 2’20:11
32º Mehmet Terzi (TUR) – 2’20:12
33º Kevin Forster (GBR) – 2’20:45
34º Bigboy Josie Matlapeng (BOT) – 2’20:51
35º Allaoua Khellil (AGL) – 2’21:12
36º Justin Gloden (LUX) – 2’22:14
37º Alexandre Gonzalez (ERA) – 2’22:24
38º Guowei Zhang (CHN) – 2’22:49
39º Pedro Ortiz (COL) – 2’23:34
40º Ronald Lanzoni (CRC) – 2’23:45
41º Bradley Camp (AUS) – 2’23:49
42º Adolphe Ambowode (RCA) – 2’23:52
43º John Bura (TAN) – 2’24:17
44º Samuel Hlawe (SUA) – 2’24:42
45º Juan Amores (CRC) – 2’24:49
46º Peter Maher (CAN) – 2’24:49
47º Abdou Monzo (NIG) – 2’25:05
48º Diamantino dos Santos (BRA) – 2’25:13
49º Omar Moussa (DJI) – 2’25:25
50º Carlos Retiz (MEX) – 2’25:34
Diamantino dos Santos finalizou a maratona em duas horas, vinte e cinco minutos e treze segundos, na 48ª colocação.
Medalhistas:
Ouro: Gelindo Bordin (ITA)
Prata: Douglas Wakiihuri (QUE)
Bronze: Houssein Ahmed Saleh (DJI)
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