O São Paulo na Copa do Mundo de 1994

O São Paulo na Copa do Mundo de 1994

Calendário 9/07/2014 - 01:39

A Copa do Mundo de 1994 realizada nos Estados Unidos foi um
sucesso inesperado de público. Sem muita tradição no futebol
(conhecido por lá como “soccer“, palavra proveniente de
football association“), as pessoas duvidavam do bom
andamento do evento em território norte-americano. No final, a
competição teve uma média de quase 69 mil pessoas nos estádios por
jogo.

Aquela edição também foi a Copa das surpresas e das zebras. Dos
147 países inscritos nas Eliminatórias, muitos favoritos foram
excluídos logo de cara, como Inglaterra (superada pela Holanda),
Portugal (posto fora pela Suíça), Dinamarca (então campeã europeia,
eliminada pela Irlanda), França (surpreendida pela Bulgária com um
gol nos últimos segundos) e Uruguai (que perdeu a vaga para a
Bolívia).

Os estreantes na Copa em 1994 foram Arábia Saudita, Grécia e
Nigéria. Foi a primeira participação da Alemanha unificada e da
Rússia, que herdou as campanhas da União Soviética.

As surpresas continuaram acontecendo durante o torneio. Na
primeira fase, a Colômbia, uma das seleções sensações das
Eliminatórias (havia vencido a Argentina, em Buenos Aires, por 5 a
0) decepcionou, sendo eliminada por Romênia, Suíça e Estados
Unidos. No grupo D, um empate tríplice envolvendo duas seleções
revelações, Nigéria e Bulgária, quase complicou a vida da
Argentina. A seleção italiana foi a última colocada entre os
terceiros colocados que conseguiram classificação às oitavas de
final, quase sendo eliminada na primeira fase.

Nas oitavas de final, os dois resultados mais dignos de nota
foram as vitórias da Romênia de Hagi e Răducioiu, sobre a
Argentina, de Maradona, em um jogo espetacular e inesquecível; e da
Bulgária sobre o México, nos pênaltis. A Bulgária, que foi a maior
surpresa dessa Copa do Mundo, nunca havia vencido um jogo na
competição até essa edição. Nas quartas de final, os búlgaros
liderados por Stoichkov acabaram eliminando os alemães, vencendo
por 2 a 1.

Dois outros confrontos das quartas de final também ficaram para
a história: a épica partida entre Suécia e Romênia, que acabou
decidida nos pênaltis e com classificação dos primeiros, e a
vitória do Brasil sobre a Holanda, por 3 a 2, com o incrível gol de
falta de Branco, que definiu o placar da partida.

A Itália, que havia alcançado a semifinal após superar a
Espanha, por 2 a 1, derrotou a Bulgária pelo mesmo placar e avançou
à final do torneio. Os italianos encarariam o vencedor de Brasil e
Suécia, que já haviam se enfrentado na primeira fase da disputa
(empate em zero). Com um gol improvável do baixinho Romário em meio
aos gigantes da defesa sueca, o Brasil chegou à final: 1 a 0.

Em 1994, nos Estados Unidos, a Copa do Mundo foi decidida pela
primeira vez em disputas de pênaltis, pois Brasil e Itália não
alteraram o placar inicial no decorrer dos 90 minutos
regulamentares e dos outros 30 da prorrogação.

Márcio Santos e Baresi erraram as primeiras cobranças de ambas
as equipes. Romário, Branco e Dunga converteram para o Brasil,
assim como Albertini e Evani para os italianos. Contudo, Massaro e
Roberto Baggio desperdiçaram os pênaltis e o Brasil conquistou,
assim, o tetracampeonato mundial de futebol.

 

OS SÃO-PAULINOS

Foram quatro os jogadores do Tricolor na Seleção Brasileira na
Copa do Mundo de 1994: o goleiro Zetti, os laterais Cafu e Leonardo
e o atacante Müller, que disputaria o mundial pela terceira
vez.

Zetti, o camisa 12 e goleiro reserva de Taffarel, não chegou a
disputar partida alguma. Com a camisa da Seleção Brasileira, Zetti
nunca perdeu um jogo enquanto atleta do São Paulo: foram 16 jogos,
com 14 vitórias e dois empates. Pelo Tricolor, Zetti viveu a fase
áurea do clube no início dos anos 90, sendo campeão de praticamente
tudo o que disputou. O cartel do goleiro pelo clube é de 432
jogos.

O atacante Müller disputou a última Copa do Mundo dele em 1994.
Com a camisa 19, o são-paulino entrou em campo substituindo Raí na
partida contra Camarões, ainda na primeira fase. Pelo Tricolor, o
jogador possui 386 jogos e 160 gols, em três passagens entre 1985 e
1996.

O camisa 16, Leonardo, estava no São Paulo emprestado pelo
Valência. O clube espanhol já o havia negociado ao Kashima Antlers,
do Japão, onde o lateral jogaria após a Copa do Mundo. Nesse
torneio, o são-paulino esteve em campo em quatro partidas, sempre
como titular, até ser expulso por um lance infeliz em que acertou
uma cotovelada em Tab Ramos, dos Estados Unidos, nas oitavas de
final. No Tricolor, Leonardo fez 111 jogos e 17 gols, também em
três passagens pelo clube, entre 1990 e 2001.

Na final da Copa do Mundo, contra a Itália, o jogador que mais
vezes disputaria decisões de título da competição fez sua primeira
aparição. Substituindo Jorginho e utilizando a camisa 14, Cafu
jogou sua primeira final de Copa. O lateral ainda entraria em campo
em 1998 e ergueria a taça de campeão em 2002, com a Seleção
Brasileira. Em 1994, Cafu fez três jogos (Estados Unidos, Holanda e
Itália), todos eles saindo do banco de reservas. Pelo São Paulo, o
lateral (por vezes meia, por vezes ponta), fez 273 jogos e 38
gols.

Além desses quatro atletas em contrato vigente com o São Paulo
durante a competição, outros quatro jogadores naquela seleção
tinham passagem pelo Tricolor: o goleiro Gilmar, os zagueiros
Ricardo Rocha e Ronaldão (negociado pouco tempo antes com o
Shimizu, do Japão e que fora convocado após o corte, por contusão,
de Ricardo Gomes) e o meio-campista Raí, que foi o capitão da
seleção brasileira na primeira fase do torneio.

Por fim, o preparador físico da Seleção Brasileira na Copa de
1994, Moracy Sant’anna, também era funcionário da comissão técnica
do São Paulo.

 

A CAMPANHA

Primeira fase

  • 20/06 – Palo Alto – Brasil 2×0 Rússia, gols de Romário e
    Raí;
  • 24/06 – Palo Alto – Brasil 3×0 Camarões, gols de Romário,
    Márcio Santos e Bebeto;
  • 28/06 – Detroit – Brasil 1×1 Suécia, gol de Romário;

Oitavas de final

  • 04/07 – Palo Alto – Brasil 1×0 Estados Unidos, gol de
    Bebeto;

Quartas de final

  • 09/07 – Dallas – Brasil 3×2 Holanda, gols de Romário, Bebeto e
    Branco;

Semifinal

  • 13/07 – Los Angeles – Brasil 1×0 Suécia, gol de Romário;

Final

  • 17/07 – Los Angeles – Brasil 0x0 Itália, 3×2 nos pênaltis.

 

OS INSCRITOS

  • Goleiros: Taffarel (Reggiana), Zetti (São Paulo) e Gilmar
    (Flamengo);
  • Defensores: Aldair (Roma), Branco (Fluminense), Jorginho
    (Bayern München), Márcio Santos (Bordeaux), Cafu (São Paulo),
    Ricardo Rocha (Vasco da Gama), Leonardo (São Paulo) e Ronaldão
    (Shimizu S-Pulse);
  • Meio-campistas: Dunga (Stuttgart), Zinho (Palmeiras), Mazinho
    (Palmeiras), Mauro Silva (La Coruña) e Raí (Paris
    Saint-Germain);
  • Atacantes: Bebeto (La Coruña), Müller (São Paulo), Viola
    (Corinthians), Paulo Sergio (Bayer Leverkusen), Romário (Barcelona)
    e Ronaldo (Cruzeiro).

 

FICARAM DE FORA

Cortados por contusão (não houve lista de 40 nomes)

  • Mozer (Benfica, em seu lugar Aldair); Ricardo Gomes (Paris
    Saint-Germain, em seu lugar Ronaldão).
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