A Copa do Mundo de 1986 foi realizada no México. O país
norte-americano sediou o evento pela segunda vez (já havia o
recebido em 1970). Originalmente essa Copa estava prevista para
acontecer na Colômbia, mas devido a uma grave crise econômica, os
sul-americanos desistiram da recepção. A FIFA até mesmo chegou a
oferecer a Copa para o Brasil, os EUA e o Canadá, mas todos
recusaram.
No total, 113 seleções disputaram as eliminatórias, das quais,
três novas equipes chegaram à fase final, a copa propriamente dita:
Canadá, Iraque e Dinamarca, que surpreendeu o mundo pela campanha,
ganhando o apelido de Dinamáquina. Na primeira fase, os seis grupos
tiveram como cabeças de chave a Itália, a França, o Brasil, a
Alemanha Ocidental, a Polônia e o país sede, o México.
Como o novo regulamento não mais previa, na segunda fase,
formação de grupos (seriam simples jogos eliminatórios),
classificavam-se às oitavas de final os dois primeiros colocados de
cada grupo, mais os quatro melhores terceiros colocados entre os
seis existentes. Assim, não houve surpresas entre os eliminados na
primeira fase.
Vale destacar a campanha da Dinamarca, no grupo E, em que
terminou em primeiro lugar, com três vitórias, ficando à frente de
Alemanha Ocidental e Uruguai. Outro resultado espantoso foi obtido
pela seleção do Marrocos, que encerrou a primeira fase líder do
grupo F, com quatro pontos, à frente da Inglaterra, Polônia e
Portugal. As duas revelações, contudo, sucumbiriam já nas oitavas
de final, perante Espanha e Alemanha Ocidental.
Avançaram às quartas de final, então, as equipes do Brasil, da
França, do México, da Alemanha Ocidental, da Argentina, da
Inglaterra, da Bélgica e da Espanha. A primeira grande seleção
belga da história chegou às semifinais eliminando a Espanha nos
pênaltis. Do mesmo jeito, foram excluídos do torneio os times do
Brasil e do México, caindo frente aos franceses e alemães.
A grande partida dessa fase, no entanto, aconteceu entre
argentinos e ingleses, que anos antes se confrontaram com armas em
mãos na Guerra das Malvinas. Derrotados no embate sangrento, os
argentinos venceram dentro de campo com um gol irregular, de mão,
de Diego Maradona.
Gol que possibilitou a Argentina chegar à final da competição,
após superar a Bélgica na semifinal. Na decisão, os argentinos se
sagraram campeões ao derrotarem a Alemanha Ocidental por 3 a 2.
OS SÃO-PAULINOS
Em 1986, novamente o título da equipe brasileira bateu na trave,
mesmo com a participação recorde de são-paulinos no evento: Foram
seis jogadores, a saber: Oscar, Falcão, Müller, Careca e Silas,
pela Seleção Brasileira, além de Darío Pereyra, pela equipe do
Uruguai.
O centroavante Careca, inclusive, marcou cinco gols naquela Copa
(Argélia, Irlanda do Norte, duas vezes, Polônia e França), sendo o
artilheiro do Brasil no torneio, com média de um gol por jogo. O
camisa nove recebeu a Bola de Prata como vice artilheiro no geral,
atrás de Gary Lineker, da Inglaterra, que marcou seis gols. Pelo
Tricolor, Careca marcou 115 gols em 191 partidas, sendo campeão
brasileiro de 1986 e paulista de 1985 e 1987.
Outro tricolor que esteve em campo nas cinco partidas do Brasil
foi o atacante Müller. Vestindo a camisa sete, ele começou no banco
nos dois primeiros jogos da seleção, mas assumiu a titularidade nos
confrontos contra Irlanda do Norte, Polônia e França. Pelo time do
Morumbi, Müller, em três passagens, marcou 160 gols em 386
partidas, sendo campeão de praticamente tudo o que disputou pelo
time.
Falcão, o Rei de Roma, foi contratado pelo São Paulo, a peso de
ouro, em 1985. Na Copa do Mundo de 1986, o camisa cinco, contudo,
só fez duas partidas, contra Espanha e Argélia, entrando no
decorrer do jogo. No São Paulo, o desempenho dele foi de 1 gol em
15 partidas, sendo campeão paulista de 1985.
Também com duas partidas na Copa, Silas, com a camisa 20, esteve
em campo contra a Polônia e a França, substituindo Müller e Junior.
O desempenho dele no Tricolor é de 35 gols e 170 jogos, com os
títulos de campeão brasileiro de 1986 e paulista de 1985 e
1987.
O único são-paulino que não teve a chance de jogar nessa Copa do
Mundo foi o zagueiro Oscar, então com a camisa número três. No
Tricolor, Oscar foi capitão e atuou em 294 partidas, marcando 13
gols, além de ter sido campeão brasileiro em 1986 e paulista em
1980, 1981, 1985 e 1987.
Cabe dizer que, o Tricolor ainda poderia ter Gilmar, goleiro, e
Sidney, atacante, na Seleção Brasileira, mas ambos os jogadores
foram cortados por contusão.
O último tricolor nessa Copa do Mundo: Darío Pereyra. O jogador
polivalente (jogou de meia, volante e zagueiro), que formou uma
dupla inesquecível com Oscar na defesa do Tricolor, alcançou as
oitavas de final do campeonato mundial.
A Celeste obteve um ótimo resultado empatando em 1 a 1 com a
Alemanha Ocidental, mas sofreu uma goleada da Dinamáquina: 6 a 1. O
rescaldo foi um 0 a 0 contra a Escócia. Darío, trajando a camisa
14, só jogou esse jogo na primeira fase. Classificados em terceiro
lugar no grupo, encararam a Argentina no confronto
eliminatório.
A seleção do lado de lá do Rio da Prata se deu melhor e venceu
por 1 a 0. Darío esteve em campo, mas nada pode fazer para evitar o
gol de Pasculli e a desclassificação de seu país. Pereyra jogou no
Tricolor até 1988, marcando 37 gols em 453 partidas. Foi bicampeão
brasileiro, em 1977 e 1986, e tetracampeão paulista em 1980, 1981,
1985 e 1987.
A CAMPANHA DO BRASIL
Primeira fase
Oitavas de final
Quartas de final
A CAMPANHA DO URUGUAI
Primeira fase
Oitavas de final
OS INSCRITOS NA SELEÇÃO BRASILEIRA
FICARAM FORA DA SELEÇÃO BRASILEIRA
Cortados (a lista completa de 40 nomes é desconhecida)