O São Paulo na Copa do Mundo de 1978

O São Paulo na Copa do Mundo de 1978

Calendário 5/07/2014 - 10:08

A Copa do Mundo de 1978 foi realizada na Argentina, que naquele
momento passava por um grave contexto político sob regime de
ditadura militar, com decorrentes protestos, conflitos e mortes.
Antes mesmo da Copa começar, algumas seleções, como a França,
ameaçavam boicotar o torneio. Mas a situação ficou por isso mesmo e
todas os times compareceram.

Em meio a esse cenário, e com estádios sendo finalizados
momentos antes da abertura da competição, muitas falhas e
“situações estranhas” ocorreram, levando a suspeitas de
interferência políticas em jogos e na organização do evento.

Alguns dos fatos que causaram estranheza nessa copa: a seleção
do país sede realizou todos os jogos em somente uma cidade, a
capital Buenos Aires, enquanto que as outras equipes tiveram que se
desgastar em viagens pelo interior da Argentina. Houve também
suspeitas quanto a lisura dos exames anti-doping em
atletas argentinos, de acordo com denúncias do jornal inglês
The Sunday Times.

O caso mais famoso, todavia, foi o da rodada decisiva da segunda
fase, que daria vaga à final da Copa. Brasil e Argentina disputavam
entre si quem chegaria à decisão, mas em jogos diferentes:  a
seleção brasileira enfrentaria a Polônia, e a da Argentina a equipe
do Peru. O horário do jogo do Brasil foi alterado para que a
partida acabasse antes do confronto do time local. A seleção da
casa entraria em campo já sabendo de quantos gols precisaria marcar
para se classificar.

O Brasil venceu a Polônia por 3 a 1 e, assim, a Argentina
precisaria fazer, no mínimo, saldo de 4 gols frente aos peruanos. O
jogo acabou 6 a 0, com fortes suspeitas de que o goleiro do time
derrotado, Quiroga, teria entregado a partida. O goleiro era
naturalizado peruano, tendo nascido, justamente, na Argentina. Mais
tarde, em 2007,
o filho de um traficante colombiano afirmou que o cartel de Cáli
havia comprado aquele jogo
, para que a Argentina chegasse à
final.

A seleção brasileira acabou eliminada da Copa do Mundo, mesmo
invicta. A imprensa logo batizou aquela equipe de “Campeã
Moral”.

 

OS SÃO-PAULINOS

Foram três os jogadores tricolores a acompanhar a Seleção
Brasileira à Argentina para a disputa da Copa do Mundo: o goleiro
Waldir Peres, pela segunda vez participando de um mundial, o ponta
Zé Sérgio, e o volante Chicão.

Waldir Peres, número 22 da seleção e então reserva de Leão,
novamente não entrou em campo em jogo algum. O mesmo aconteceu com
o camisa 7, Zé Sérgio. O único são-paulino a apresentar futebol
naquela Copa foi o aguerrido Chicão, com a camisa número 21. O
volante participou de 3 partidas (1 a 0 na Áustria, 3 a 0 no Peru,
e 0 a 0 contra a Argentina).

A disputa mais importante, a última, foi chamada de Batalha de
Rosário, em que Chicão foi ao campo justamente para conter e se
impor frente aos adversários. Perguntado se a pressão e hostilidade
argentina, como também o comportamento da torcida, tinham sido
intimidadoras, Chicão, humilde, desconversou: – “Para quem já levou
bloco de caboclo na cabeça, em Piracicaba, copinhos de xixi não são
nada”.  

Além desses três jogadores citados, o São Paulo poderia ter
contado, também, com Serginho Chulapa entre os nomes da Seleção
Brasileira. Mas o centroavante tricolor, momentos depois da
divulgação da relação de 40 nomes enviada à FIFA, foi suspenso por
14 meses por chutar um bandeirinha em uma partida do campeonato
brasileiro (No lugar dele, Enéas, da Portuguesa, foi relacionado).
Tal punição o impediu também de disputar a final do Brasileirão de
1977, contra o Atlético Mineiro.

 

A CAMPANHA

Primeira Fase

  • 03/06 – Mar del Plata – Brasil 1×1 Suécia, gol de
    Reinaldo;
  • 07/06 – Mar del Plata – Brasil 0x0 Espanha;
  • 11/06 – Mar del Plata – Brasil 1×0 Áustria, gol de Roberto
    Dinamite;

Segunda Fase

  • 14/06 – Mendoza – Brasil 3×0 Peru, gols de Dirceu (2) e
    Zico;
  • 18/06 – Rosário – Brasil 0x0 Argentina;
  • 21/06 – Mendoza – Brasil 3×1 Polônia, gols de Nelinho e Roberto
    Dinamite (2);

Decisão de 3º e 4º lugares

  • 24/06 – Buenos Aires – Brasil 2×1 Itália, gols de Nelinho e
    Dirceu.

 

A DELEGAÇÃO

  • Indisponível, no momento.

 

OS INSCRITOS

  • Goleiros: Leão (Palmeiras), Carlos (Ponte Preta) e Waldir Peres
    (São Paulo);
  • Defensores: Abel (Vasco da Gama), Toninho (Flamengo), Edinho
    (Fluminense), Amaral (Guarani), Polozzi (Ponte Preta), Oscar (Ponte
    Preta), Rodrigues Neto (Botafogo) e Nelinho (Cruzeiro);
  • Meio-campistas: Toninho Cerezo (Atlético Mineiro), Zico
    (Flamengo), Dirceu (Vasco da Gama), Chicão (São Paulo), Batista
    (Internacional), Jorge Mendonça (Palmeiras) e Rivellino
    (Fluminense);
  • Atacantes: Roberto Dinamite (Vasco da Gama), Gil (Botafogo),
    Reinaldo (Atlético Mineiro) e Zé Sergio (São Paulo).

 

FICARAM DE FORA

Lista de espera:

  • Goleiros: Raul Plassmann (Cruzeiro) e Wendell
    (Fluminense);
  • Defensores: Luiz Pereira (Atlético de Madrid), Odirlei (Ponte
    Preta), Orlando (Vasco da Gama), Rondinelli (Flamengo), Wladimir
    (Corinthians) e Zé Maria (Corinthians, cortado dos 22);
  • Meio-campistas: Adílio (Flamengo), Carpegiani (Flamengo),
    Falcão (Internacional), Marcello (Atlético Mineiro) e Mendonça
    (Botafogo);
  • Atacantes: Éder (Grêmio), Enéas (Portuguesa), Nunes (Santa
    Cruz, cortado dos 22), Romeu Cambalhota (Corinthians) e Tarciso
    (Grêmio).

Lista reserva:

  • Marazopi (Grêmio), Marinho Chagas (Fluminense), Marinho Pérez
    (Palmeiras), Caçapava (Internacional), Paulo Cezar (Botafogo),
    Paulo Isidoro (Atlético Mineiro), Joãozinho (Cruzeiro) e Palhinha
    (Corinthians).

Cortado:

  • Serginho Chulapa (São Paulo, da lista de 40).
Compartilhe esse conteúdo

Deixe seu comentário