O São Paulo na Copa do Mundo de 1974

O São Paulo na Copa do Mundo de 1974

Calendário 4/07/2014 - 02:28

A décima edição da Copa do Mundo foi realizada na Alemanha
Ocidental, em 1974. Um total de 99 seleções se inscreveram para a
disputa das 14 vagas oferecidas nas Eliminatórias (Brasil, então
campeão, e o país sede já estavam garantidos no torneio).

As seleções da Austrália, do Haiti, do Zaire e da Alemanha
Oriental estrearam em Copas do Mundo nesse ano. Curiosamente, foi a
única participação da Alemanha comunista no torneio, justamente
quando fora realizado no país irmão, capitalista.

As surpresas das Eliminatórias foram a eliminação da Inglaterra,
perdendo a vaga para a Polônia; da Espanha, excluída pela
Iugoslávia; e a Tchecoslováquia, derrotada pela Escócia; além do
México, anfitrião da Copa anterior, surpreendido pelo Haiti. A
União Soviética desistiu da repescagem contra o Chile devido a
implicações políticas relativas ao golpe de Pinochet, ocorrido um
ano antes.  

A grande surpresa desse campeonato foi a seleção da Holanda,
que, sob comando de Rinus Michels, ficou conhecida como “Laranja
Mecânica” e “Carrossel Holandês”, tomando por base jogadores do
Ajax, campeão mundial de 1972, e do Feyenoord, campeão mundial de
1970. Contudo, os holandeses não foram páreos, na final, para os
donos da casa, que venceram por 2 a 1, garantindo o título da Copa
do Mundo para a Alemanha, a segunda dos germânicos.  

Sem os principais jogadores da Copa do Mundo do México (Pelé,
por exemplo, se aposentou da seleção em 1971), o Brasil já não era
mais o mesmo, jogando um futebol ostensivamente defensivo. Empatou
os dois primeiros jogos da primeira fase em 0 a 0 e se classificou
por causa de saldo de gols obtido contra o novato Zaire. A Escócia,
concorrente, acabou sendo eliminada, mas invicta. Na fase final,
caiu frente a Holanda. Desacreditado, ainda perdeu a decisão do
terceiro lugar para a Polônia.

Para a Copa de 1974, o regulamento foi alterado. A fase final
seria composta por dois grupos de quatro equipes, no lugar dos
tradicionais jogos eliminatórios. Fato que talvez tenha motivado a
estranha derrota da Alemanha Ocidental para a Oriental, por 1 a 0:
com o resultado, a seleção ocidental escapava do grupo do com
Brasil e Holanda, na segunda fase, facilitando o caminho até a
final.

 

OS TRICOLORES BRASILEIROS

Waldir Peres foi o primeiro goleiro tricolor a participar de uma
Copa do Mundo. Não bastasse isso, disputou três consecutivas, 1974,
1978 e 1982. Mas na primeira edição em que tomou parte não entrou
em campo em nenhum jogo, permanecendo no banco de reservas, com a
camisa nº 22.

Em verdade, Waldir Peres contou com a contusões de Félix, para
fazer parte da lista inicial de 40 nomes da Seleção, e de Wendell,
para ser inscrito na lista final de 22 jogadores. Por fim, ao lado
do segundo homem que mais vestiu a camisa do São Paulo na história
(com 617 jogos) esteve, naquela edição de 1974, o atacante
Mirandinha.

Sebastião Miranda Silva Filho participou de 4 jogos daquela Copa
do Mundo, utilizando a camisa nº 19 (contra a Escócia, como
titular, Zaire, Holanda e Polônia, como substituto) e não marcou
gol. Curiosamente, ele também havia sido convocado para reposição
de um jogador cortado por contusão, no caso, Clodoaldo.

Mirandinha fez 103 jogos com a camisa do São Paulo e marcou 51
gols. Teve a carreira tragicamente marcada por uma grave fratura em
uma partida contra o América de São José do Rio Preto. Ainda assim,
foi campeão brasileiro de 1977 e paulista de 1975, pelo
Tricolor.

Além dos dois são-paulinos que foram à Alemanha, o São Paulo
contou com outros dois jogadores na lista de espera convocada pela
Seleção Brasileira: Gilberto Sorriso e Chicão, que, contudo, não
tiveram chances de participação.

 

OS TRICOLORES URUGUAIOS

Pela primeira vez na história, o São Paulo forneceu jogadores
para outra seleção, em Copa do Mundo, que não a brasileira: Pedro
Rocha e Pablo Forlán. A dupla uruguaia consagrada no Tricolor dos
anos 70 chegou no Mundial da Alemanha com a responsabilidade de
defender um país cabeça de chave da competição.

Forlán, que já havia disputado a Copa de 1966, atuou com a
camisa de número 4 às costas, e Pedro Rocha, veterano na maior
competição da FIFA, participou de sua quarta edição (jogou também
em 1962, 1966 e 1970), levando a camisa 10.

Ambos os jogadores participaram de todos os jogos do Uruguai na
Copa. Pena que a seleção oriental não foi muito adiante, caindo
ainda na primeira fase da disputa. Dos três jogos realizados,
somaram somente um ponto no empate com a Bulgária (1×1, gol de
Pavoni). Perderam para a Holanda (0x2), sensação, e Suécia
(0x3).

Forlán permaneceu no Tricolor até 1975 e o Verdugo foi três anos
mais além, até 1978.

 

A CAMPANHA DO BRASIL

Primeira fase

  • 13/06 – Frankfurt – Brasil 0x0 Iugoslávia;
  • 18/06 – Frankfurt – Brasil 0x0 Escócia;
  • 22/06 – Gelsenkirchen – Brasil 3×0 Zaire, gols de Jairzinho,
    Rivellino e Valdomiro;

Segunda fase

  • 26/06 – Hannover – Brasil 1×0 Alemanha Oriental, gol de
    Rivellino
  • 30/06 – Hannover – Brasil 2×1 Argentina, gol de Rivellino e
    Jairzinho
  • 03/07 – Dortmund – Brasil 0x2 Holanda;

3º & 4º lugares

  • 06/07 – München – Brasil 0x1 Polônia.

 

A CAMPANHA DO URUGUAI

Primeira fase

  • 15/06 – Hannover – Uruguai 0x2 Holanda;
  • 19/06 – Hannover – Uruguai 1×1 Bulgária, gol de Pavoni;
  • 23/06 – Düsseldorf – Uruguai 0x3 Suécia.

 

A DELEGAÇÃO BRASILEIRA

  • Chefe da Delegação: Eric Tinoco Marques;
  • Secretário da Chefia de Delegação: Kleber Caldas Camerino;
  • Assessor da Chefia de Delegação: Osvaldo Costa Lobo;
  • Tesoureiro: Sebastião Martinez Alonso;
  • Presidente da Comissão Técnica: Antônio do Passo;
  • Secretário da Comissão Técnica: Tarso Heredia de Sá;
  • Supervisor: Carlos Alberto Cavalheiro;
  • Administrador: José de Almeida Filho;
  • Treinador: Mário Jorge Lobo Zagallo;
  • Jornalista: Oduvaldo Cozzi;
  • Assistente Técnico: Cláudio Pecego Coutinho;
  • Preparadores Físicos: Admildo de Abreu Chirol, Carlos Alberto
    Gomes Parreira e Raul Alberto Carlesso;
  • Médicos: Dr. Lídio de Toledo e Dr. Mauro Pompeu de Souza
    Brasil;
  • Massagistas: Mário Américo e Abílio José da Silva “Nocaute
    Jack”;
  • Roupeiro: Emílio Antônio Bieri de Aguiar;
  • Cozinheiros: Mário Vieira da Rocha e Antônio dos Santos.

 

OS INSCRITOS PELO BRASIL

  • Goleiros: Leão (Palmeiras), Renato (Flamengo) e Waldir Peres
    (São Paulo);
  • Defensores: Alfredo Mostarda (Palmeiras), Marinho Chagas
    (Botafogo), Zé Maria (Corinthians), Luiz Pereira (Palmeiras),
    Nelinho (Cruzeiro), Marco Antônio (Fluminense) e Marinho Peres
    (Santos);
  • Meio-campistas: Ademir da Guia (Palmeiras), Dirceu (Botafogo),
    Carpegiani (Internacional), Paulo Cezar (Flamengo), Rivellino
    (Corinthians) e Piazza (Cruzeiro);
  • Atacantes: César (Palmeiras), Jairzinho (Botafogo), Leivinha
    (Palmeiras), Edu (Santos), Mirandinha (São Paulo) e Valdomiro
    (Internacional).

 

FICARAM FORA DA SELEÇÃO BRASILEIRA

Lista de espera:

  • Goleiros: Zecão (Portuguesa) e Wendell (Botafogo, cortado dos
    22);
  • Defensores: Eurico (Palmeiras), Gilberto Sorriso (São Paulo),
    Miguel (Vasco da Gama), Moisés (Vasco da Gama) e Toninho
    (Fluminense);
  • Meio-campistas: Carbone (Botafogo), Chicão (São Paulo), Dirceu
    Lopes (Cruzeiro) e Zé Carlos (Cruzeiro);
  • Atacantes: Enéas (Portuguesa), Manfrini (Fluminense), Palhinha
    (Cruzeiro), Ramón (Santa Cruz), Romeu (Atlético Mineiro), Zequinha
    (Botafogo) e Clodoaldo (Santos, cortado dos 22).

Pré-Convocações:

  • Vaguinho (Corinthians); Félix (Fluminense) e Carlos Alberto
    Torres (Santos).
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