O São Paulo na Copa do Mundo de 1962

O São Paulo na Copa do Mundo de 1962

Calendário 1/07/2014 - 01:51
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A história ilustrada do futebol brasileiro – volume III
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Revista “O Cruzeiro”
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Depois de doze anos e duas Copas seguidas no continente europeu, o principal torneio de futebol do mundo voltou a ser realizado na América. Em 1956, entre Argentina e Chile como opções, a FIFA escolheu esse último país para sediar o campeonato. A escolha foi muito criticada pois diziam que o país não tinha condições de receber o evento.

O brasileiro naturalizado chileno, Carlos Dittborn, presidente da Conmebol, chefiou a comissão local dos preparativos para a Copa, expandindo o Estádio Nacional e construindo o de Viña del Mar. É dele a famosa frase: “Por não termos nada, faremos tudo”. Foi realmente preciso começar quase do zero. Em março de 1960, com o maior terremoto que se tem registro em toda a história (9.5 pontos na escala Richter, com devastações também nas Filipinas, Japão e Estados Unidos em decorrência de tsunami), o Chile foi arrasado. 5 mil pessoas morreram e uma em cada quatro estavam desabrigadas.

Após grande mobilização nacional e obras construídas em tempo recorde, a Copa do Mundo pôde ser realizada no Chile. Dittborn, um dos maiores responsáveis, contudo, não chegou a assisti-la: morreu um mês antes da abertura devido a um ataque cardíaco.

 

OS SÃO PAULINOS

Entre março e abril de 1962, a CBD (Confederação Brasileira de Desportos), divulgou a convocação com a lista de 40 nomes enviados a FIFA. Nessa relação constavam cinco jogadores do Tricolor: Bellini, zagueiro; Jurandyr e De Sordi, também defensores; Benê, meia-ofensivo e o atacante Prado.

O veterano De Sordi, Benê e Prado não foram selecionados para a relação final de 22 jogadores inscritos na competição. Bellini foi inscrito com a camisa 13 e Jurandyr com a 14.

Bellini, que ergueu a Copa do Mundo pela primeira vez na história (quando era jogador do Vasco da Gama, em 1958), chegou ao São Paulo em março de 1962. Pelo Tricolor disputou 214 jogos e marcou um gol. Em época de vacas magras pela construção do Morumbi, o capitão não chegou a conquistar título algum de expressão pelo clube.  

Ao lado de Bellini, o defensor Jurandyr também esteve presente naquele torneio realizado no Chile como atleta são-paulino. Também novato no clube (chegou em fevereiro daquele ano), o defensor fez 419 partidas pelo time, sem marcar gol. Com melhor sorte que o companheiro, Jurandyr ainda foi campeão paulista de 1970 e 1971.

Nenhum dos dois tricolores, entretanto, chegou a entrar em campo nessa edição da Copa do Mundo. Mauro, ex são-paulino, era titular absoluto da defesa da Seleção Brasileira, assim como o jogador Djalma Santos.

O comando da Seleção Brasileira coube, mais uma vez, a dois são-paulinos. A delegação foi chefiada pelo Marechal da Vitória, Paulo Machado de Carvalho, dirigente que foi, também, duas vezes presidente do São Paulo. Já a chefia técnica ficou a cargo de Aimoré Moreira, pois Vicente Feola, o técnico do primeiro título, estava doente e sem condições de assumir essa responsabilidade. Aimoré, quando assumiu a chefia do time brasileiro, era técnico do Tricolor e manteve contrato com o clube para depois da competição mundial.

Porém, os processos de convocações e cortes de jogadores minaram o relacionamento do treinador com a diretoria do São Paulo. Dos cinco atletas pré-relacionados para a Copa, somente dois foram para o evento. E os dois não fizeram nenhuma partida. Assim, terminado o torneio, no dia 1º de julho, dirigentes e treinador romperam contrato.

 

A CAMPANHA

Primeira fase

  • 30/05 – Viña del Mar – Brasil 2×0 México, gols de Zagallo e Pelé
  • 02/06 – Viña del Mar – Brasil 0x0 Tchecoslováquia
  • 06/06 – Viña del Mar – Brasil 2×1 Espanha, gols de Amarildo (2)

Quartas de final

  • 10/06 – Viña del Mar – Brasil 3×1 Inglaterra, gols de Garrincha (2) e Vavá

Semifinal

  • 13/06 – Santiago – Brasil 4×2 Chile, gols de Garrincha (2) e Vavá (2)

Final

  • 17/06 – Santiago – Brasil 3×1 Tchecoslováquia, gols de Amarildo, Zito e Vavá

 

A DELEGAÇÃO

  • Chefe da delegação: Paulo Machado de Carvalho
  • Superintendente: Mozart Machado
  • Supervisor: Carlos Nascimento
  • Treinador: Aimoré Moreira
  • Administrador: José de Almeida
  • Olheiro: Ernesto dos Santos
  • Tesoureiro: Ronald Vaz Moreira
  • Secretário: Adolfo Marques
  • Roupeiro: Francisco de Assis
  • Cozinheiro: Aristides Pereira
  • Médico: Hilton Gosling
  • Psicólogo: Ataíde Ribeiro
  • Dentista: Mário Trigo
  • Massagista: Mário Américo
  • Jornalista: Ricardo Serra (O Globo)
  • Delegados: Luiz Murgel, Abílio Ferreira, Paulo Costa e Antônio Passo
  • Convidados de honra: João Mendonça e João de Paiva

 

OS INSCRITOS

  • Goleiros: Gylmar (Corinthians) e Castilho (Fluminense);
  • Defensores: Altair (Fluminense), Djalma Santos (Palmeiras), Bellini (São Paulo), Jair Marinho (Fluminense), Jurandyr (São Paulo), Mauro (Santos), Nílton Santos (Botafogo) e Zózimo (Bangu);
  • Meio-campistas: Zito (Santos), Zequinha (Palmeiras), Mengálvio (Santos) e Didi (Botafogo);
  • Atacantes: Amarildo (Botafogo), Coutinho (Santos), Pelé (Santos), Vavá (Palmeiras), Jair da Costa (Portuguesa), Pepe (Santos), Garrincha (Botafogo) e Zagallo (Botafogo).

 

FICARAM DE FORA

Lista de espera

  • Goleiros: Laércio (Santos) e Waldir (Palmeiras);
  • Defensores: Aírton (Grêmio), Aldemar (Palmeiras), Djalma Dias (América), Ivan (América), Joel Martins (Botafogo), Barbosinha (Vasco da Gama), De Sordi (São Paulo), Calvet (Santos) e Rildo (Botafogo);
  • Meio-campista: Carlinhos (Flamengo) e Benê (São Paulo);
  • Atacantes: Prado (São Paulo), Germano (Flamengo), Julinho (Palmeiras), Ney (Corinthians) e Quarentinha (Botafogo).

Cortados na pré-convocação

  • Chinesinho (Palmeiras), Dorval (Santos), Geraldo Scotto (Palmeiras), Servílio (Portuguesa) e Gérson (Flamengo).
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