“Ele é comprometido. A gente tinha muitos problemas na defesa e,
por isso, aceitamos que ele viesse para o Chile. Ele mandou uma
mensagem todo animado para o Milton Cruz dizendo que estava
chegando. Falei: “vem, gringo (riso)”. O Alvaro chegou aqui com
muita alegria e comprometimento. Ele tem experiência, pôde ajudar
na comunicação com o árbitro e mostrou que é um grande
profissional”.
O relato do técnico Muricy Ramalho, acima, resume os bastidores
da chegada do lateral-esquerdo Alvaro Pereira ao Chile para
defender o Tricolor na vitória sobre o Huachipato-CHI, por 3 a 2,
na noite desta quarta-feira (15), que garantiu o clube nas quartas
de final da Copa Sul-Americana de 2014. Como reconhecimento de seus
esforço e dedicação, o goleiro Rogério Ceni deu a braçadeira de
capitão ao camisa 6 no Estádio CAP.
“Deixei o Alvaro Pereira ser capitão por duas coisas: primeiro
por ser uruguaio e ter o domínio completo do espanhol. Eu já
conhecia esse árbitro. E outra porque vejo nele um exemplo de
superação e dedicação. Um cara que estava do outro lado do mundo,
voltou para jogar e ainda mandou mensagem, feliz, dizendo que
estava a caminho. É exemplo e motivo de orgulho para todos nós”,
revelou o M1TO.
A saga de Alvaro começou após a vitória da Celeste sobre Omã por
3 a 0, no Estádio Al Buraimi Sports Complex, na última
segunda-feira (13). De Al Ain, o jogador percorreu 160 km até
Dubai. De lá, retornou ao Brasil e após 12.247 Km chegou na capital
paulista. Depois, seguiu para Santiago (3.338 km) e dormiu na
capital chilena na noite passada. Nesta manhã, nos últimos 500 km
de sua viagem, o lateral foi para Concepción – base tricolor para o
duelo contra o Huachipato -, e pôde finalmente reencontrar os
companheiros.
Após 16.245 km, muitas horas de voos e diversos deslocamentos, o
uruguaio chegou para lutar com a equipe são-paulina pela
permanência do clube na competição continental. Vale lembrar
que antes de enfrentar Omã, o Uruguai encarou a Arábia Saudita (1 x
1) no dia 10, em Jeddah. O período de amistosos serviu para o
técnico Óscar Tabárez trabalhar o time de olho na disputa da Copa
América de 2015.
“A alegria de poder rever os meus companheiros não tem preço. E
são essas pequenas coisas que me fazem sentir importante no elenco.
Isso ficará marcado para sempre. Estava focado em ajudar o time e,
felizmente, conseguimos a classificação para as quartas de final”,
festejou o uruguaio, que tem sido sinônimo de raça do São Paulo na
temporada.