Mesmo antes de concretizar a negociação envolvendo Pato e
Jadson, uma coisa é certa: Paulo Henrique Ganso é o novo camisa 10.
Maestro da equipe, o armador será o dono da mística camisa
tricolor, que já foi de Pedro Rocha, Raí, Canhoteiro, Pagão, Terto,
Gerson, Teodoro, Pita e Leonardo, entre outros.
No São Paulo desde o final de 2012, quando conquistou a Copa
Sul-Americana, o meio-campista tem a confiança do técnico Muricy
Ramalho para ser o grande responsável pelas armações das jogadas.
Até aqui, Ganso participou de 76 jogos, balançou as redes cinco
vezes e deu 15 assistências, sendo o maior garçom do time em 2013,
com 12 passes certeiros para gol.
“Estou muito feliz e honrado de poder vestir a camisa do São
Paulo e, agora, usar a 10. Essa camisa já foi de tantos craques e
sinto uma felicidade imensa de poder fazer parte deste time. Meu
estilo de jogo é mais clássico, e dizem que um camisa 10 tem que
saber jogar dessa forma. Acho que vou conseguir unir o útil ao
agradável: o futebol clássico com a camisa 10”, afirmou o
maestro.
Mais do que isso, a maneira como trata a bola e serve os seus
companheiros fazem de Ganso um verdadeiro camisa 10 são-paulino,
que começou com Remo em 1948. Na ocasião, o Tricolor empatou por 2
a 2 com o Torino-ITA na partida em que pela primeira vez a equipe
jogou com uniforme numerado, com os algarismos sobrepostos às
faixas da camisa branca.
Na década de 50, na conquista do Campeonato Paulista de 1957,
Dino Sani usava a camisa 10 até a chegada de outro grande craque:
Zizinho, veterano consagrado que também fez história no clube. Até
mesmo Canhoteiro usou o número em uma partida ou outra entre 1954 e
1961.
Já nos anos 60, contudo, o nosso principal camisa dez foi Babá,
embora Del Vecchio, Pagão e Terto também a tivesse usado até a
chegada de Gerson, que encerrou a fila de títulos do time com a
conquista do Paulista de 1970 e o repeteco em 1971. Quando Gerson
não jogava, o 10 era Pedro Rocha, que praticamente se eternizou com
essa camisa no São Paulo, a ostentando até 1977. No primeiro titulo
brasileiro do clube, Neca, Teodoro e até Darío Pereyra usaram a 10
(aliás esse último usou nas fases finais e no jogo do título).
Depois, Heriberto, Everton (principalmente), Mário Sergio e
Renato usaram a 10 no início dos anos 80 até as chegadas de Falcão
e Pita, que a usou por um período maior e era o dono ca camisa no
título brasileiro de 1986. Pita praticamente passou a camisa 10
para Raí, que assumiu a camisa ainda em 1988 e consagrou uma era
com esse número no início dos anos 90, vencendo inúmeros
títulos.
Nos anos 90, alguns campeonatos adotaram numeração fixa, algumas
vezes não alterando muita coisa, como Juninho com a 10 na Conmebol
de 94 e Leonardo na Libertadores da América de 1994 e na Mercosul
de 2001. Já em outras oportunidades, trouxe curiosidades: Toninho
Cerezo na Supercopa de 1992 e mesmo Cafu foi camisa dez, na
Supercopa de 1993. Dodô chegou a ser a 10 na Mercosul de 98.
Em tempos mais recentes, os grandes expoentes foram Danilo na
Libertadores e Mundial, em 2005, Adriano em 2008 e Hernanes em 2009
e 2010. Jadson foi o último campeão internacional pelo Tricolor com
a 10, na Sul-Americana de 2012.