Nesta quarta-feira (26) é celebrado o Dia do Goleiro – oficializado em 1976, em homenagem a Manga, nascido nesta data, em 1937, e que disputou a Copa do Mundo de 1966. E para celebrar a data, o site oficial do clube resgata a ‘dinastia tricolor’ embaixo das traves.
A história dos grandes arqueiros do São Paulo começou em 1930, com Nestor. Nascido em 23 de fevereiro de 1907, na cidade de Santos, o jogador foi o primeiro atleta a defender a meta são-paulina. O primeiro goleiro da história do São Paulo defendeu as cores do clube em 35 jogos e acumulou 21 vitórias e 11 empates, sofrendo apenas três derrotas.
Curiosamente, além de ter sido o primeiro goleiro, Nestor foi também o primeiro sócio atleta do São Paulo, uma categoria de sócio patrimonial do clube que hoje não existe mais. Os jogadores, antes do profissionalismo, tinham que fazer parte do quadro de sócios do clube para poder jogar competições oficiais. Isso mudou em 1933.
Revelado no Paulistano, Nestor estreou no Tricolor com 23 anos, no primeiro jogo oficial da história do clube, contra o Ypiranga, no dia 16 de março de 1930, no campo da Floresta, pelo Campeonato Paulista. Em grande estilo, Almeida fechou o gol e garantiu o empate sem gols.
A despedida de Nestor ocorreu pouco depois de completar um ano no clube. Em 1º de maio de 1931, durante uma partida do São Paulo, o goleiro se contundiu gravemente e teve que abandonar definitivamente os gramados com apenas 24 anos. Nestor faleceu aos 85 anos no dia 3 de agosto de 1992, na capital paulista, pouco depois da primeira conquista do clube na Copa Libertadores da América.
Após Nestor, em toda a história, o São Paulo teve 93 goleiros que pisaram em campo no mínimo uma vez. Deste total, apenas 19 fizeram apenas uma única partida pelo time são-paulino. Só 46 arqueiros defenderam o Tricolor por no mínimo dez partidas. Os números mostram que, ao longo dos anos, a pequena área do São Paulo é protegida por verdadeiros soberanos dinásticos, que dominaram o gol por muitos anos, por vezes décadas.
De 1930 a 1935, o gol tricolor foi defendido por Joãozinho (1930-1931), Moreno (1932), Jose Lengyl (1933) e Jurandyr (1934-1935). Então, King assumiu pela primeira vez a posição, de 1936 a 1937. Na sequência, de 1937 a 1939, Caxambu foi o dono da camisa 1 antes do retorno de King, que voltou em 1940 e brilhou até 1944.
O arqueiro teve ótima participação no time campeão paulista de 1943. Esse título, aliás, marcou a consolidação do São Paulo como grande clube: palmeirenses e corintianos zombavam, lembrando o jogo da moeda: “se der cara, diziam eles, ganha o Palmeiras; e se der coroa, ganha o Corinthians. O São Paulo só ganhará se a moeda cair em pé”. Pois ela caiu, graças, também, as ótimas defesas de King.
Depois de King, Gijo (1944-1948, 143 jogos, campeão Paulista de 1945, 1946 e 1948) e Mário (1948-1950, 108 jogos, campeão Paulista de 1948 e 1949) defenderam o clube até a chegada de Jose Poy. De 1949 a 1962, em 525 jogos, o argentino marcou época na equipe. Foi um goleiro tão seguro que teve seu nome cotado para a Seleção Brasileira da Copa do Mundo de 1954, mesmo sendo argentino. A imprensa pressionou, os dirigentes chegaram a consulta-lo sobre a eventual naturalização, mas a ideia acabou não dando certo. Neste período, conquistou os estaduais de 1949 (sem jogar), 1953 e 1957.
Com a saída de Poy, Suly ocupou a meta tricolor de 1962 a 1966. Na sequência, Picasso (1967-1969, 163 jogos, campeão Paulista de 1970 e 1971) e Sergio Valentim (1970-1973, 202 jogos, campeão Paulista de 1970 e 1971) defenderam o gol são-paulino.
Após o trio, outro goleiro se destacou no São Paulo: Waldir Peres (1973-1984). Seu grande concorrente nos anos 70 e início de 80 era Leão, do Palmeiras. Mas Valdir era mais goleiro. Foi titular da Seleção Brasileira na Copa de 1982, integrando a equipe que, mesmo não tendo sido campeã, foi considerada a melhor do mundo, a exemplo do que ocorrera com a Hungria na Copa de 54 e a Holanda na de 74, além do Brasil de 50. Foi ainda um grande defensor de pênaltis. Pelo Tricolor, disputou 617 partidas e foi campeão Paulista de 1975, 1980 e 1981 e Campeão Brasileiro em 1977.
De 1985 a 1990, Gilmar Rinaldi foi o dono da posição. O gaúcho tinha uma característica que o diferenciava: era líder. Dentro do campo, orientava o time como ninguém, dando bastante tranquilidade principalmente para os defensores. Como tinha uma cultura acima da média e se expressava articuladamente, era muito procurado para entrevistas – e nelas sabia se valorizar e valorizar o São Paulo. Disputou 253 jogos e foi campeão Paulista de 1985, 1987 e 1989 e Campeão Brasileiro de 1986.
Na década de 1990, o gol tricolor foi de Zetti (1990-1996, 432 jogos). Quando veio do Palmeiras, em 90, era um goleiro comum. Quase ninguém previa que ele iria se consagrar no São Paulo, como ocorreu. Fez parte de uma das gerações mais vitoriosas no clube: campeão Mundial de 1992 e 1993; campeão da Taça Libertadores da América de 1992 e 1993; campeão da Supercopa da Taça Libertadores de 1993; campeão da Recopa Sulamericana de 1993 e 1994; campeão da Copa Master Conmebol de 1996; campeão Brasileiro de 1991; Campeão Paulista de 1991 e 1992. O arqueiro integrou a Seleção Brasileira campeã Mundial na Copa de 1994.
Então, Rogério Ceni(1997-2015) eternizou a sua história no futebol mundial. Líder da equipe, eterno camisa 01 nunca escondeu o seu amor pelo Tricolor. Ao longo da carreira, balançou as redes, praticou inúmeras grandes defesas e foi construindo o seu nome na história do São Paulo. Sempre competitivo e honrando as cores do clube, o arqueiro colecionou conquistas, com destaque para as Libertadores e os Mundiais de 1993 e 2005, a Copa Conmebol de 1994, o Tricampeonato Brasileiro, em 2006, 2007 e 2008, e a Copa Sul-Americana de 2012. Por tudo isso e inúmeras defesas e gols, Rogério marcou época…
Atualmente, o gol são-paulino é defendido por Renan Ribeiro, Denis e Sidão, além do jovem Lucas Perri que integra o elenco principal. Os três disputam a posição da equipe dirigida pelo técnico Rogério Ceni e assim como seus antecessores trabalham para dar sequência à ‘dinastia tricolor’.