Na reta final da preparação para as Paralimpíadas do Rio de Janeiro 2016, a Seleção Brasileira de Futebol de 7, que está alojando e usando as instalações do Centro de Formação de Atletas Laudo Natel, em Cotia, até o dia 5 de setembro, quando partirão para os jogos, realizou um amistoso com a equipe Sub-16 do São Paulo na tarde desta quinta-feira, 1 de setembro.
Fazendo dois treinamentos por dia, os comandados do técnico Paulo Cabral estão focados em acertar os detalhes para a conquista de uma medalha. Na última terça-feira, já haviam realizado um amistoso com a equipe Sub-19 Tricolor. Nesta tarde, foi a vez do Sub-16.
Em jogo bastante disputado do começo ao fim, sem limite de troca de jogadores, colocando todas peças disponíveis de ambos os lados para atuar, o técnico Paulo Cabral pode observar detalhes e erros a serem mudados antes da estreia na Paraolimpíada, no dia 8 de setembro, diante da Grã-Bretanha.
“Os amistosos são a parte mais importante desta fase de preparação, que é a nossa oitava e última. Procuramos equipes com qualidade. Não dá para se enganar jogando com equipes inferiores como adversário apenas para vencer. Uma equipe como essa do São Paulo só vem a nos fortalecer”, comentou o treinador.
Sobre ver a equipe pronta para os jogos no Rio de Janeiro, Paulo está otimista com o bom trabalho feito. “A equipe evoluiu muito, ainda pecamos em alguns detalhes, até mesmo no treinamento vemos isso. Além disso, temos dois jogadores lesionados, e estamos nos adaptando com jogadores de outras posições, mas conseguimos manter o bom nível. Temos uma equipe forte para disputar medalha”, findou.
Esta Seleção, formada por atletas com paralisia cerebral, ganhou medalha de ouro, em 2015, nos Jogos Parapan-Americanos, vencendo da Argentina na fase final. Em Paralimpíadas, a seleção já conquistou uma medalha de bronze na disputa em Sydney, em 2000, e uma medalha de prata em Antenas, em 2004.
Para Menta, técnico do Sub-16, a experiência é válida dentro e fora das quatro linhas. “Foi uma experiência muito agradável. Apesar de ser futebol, as regras são diferentes e os atletas têm um grau de deficiência, porém, totalmente aptos a participar do esporte em nível competitivo. Eles fizeram um jogo bastante difícil para nós, ótimo para treinar, mas aprendemos mais ainda pela experiência de vida, superação. Meus atletas verem esses meninos jogando em alto nível os dá motivação maior para buscarem seus espaços”, analisou.
Incentivando o esporte paralímpico e apoiando a equipe de Futebol de 7, o São Paulo Futebol Clube disponibilizou suas dependências em Cotia para que fosse utilizada pelos atletas na preparação final para os jogos. Além dos campos, o alojamento e a parte de alimentação são oferecidos pelo Tricolor. A academia e o Reffis também estão sendo utilizados, sem interferir na rotina dos jovens atletas do São Paulo, que convivem em plena harmonia com os jogadores da Seleção.
Seleção Brasileira de Futebol de 7 nos jogos Paralímpicos Rio 2016
Grupo A: Ucrânia, Brasil, Grã-Bretanha e Irlanda
Grupo B: Irã, Holanda, Argentina e EUA
Primeira fase:
8 de setembro, às 10h, Brasil x Grã Bretanha
10 de setembro, às 19h, Irlanda x Brasil
12 de setembro, às 19h, Ucrânia x Brasil
14 de setembro, Semifinal
16 de setembro, final e disputa do 3º lugar
Entenda as regras
A modalidade é exclusivamente masculina e praticada por atletas com paralisia cerebral. De acordo com o grau da paralisia, os atletas são classificados em classes de 5 a 8, sendo que o maior número representa o maior potencial funcional. Durante a partida, o time precisa ter no máximo dois atletas da classe 8 e, no mínimo, um de classe 5 ou 6.
A partida do futebol de 7 é disputada entre sete jogadores de cada seleção, além de sete reservas, em um campo com dimensões menores que o convencional, de, no máximo, 75 metros por 55 metros. A duração também é menor, de 60 minutos, divididos em dois tempos de 30 minutos. Não existe impedimento e a cobrança lateral é feita com uma mão e com a bola rolando.