Na despedida de Kaká, Tricolor assegura vaga na fase de grupos da Libertadores

“Olêêê, olêêê, olêêê, olááááá, Kaká, kaká”. Foi, sem dúvida, uma tarde especial e memorável para o craque Kaká neste domingo (30). No empate com o Figueirense por 1 a 1, que garantiu o Tricolor na fase de grupos da Libertadores da América de 2015, o camisa 8 se despediu da torcida são-paulina no Morumbi antes de seguir para o Orlando City-EUA no início da próxima temporada. Ovacionado desde os primeiros minutos pelos torcedores e com direito a queima de fogos após o apito final, o craque teve todo o seu esforço reconhecido no clube.

Ao término do confronto válido pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, com gols de Edson Silva e Mazola, o meia-atacante se dirigiu ao símbolo da equipe no estádio e fez questão de saudar os torcedores antes de se despedir. Com o resultado, o time são-paulino assegurou o vice-campeonato, com 70 pontos, e não pode ser mais alcançado pelo terceiro colocado. No próximo final de semana, diante do Sport, a equipe fará a sua última partida na competição nacional deste ano. 

Sem Michel Bastos e Souza (suspensos pelo STJD), Maicon (aprimorando a forma física após se recuperar de lesão no joelho), Rodrigo Caio e Lucão (no Departamento Médico), o técnico Muricy Ramalho escalou o time são-paulino com Rogério Ceni; Auro, Rafael Toloi, Edson Silva e Alvaro Pereira; Denilson, Hudson, Kaká e Paulo Henrique Ganso; Luis Fabiano e Alan Kardec.

Assim como fez no primeiro jogo de Kaká no Morumbi após o seu retorno, o capitão Rogério Ceni deu a braçadeira ao camisa 8, que foi muito festejado pela torcida desde os instantes iniciais. Com a bola rolando, o São Paulo teve dificuldades de sair para o jogo e demorou para assustar o arqueiro adversário. Deste modo, a partida começou bem fria na capital paulista.

Os dois times tinham problemas de seguir com as jogadas, principalmente pela eficiente marcação no meio de campo, e o confronto ficou truncado. O Figueirense marcava muito bem e não deixava espaços para os paulistas arriscarem. Apesar de ter mais posse de bola, a equipe são-paulina não conseguia invadir a grande área tabelando. Então, a solução foi tentar pelo alto.

Aos 16 minutos, Kardec caiu pela direita e centrou para Luis Fabiano, que meio sem ângulo não acertou o cruzamento. A bola foi pelo alto e assustou Volpi. Para tentar outras alternativas, o Fabuloso voltava para buscar jogo, mas encontrava uma defesa catarinense bem postada. Recuados, os visitantes só tentavam as investidas nos contragolpes, mas paravam no bom posicionamento dos zagueiros são-paulinos.

Foi com um defensor, aliás, o melhor ataque do Tricolor. Aos 33, Toloi bateu falta com força, da intermediária, mas Tiago Volpi fez boa defesa e espalmou para escanteio. Para manter a pressão, São Paulo forçava mais o jogo. Kardec se movimentava mais pelas laterais, e volantes avançavam na marcação e no apoio.

Porém, os meio-campistas rivais congestionavam o setor e deixavam a partida mais cadenciada. Assim, somente em outra forte cobrança de falta de Rafael Toloi os donos da casa assustaram novamente antes do intervalo. Aos 44 minutos, o camisa 2 encheu o pé, tirou a bola da barreira, mas viu a sua finalização passar rente a trave adversária: 0 a 0 na primeira etapa.

E se o primeiro tempo foi morno, o segundo foi totalmente diferente. Logo no início, os catarinenses carimbaram o travessão do M1TO e assustaram. No entanto, sem deixar os visitantes gostarem do jogo, o Tricolor tratou de dar a resposta. Aos 5, em contra-ataque, Luis Fabiano bateu cruzado, com perigo e deu o troco. Mais movimentada, a etapa complementar contou com boas chances e levantou o torcedor nas arquibancadas.

Com o confronto mais aberto e veloz, as oportunidades foram surgindo pouco a pouco. Aos 10, o Fabuloso avançou pelo meio e acertou o travessão adversário em potente chute de fora da área. Emocionante, a partida ficou mais interessante. O time são-paulino era outro, com Luis Fabiano e Alan Kardec se deslocando bem e Kaká bem ligado no duelo.

Para manter a pegada e explorar as jogadas pelas laterais, Muricy apostou na entrada de Osvaldo no lugar de Alan Kardec. Bem aberto pela esquerda, o camisa 17 tentava aproveitar os espaços para surpreender. E quando os anfitriões eram superiores, o zero saiu do placar. Aos 24 minutos, Osvaldo cobrou bem o escanteio, Edson Silva subiu mais alto que a zaga do Figueira e conferiu de cabeça: 1 a 0 e muita comemoração da torcida.

Então, aos 38 minutos, o momento mais emocionante do embate. Substituído por Alexandre Pato, o craque Kaká foi ovacionado pelos torcedores. O camisa 8 entregou a faixa de capitão ao atacante Luis Fabiano e foi abraçado pelos companheiros. Em pé, a torcida aplaudiu o armador que, visivelmente emocionado, retribuiu o carinho com aplausos.

O jogador ainda era festejado, quando os catarinenses empataram, no lance seguinte, e deram números finais ao confronto com Mazola. O tento do rival, porém, não diminuiu em nada a festa para Kaká, que foi um dos grandes destaques da equipe paulista no Campeonato Brasileiro de 2014. Obrigado, Kaká!