Indicado pelo zagueiro Diego Lugano, que fez história no
Tricolor, o lateral-esquerdo Alvaro Pereira parece querer trilhar
os mesmos caminhos do compatriota. Apesar de pouco tempo no clube –
foi contratado no início da temporada -, o camisa 6 já parece
adaptado ao São Paulo e, aos poucos, vai ganhando a confiança da
torcida.
Os números mostram a eficiência do jogador, que marcou o gol da
equipe são-paulina no empate com o São Bernardo (1 a 1), na última
quinta-feira (20), e tem se destacado neste Campeonato Paulista.
Alvaro participou diretamente de aproximadamente um terço dos gols
da equipe neste ano. Com quatro passes, ele é o principal
assistente do elenco. Além disso, sofreu o pênalti convertido por
Rogério Ceni na derrota para a Ponte Preta (2 a 1).
No entanto, não é apenas nas estatísticas que o uruguaio tem
conquistado o seu espaço no Tricolor. Líder dentro de campo, o
atleta já é uma das referências no time. Nas comemorações dos gols,
é comum ver o lateral fazendo questão de abraçar os seus
companheiros e mostrar a união do grupo são-paulino.
“O Alvaro é um cara extremamente profissional, como é
característica do uruguaio e do Lugano, e sempre chega duas horas
antes do treino. É comum ver ele se preparando para os jogos, com
aquela raça uruguaia, e isso contagia o grupo. Ele tem experiência,
jogou Copa do Mundo e tem esse espírito vencedor. Sem dúvida, é um
exemplo de raça, dedicação e vontade de vencer para o elenco. E
isso ele deixa transparecer toda vez que entra em campo”, afirmou o
goleiro Rogério Ceni, que teve a opinião compartilhada pelo técnico
Muricy Ramalho.
“Ele nunca sente dores, reclama ou fala que algo está
doendo. Esses dias ele machucou o dedo, perguntaram se estava bem,
mas ele falou que tinha mais quatro para usar (risos). Ele não se
entrega nunca, e passa isso para os garotos. Já virou um exemplo
pra gente, porque o ambiente ficou muito bom. É fundamental isso
que ele passa no dia a dia”, avaliou o comandante.
Além dos ídolos tricolores, o volante Souza também elogiou o
camisa 6. No Porto-POR, o meio-camísta atuou com o uruguaio. No
Velho Continente, ao lado do lateral-esquerdo, o marcador
conquistou vários títulos com o clube português, como a Liga Europa
de 2010/11, e viveu um dos melhores momentos de sua carreira.
“Trabalhei dois anos com o Alvaro e ele dispensa
comentários. Já o acompanhava pela seleção e, dentro de campo, ele
não gosta de perder. Nem rachão (risos). Ele disputa todos os
lances e faz de tudo para sair vitorioso. É um grande amigo, e
vamos juntos tentar ajudar o time. A torcida pode ter certeza de
que faremos de tudo para que isso aconteça”, disse o jogador.