Apresentado pelo Presidente Carlos Augusto de Barros e Silva e ao lado do executivo de futebol Raí, Lugano concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira (30) e falou sobre a sua nova trajetória no Tricolor: agora como superintendente de relações institucionais do clube.
Após receber as boas-vindas, o uruguaio revelou as suas expectativas para este desafio na carreira. “Muito orgulhoso e feliz pela oportunidade do São Paulo. Vou reiniciar dentro do futebol. É um passo transcendental. A exigência e a confiança do São Paulo me alegram. Essa ligação com o São Paulo aconteceu há 16 anos, quando cheguei e tivemos um vínculo muito especial, além da bola, de ganhar ou perder, jogar bem ou mal”, afirmou o ex-zagueiro, que completou.
“Compartilhamos valores, princípios, de como enxergar o futebol e a instituição como um todo, o que deveria oferecer ao torcedor e à sociedade, algo muito mais profundo, do que um simples resultado esportivo. Essa era minha mentalidade como jogador e agora nessa função vou tentar implementar essa ideia, de ter essa ligação com a torcida, entre jogadores, funcionários, meninos da base, que seja algo mais profundo. Que o São Paulo crie grandes cidadãos e que transmitam coisas boas. Esse é o desafio”, avaliou.
Nesta nova fase, o uruguaio será responsável por representar o Tricolor e seus princípios fora do clube e difundir seus valores internamente, principalmente com atuação no departamento de futebol. “Tenho um diagnóstico do que é São Paulo. Minha colaboração e intercâmbio será com os integrantes do futebol, mas a prioridade é outra. O São Paulo vai jogar a Libertadores Sub-20, no Uruguai, na próxima semana, então a instituição me vê importante nisso. Minha presença no CT não vai ser diária e no vestiário também não com tanta frequência, mas à disposição do que Raí e Ricardo Rocha precisem de mim”, explicou.
O eterno camisa 5 do Tricolor encerrou a sua trajetória como o atleta do São Paulo com títulos e uma série de episódios marcantes que estão eternizados na memória do torcedor são-paulino. Sua despedida dos gramados foi na rodada de encerramento do Campeonato Brasileiro de 2017, quando encarou o Bahia (1 x 1) em um domingo emocionante no Morumbi, com mais de 60 mil torcedores nas arquibancadas.
“Um grande desafio seria conseguir fazer com que os jogadores que chegam saibam o que representa a instituição. Não significa ser campeão sempre, mas ter conduta profissional, respeitar a torcida e todos os que fazem o futebol. Isso é o que faz os grandes times do futebol. Nos últimos anos talvez esqueceram a origem e a essência do São Paulo. Talvez esse seja nosso maior problema. Queremos reerguer as coisas internamente para consolidar. Essa lealdade e crítica devem acontecer sempre para esse respeito e sentimento de “pertencer” seja mais forte. É o principal para ter bons resultados”, analisou.
Lugano já atua no dia a dia do CT da Barra Funda e acompanhou a delegação no clássico do último final de semana. “Quero agregar valores com exemplo. São ações diárias pequenas no dia a dia para transmitir os exemplos. Cada dia é mais difícil gerir futebol. Cada jogador é uma empresa que movimenta muita gente interessada, que não estão dentro do clube, com valores de mercado para o mundo real totalmente exorbitantes. Esses atletas são muito novos. Foi o que fizemos toda a vida: gerindo grupos no vestiário. Por isso é o diferencial dos ex-jogadores nessa função: a vivência de quase duas décadas. Isso não se estuda, nem se aprende. Isso se vive. Porém, temos muito para aprender, visualizar o macro institucional. Esse é o maior desafio. Unir experiência como jogador e agora a visão institucional”, finalizou.