O elenco são-paulino está de férias, a comissão técnica também, assim como a maior parte dos funcionários. No CT da Barra Funda quase ninguém transita nesta época. Exceção é o meia Cañete. Cinco semanas após passar por delicada cirurgia no joelho direito, o argentino segue trabalhando em dois períodos, sem folga. Inclusive vai passar o Natal longe da família. Esforço que vale a pena.
“O clube me motiva. O São Paulo me trata como um filho e isso me dá força. Sou muito agradecido por tudo. Por mais difícil que seja este momento, busco força todos os dias porque quero vencer aqui, conquistar títulos e retribuir tudo. Eu tenho certeza que meu futuro aqui vai ser muito bom”, diz.
O começo de sua trajetória no Tricolor não tem sido fácil. Contratado junto ao Boca Juniors para ser o tão sonhado meia que a equipe ainda necessita, Cañete teve duas lesões musculares e atuou poucos minutos. Quando parecia estar bem para enfim ganhar sequência na equipe, o argentino sofreu sua lesão mais grave ao romper os ligamentos do joelho direito em partida contra o Vasco, em São Januário. Foi um duro golpe.
“Já vinha com outras lesões menores que não me deixavam ter sequência e isso me deixava triste. Quando rompi os ligamentos, pensei em muitas coisas, fiquei muito abatido mesmo. Mas são coisas de nossa profissão. Tenho que ser forte. Minha família deu todo o apoio e o clube também. Agora só penso em me recuperar”, ressalta.
No primeiro mês de recuperação, Cañete morou no CT. Hoje, já pode voltar pra casa, mas ainda com várias restrições – uma delas é não poder colocar o pé no chão. Diante de tantas dificuldades, seu divertimento está em casa.
“Não posso colocar o pé no chão, por isso meu passatempo é ficar em casa, jogar videogame com meu irmão, assistir a um filme ou mesmo fazer um churrasco, mas sempre em casa. Não gosto de ficar de muletas pela rua”, diz.
O ano de 2012 é aguardado com ansiedade pelo são-paulino. Por passar o Natal longe da família, sozinho, em recuperação no Reffis, só poderá ver seus parentes na virada do ano. Os sacrifícios valem a pena. “Quero voltar a jogar antes do previsto, ficar bem e mostrar meu futebol aqui. Não vejo a hora. O torcedor pode estar certo que vou voltar bem”, afirma.
Confiança total
O fisioterapeuta Ricardo Sasaki é quem mais tem convivido com Cañete. Todos os dias, em dois períodos, Sasaki orienta o argentino no trabalho de reabilitação. O que mais chamou a atenção do fisioterapeuta foi a confiança do meia desde o momento da lesão. Ele afirma que, apesar de estar cedo para fazer qualquer avaliação, o jogador está bem.
“Está sendo muito difícil pra ele, especialmente por ser estrangeiro e ter se lesionado com pouco tempo de clube, ainda se adaptando ao país. Mesmo assim, desde o primeiro momento, ele confiou muito nos profissionais do clube, nas indicações que fizemos e orientações que passamos. Ele sabe que o sacrifício vale a pena e vem todos os dias muito motivado a passar uma nova etapa. Ele já está dobrando a perna num ângulo de quase cem graus”, diz.