Neste domingo contra o Atlético-MG, no Morumbi,
Lucas completará 100 jogos com a camisa do São Paulo.
E nesta data especial, nada melhor que o próprio jogador contar sua
história. Por isso, o Site Oficial propôs que ele escrevesse aos
torcedores são-paulinos tudo que passou desde 2010, quando foi
promovido ao elenco profissional:
“Tudo começou lá na Arena da Baixada. Eu tinha apenas 17
anos. O Milton Cruz assumiu o time depois da saída do Ricardo
Gomes. Tive a oportunidade de entrar no jogo contra o Atlético-PR.
Foi muito especial e emocionante para mim. Jamais vou
esquecer.
Depois da estreia foi muito curioso, pois três jogos após
essa partida eu já fui titular pela primeira vez. Foi contra o
Vasco, no Morumbi. Depois disso nunca mais sai do time. Empatamos
em 0 a 0, mas me lembro que fui muito bem, com boas jogadas. Minhas
mãos e pés suavam, mas foi um dia muito especial.
Passaram alguns jogos e teve aquele episódio com o meu
apelido, que era Marcelinho. Foi um apelido que carreguei por um
bom tempo, desde os seis anos, mas quando cheguei no profissional
começou a dar problema, até pela rivalidade ficavam comparando.
Isso não é legal. Não queria fazer minha carreira com o nome de uma
outra pessoa. Queria meu nome de batismo e também foi um pedido da
minha mãe.
O primeiro gol sempre é inesquecível para qualquer jogador.
O meu foi lá em Minas contra o Atlético-MG. Ganhamos por 3 a 2.
Começamos vencendo com um gol do Casemiro, mas eles viraram. Aí fiz
um gol e dei o passe para Fernandão. É outro momento marcante para
mim.
Desde que comecei a ser titular acho que fui bem, mas o
momento que me firmei mesmo foi quando eu voltei do Sul-Americano
em 2010 com a Seleção Sub-20. Ali todo mundo passou a conhecer o
Lucas. Fiz três gols na final contra o Uruguai, estava com a camisa
10. Voltei ao São Paulo com outros status.
Mas também passei por momentos ruins. Em 2011, quando
perdemos para o Avaí na Copa do Brasil foi muito triste. Fui
bastante cobrado, mas logo em seguida vencemos cinco partidas no
Brasileiro. Outro momento ruim também que foi quando tivemos uma
sequência ruim nesta competição. Me xingaram bastante e foi muito
difícil.
É difícil você agradar a todos, sempre vai ter alguém que
não gosta de você. Mas ainda falta muito para eu ser ídolo. Ainda
não conquistei nada. Quero colocar o São Paulo de volta na
Libertadores. Sei do patamar que eu alcancei no clube, jamais vou
fugir disso. Quero deixar os torcedores felizes e
satisfeitos.
Eu sou assim. O Lucas do dia a dia é este que todos veem
dentro de campo e nas entrevistas. Sou de bem com a vida, alegre e
sempre procuro trazer bom humor no ambiente em que estou. Também
sou muito família, gosto de estar sempre com meus amigos e
familiares. Por incrível que pareça, ainda sou um garoto, que joga
bola na rua. Nunca esqueci minhas origens.
A vida é assim. Tudo passa muito rápido e estes 100 jogos
também passaram. Parece que foi ontem o jogo na Arena da Baixada.
Desde então já passei pela Seleção de base e principal também…
Aconteceram muitas coisas e estou aproveitando bem este tempo e
fico contente por isso. Sei que tem muita coisa pela frente
ainda.
Mas já tem uma história bonita para contar. Espero escrever
muitas outras páginas, mas já tem um bom começo e com certeza vou
escrever muitas páginas deste livro. Espero completar com títulos e
finalizar esta história com alegria e satisfação”.
Lucas Rodrigues Moura da Silva
Confira os números de Lucas no São Paulo:
Estreia
Em agosto de 2010, Lucas, ainda Marcelinho, entrou no
segundo tempo do empate com o Atlético-PR na Arena da Baixada, pelo
Campeonato Brasileiro.
Titular
Após três jogos, Lucas estreou como titular. O são-paulino começou
a partida diante do Vasco no Morumbi. O garoto teve boa atuação no
empate sem gols, também pelo Brasileiro. Desde então ele nunca mais
saiu do time.
Primeiro gol
A primeira vez que balançou a rede adversária foi
justamente contra o Atlético-MG. Em setembro de 2010, ele fez um
dos gols no triunfo por 3 a 2, no Ipatingão.
Desempenho
Em 99 partidas, Lucas conquistou 54 vitórias, 22 empates, 23
derrotas – aproveitamento de 61,9%.
Artilheiro e garçom
Lucas tem mostrando que além de gols decisivos, também é
um bom assistente. Desde 2010, ele fez 25 gols e deu 18
asssistências.