Kiatleta Fábio Jesus Correia é o melhor brasileiro na 97ª Corrida de São Silvestre

Na manhã deste sábado (31), foi realizada na cidade de São Paulo a 97ª Corrida de São Silvestre, tradicional prova brasileira de pedestrianismo, que terminou com a vitória do ugandês Andrew Kwemoi. Joseph Panga, da Tanzânia e Maxwell Rotich, de Uganda, chegaram nas segunda e terceira posições. Já o melhor brasileiro na disputa foi o kiatleta tricolor Fábio Jesus Correia, que cruzou a linha de chegada na quarta colocação e alcançou o pódio.

Fábio Jesus Correia é integrante da equipe de atletismo São Paulo FC/Kiatleta desde 2019. O corredor ganhou destaque em 2016, quando premiado na 8ª Corrida da Paz Troféu Ivanildo Dias, competição co-promovida pelo coordenador do projeto Kiatleta, Toninho Carlos e realizada na região de Lagoa das Pedras, no sertão baiano.

Em pouco tempo, Fábio acumulou grandes resultados. Em 2021, já liderava o ranking brasileiro sub-23 de provas de 5 mil e 10 mil metros rasos, sendo convocado para representar a seleção nacional da categoria no Sul-Americano de Atletismo em Guayaquil, no Equador. De lá, regressou com o ouro nos 10 mil metros e a prata nos 5 mil metros.

Possui premiações de destaque também no Pan-Americano Sub-23 (prata nos 5 e 10 km), Brasileiro Sub-23 (prata e bronze), Copa Brasil de Fundo de 2022 e o bicampeonato paulista sub-23 de 10 mil metros.

HISTÓRICO DO TRICOLOR NA SÃO SILVESTRE

O Sao Paulo possuiu um verdadeiro esquadrão no atletismo entre os anos 1940 e os anos 1960, fato que levou o clube a ser o maior campeão da Corrida Internacional de São Silvestre, a mais tradicional e importante corrida do pedestrianismo nacional. Criada por Cásper Líbero, de A Gazeta, em 1925, tornou-se uma prova internacional em 1945. Nos dois primeiros anos nesta nova categoria, um brasileiro sagrou-se vencedor. Após, uma incrível sequência de vitórias de estrangeiros se manteve até a vitória, em 1980, de um novo brasileiro, enfim. O curioso nesta história: os campeões antes e após jejum eram do São Paulo!

O fato quase seria apagado da história, não fosse alguns poucos registros em livros, jornais e revistas antigas, mas Sebastião Alves Monteiro era atleta do São Paulo FC quando de suas vitórias em 1945 e 1946 (embora, mesmo como atleta são-paulino durante a primeira edição, tenha se registrado como competidor da Força Policial por lá estar “servindo”, à época). 

Sebastião era o recordista brasileiro dos 10 mil metros, o que talvez justifique o bicampeonato naquela prova de, então, somente 7km. Fora também campeão sulamericano de cross country de 1947, além de inúmeras outras conquistas.

O outro bicampeão (1980, 1985), José João da Silva, acabou com aquele incômodo jejum de maneira épica, em plena noite paulistana. José João relata que demorou cerca de um ano para compreender a façanha que alcançara. E poderia ter alçado muito mais, não fosse uma fratura no braço que o impediu de participar das duas provas seguintes. Em sua re-estréia, vice, perdendo para o campeão olímpico, o português Carlos Lopes.

Em 1985, a reafirmação de um herói, José João foi campeão em cima daquele que se tornaria, nos anos seguintes, tetracampeão da São Silvestre, Rolando Vera – equatoriano.

Não bastasse o São Paulo possuir quatro títulos individuais na São Silvestre, o clube também foi várias vezes campeão da disputa coletiva, entre clubes. Antigamente, grande maioria dos atletas que tomavam parte da prova eram federados à clubes, e não participantes independentes, como hoje (ou ainda filiados a pseudos-clubes, que na verdade são somente patrocinadores).

O São Paulo fora campeão da Corrida de São Silvestre, por equipes, em: 1942, 1943 (ambos ainda na fase nacional), 1948, 1954, 1955, 1956, 1957, 1960, 1963 e 1986. Decacampeão. E ainda foi vice-campeão em 1946 e 1951.