Como é notório, o Sao Paulo Futebol Clube possuiu um verdadeiro
esquadrão no atletismo entre os anos 40 e os anos 60. Competidores
de alto nível levaram o clube a um
tetradecacampeonato seguido no Estadual – isso
mesmo, 14 títulos – e um hexacampeonato no Troféu
Brasil (sendo pentacampeão de forma consecutiva, tomando assim a
posse definitiva daquele gigante troféu), e a centenas de outras
competições nacionais e internacionais, culminando com a
medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1952, de
Adhemar Ferreira da Silva e seus recordes mundiais
no salto triplo, em 1952 e 1955 – nesse último, nos Jogos
Pan-Americanos.
Mas é bom lembrar de outra grande façanha do atletismo tricolor:
ser o maior campeão da Corrida Internacional de São Silvestre, a
mais tradicional e importante corrida do pedestrianismo nacional.
Criada por Cásper Líbero, de A Gazeta, em 1925, tornou-se uma prova
internacional em 1945.
PROVA INDIVIDUAL
Nos dois primeiros anos nesta nova categoria, um brasileiro
sagrou-se vencedor. Após, uma incrível sequência de vitórias de
estrangeiros se manteve até a vitória, em 1980, de um novo
brasileiro, enfim. O curioso nesta história: os campeões antes e
após jejum eram do São Paulo!
O fato quase seria apagado da história, não fosse alguns poucos
registros em livros, jornais e revistas antigas, mas Sebastião
Alves Monteiro era atleta do São Paulo FC quando de suas vitórias
em 1945 e 1946 (embora, mesmo como atleta são-paulino durante a
primeira edição, tenha se registrado como competidor da Força
Policial por lá estar “servindo”, à época).
Sebastião era o recordista brasileiro dos 10 mil metros, o que
talvez justifique o bicampeonato naquela prova de, então, somente
7km. Fora também campeão sulamericano de cross country de 1947,
além de inúmeras outras conquistas.
Nosso outro bicampeão (1980, 1985), José João da Silva, acabou
com aquele incômodo jejum de maneira épica, em plena noite
paulistana. José João relata que demorou cerca de um ano para
compreender a façanha que alcançara. E poderia ter alçado muito
mais, não fosse uma fratura no braço que o impediu de participar
das duas provas seguintes. Em sua re-estréia, vice, perdendo para o
campeão olímpico, o português Carlos Lopes.
Em 1985, a reafirmação de um herói, José João foi campeão em
cima daquele que se tornaria, nos anos seguintes, tetracampeão da
São Silvestre, Rolando Vera – equatoriano.
COMPETIÇÃO COLETIVA
Não bastasse o São Paulo possuir quatro títulos individuais na
São Silvestre, o clube também foi várias vezes campeão da disputa
coletiva, entre clubes. Antigamente, grande maioria dos atletas que
tomavam parte da prova eram federados à clubes, e não participantes
independentes, como hoje (ou ainda filiados a pseudos-clubes, que
na verdade são somente patrocinadores).
O São Paulo fora campeão da Corrida de São Silvestre, por
equipes, em: 1942, 1943 (ambos ainda na fase nacional), 1948, 1954,
1955, 1956, 1957, 1960, 1963 e 1986. Decacampeão. E ainda foi
vice-campeão em 1951.
CAMPEÕES
Fase Nacional – Individual Masculino
Fase Internacional – Individual Masculino