Em Itabirito (MG), no dia 26 de julho de 1931, nasceu Telê Santana, para muitos, o “Fio de Esperança”, para os são-paulinos, o eterno “Mestre Telê”. Ídolo por onde passou, consagrou o futebol arte na Seleção Brasileira, mostrando que ser campeão somente não bastava, era preciso tornar cada partida um momento inesquecível.
No São Paulo Futebol Clube, Telê fez história conquistando dez títulos oficiais e outros tantos torneios nacionais e internacionais. As taças dos dois mundiais interclubes, as duas Libertadores da América e o Brasileiro de 1991, que elevaram o nome do Tricolor a um patamar nunca antes estabelecido, são, entretanto, as maiores conquistas dentre suas menores vitórias: obstinado em recuperar a imagem que consagrou internacionalmente o futebol brasileiro, lutou até onde pode para provar que um time técnico e bonito de se ver podia ser vencedor. E conseguiu.
Telê chegou para fazer história em 1990, ano em que o time não se encontrava dentro de campo. Como o elenco são-paulino, o técnico também buscava redenção: taxado por muitos críticos como “pé frio”, após formar as belíssimas – mas não vencedoras – seleções brasileiras de 1982 e 1986.
O treinador, que já havia comandado o Tricolor por pouco mais de um semestre em 1973, não queria assumir a equipe: “Não, não, não quero saber de futebol”. Telê teve uma saída um pouco traumática do emprego anterior, no Palmeiras.
No dia em que teria que viajar para a capital paulista e negociar com o Tricolor, Telê havia realmente desistido. Somente com a ameaça de Carlos Caboclo, amigo de longa data do treinador, de ir buscá-lo pessoalmente, de carro (e possivelmente sofrer um acidente que pesaria na consciência do treinador – este foi o argumento persuasivo do dirigente), é que Telê Santana foi finalmente convencido a, ao menos, comparecer à mesa de negociações. Mais do que isso, rapidamente “assinou” com o São Paulo. Entre aspas, pois o técnico nunca acertou seus contratos com o clube, efetivamente, no papel.
Toda forma, Telê pegou o time na 10ª colocação do Campeonato Brasileiro e, depois de se manter nove partidas invicto (perdendo apenas o jogo de volta da semifinal, contra o Grêmio, no Olímpico), o levou à final do campeonato, sagrando-se vice-campeão. Nada mal para quem acabara de chegar e somente pretendia ficar no clube por pouco tempo.
A marca registrada do treinador era a disciplina imposta a seus comandados. Tudo em prol da perfeição técnica, alcançada mediante treinamento constante e rigidez de conduta. Mas também era considerado pelos jogadores um verdadeiro paizão, Telê queria sempre o bem dos atletas comandados por ele, em todos os aspectos. “Queria orientar essa garotada, fazê-los se integrarem com a sociedade de uma forma boa, sem aquela imagem negativa de jogador de futebol. Valeu a pena, hoje você vê todo mundo bem, com família, e essas são histórias que vamos levar pro resto da vida com o Telê”. – Disse um dos ex-comandados pelo treinador, Cafu.
Assim, dedicou-se ao Tricolor de corpo e alma: até mesmo morou no CT do clube. Enfrentou a violência dentro dos campos, a má qualidade dos gramados, os erros e o descaso da arbitragem nacional e guerreou uma batalha particular para que o futebol brasileiro reencontrasse seu rumo dentro e fora das quatro linhas.
Passo a passo, Brasil e América se renderam ao trabalho do treinador perfeccionista. Em pouco tempo o mundo tinha três cores e era de Telê. Em Tóquio, superando o grande Barcelona (por 2 a 1) dez anos depois da fatídica queda da Seleção Canarinho na Copa do Mundo da Espanha, Telê se consagrou campeão mundial.
Mas não parou por ai. Em 1993, levou o São Paulo à soberania na América vencendo a tríplice coroa continental: a Taça Libertadores, a Supercopa e a Recopa. No Japão, ao fim do ano, após bater outro super-time europeu (o Milan, por 3 a 2), Telê entregou ao mundo uma obra prima, uma obra de arte bicampeã mundial.
Com justiça, a torcida adotou o prenome “Mestre”, entoado até os dias de hoje em saudosa reverência e admiração: é um eterno ídolo dos são-paulinos.
Para sempre, Mestre Telê!
Telê Santana
“É difícil atingir a perfeição, mas não aproximar-se dela”.
1973 e 1990 – 1996
Nascimento: 26/07/1931
Falecimento: 21/04/2006
Títulos oficiais conquistados no SPFC: Campeão Mundial Interclubes 1992 e 1993; da Taça Libertadores da América 1992 e 1993, da Supercopa Sul-Americana de 1993; da Recopa Sul-Americana de 1993 e 1994, do Campeonato Brasileiro de 1991 e do Campeonato Paulista de 1991 e 1992.
CARREIRA PROFISSIONAL
Como jogador:
Como treinador:
TÍTULOS OFICIAIS
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PRÊMIOS