Há 27 anos, Tricolor conquistava o bicampeonato brasileiro

Há 27 anos, Tricolor conquistava o bicampeonato brasileiro

Calendário 25/02/2014 - 11:39

No dia 25 de fevereiro de 1987, em Campinas, o Tricolor
conquistava o Campeonato Brasileiro de 1986. A competição, que
contou com a participação de 80 clubes, só terminou no ano seguinte
quando o São Paulo ergueu a taça no interior paulista. Na
inesquecível decisão, Gilmar, Pita e Careca comandaram a vitória
são-paulina sobre o Guarani, que até os minutos finais estava com
uma mão no troféu.

A busca pelo bicampeonato do Tricolor, que já havia conquistado
o torneio em 1977, começou no dia 30 de agosto de 1986. Na primeira
fase, 44 clubes foram divididos em 11 grupos, jogando em turno
único dentro de cada chave. Paralelamente, 36 foram divididas em
nove grupos em busca de nove vagas na segunda fase, que contou com
36 times.

Nas fases finais, com oitavas de final, quartas de final,
semifinais e final, as eliminatórias foram definindo os
classificados. O Tricolor, então, sempre em jogos de ida e volta,
passou por Inter de Limeira, Fluminense, América-RJ e Guarani para
ficar com o título do Campeonato Brasileiro.

A equipe são-paulina, comandada por Pepe, era uma verdadeira
constelação: Gilmar; Fonseca, Wagner Basílio, Darío Pereyra e
Nelsinho; Bernardo, Silas e Pita; Müller, Careca e Sídnei. Na
edição daquele ano, Careca balançou as redes 25 vezes e foi o
grande artilheiro da competição.

A FINAL

Decisão é palavra imprópria para descrever o que foi aquela
partida: verdadeiro marco para toda uma geração de torcedores.

25 de fevereiro de 1987. O Brinco de Ouro com quase 40 mil
pessoas vestidas de verde e super-confiantes na vitória, após o
empate em 1 a 1 no jogo de ida. Toda essa pressão resultou, logo
aos 6′, em gol contra do são-paulino Nelsinho. O Tricolor reagiu,
minutos depois, não deixando por menos. Bernardo empatou, de
cabeça.

Eletrizante do início ao fim, o tempo regulamentar terminou
assim. A prorrogação seria ainda mais sensacional. Logo no primeiro
minuto, Müller avança pela direita e cruza para Pita, que vira o
jogo para o São Paulo. O Guarani não se dá por vencido, e empata a
partida, novamente, com um cabeceio no ângulo do goleiro
Gilmar.

O segundo tempo da prorrogação foi antológico. Aos 5′, o
zagueiro são-paulino Wagner Basílio não domina a bola e João Paulo,
veloz bugrino, avança, rouba a pelota e mesmo sofrendo falta a
empurra para o fundo das redes. Virada verde, 2×3.

Parecendo não possuir mais forças, o Tricolor se vê desnorteado
em campo. A torcida festeja. A imprensa já dá como certa a peleja.
Até mesmo o hino do Guarani começa a ser escutado nos alto-falantes
do estádio e nas telinhas por todo o Brasil. Um minuto para o fim.
Fogos por toda a região.

E então, o silêncio.

Que foi desaparecendo ao ruído de um pequeno grupo, que
comemorava enlouquecidamente, ainda sem entender direito o que
havia acontecido.

Wagner Basílio dera um chutão pro alto. Pita, antevendo a
salvação, saltou, ganhando de seu marcador, e desviou a bola em
profundidade. Careca correu e encheu o pé, afundando a bola com
força no gol campineiro!

Mais uma vez tudo seria decidido nos pênaltis. Boiadeiro e
Careca perdem suas cobranças. Em seguida, João Paulo também erra e
os demais anotam os seus. A vitória estava nos pés de Wagner
Basílio, que chutou mal, fraco, mascado. Os locutores já gritavam
“Fora!”, mas foi gol! A bola entrou mansamente e descansou junto às
redes laterais.

25.02.1987
Campinas (SP)
Estádio Brinco de Ouro da Princesa

GUARANI 3 x 3 SÃO PAULO

Tempo normal: 1 x 1
Prorrogação: 2 x 2
Pênaltis: 4 x 3 para o SPFC.

GFC: Sérgio Neri; Marco Antônio, Waldir
Carioca, Ricardo e Zé Mário; Tite (Vagner), Tosin e Marco Antônio
Boiadeiro; Catatau (Chiquinho Carioca), Evair e João Paulo.
Técnico: Carlos Gainete.

Gols: Nelsinho (contra), 2’/1; Marco
Antônio Boiadeiro, 7’/1pro; João Paulo, 2’/2pro.
Expulsão: Vagner, 12′ da prorrogação.

SPFC: Gilmar; Fonseca, Wagner Basílio,
Darío Pereyra e Nelsinho; Bernardo, Silas (Manu) e Pita; Müller,
Careca (capitão) e Sídnei (Rômulo). Técnico:
Pepe

Gols: Bernardo, 9’/1; Pita, 1’/1pro;
Careca, 13’/2pro.

Árbitro: José de Assis Aragão
Renda: Cz$ 4.222.000,00
Público: 37.370 pagantes

Pênaltis:

Boiadeiro – perdeu (Gilmar) / Careca – perdeu (Sérgio Neri)

Tosin – gol / Darío Pereyra – gol

João Paulo – perdeu (por cima) / Rômulo – gol

Waldir Carioca – gol / Fonseca – gol

Evair – gol / Wagner Basílio – gol

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