Um dos principais responsáveis pela grande temporada de estreia do São Paulo no NBB, Georginho foi o grande destaque da noite de premiação da Liga Nacional de Basquete e foi escolhido o MVP (jogador mais valioso) da competição. Em votação que envolveu jogadores, técnicos, personalidades do basquete e imprensa, ele levou a melhor sobre Marquinhos, do Flamengo, e André Goes, de Mogi, e ganhou sua primeira coroa de “King of The Season”. Além de assegurar o principal prêmio da noite, o camisa 14 também foi eleito o atleta que mais evoluiu (superando Vitão, do Paulistano, e Rafa Oliveira, do São José) e o de melhor armador (batendo Balbi, do Flamengo, e Parodi, do Franca).
Os números mostravam que qualquer resultado diferente soaria como uma grande zebra. Em 26 partidas pelo Tricolor, o camisa 14 ostentou médias impressionantes: 15,5 pontos, 8,7 rebotes (a maior do campeonato) e 7,5 assistências (segunda melhor marca) por duelo. A competência nos dois lados da quadra garantiu também o melhor índice de eficiência entre todos os jogadores da Liga (24,1).
A estreia já foi um grande aperitivo do que estava por vir: jogando contra o Corinthians, na casa do adversário, Georginho foi implacável e anotou seu primeiro triplo-duplo da competição, com 21 pontos, 11 rebotes e 10 assistências (em grande noite coletiva, o Tricolor não tomou conhecimento e venceu por 97 a 84). No duelo seguinte, contra o São José, já fez história ao repetir o feito e ser o primeiro jogador a somar dois dígitos em três fundamentos por duas partidas consecutivas (10 pontos, 11 rebotes e 11 assistências).
Auxiliado pelos companheiros e contando com a importantíssima ajuda de veteranos como Shamell, Jefferson e Léo Meindl, chegaria ainda a uma nova marca durante a temporada regular: com cinco triplos-duplos, se tornou o recordista do NBB e virou um dos xodós dos são-paulinos, que passaram a lotar o Ginásio Antonio Leme Nunes Galvão para acompanhar o Tricolor em uma nova modalidade, até então desconhecida para muitos.
O reconhecimento da torcida foi refletido em todo o mundo do basquete, e Georginho foi o atleta mais votado entre todos para o Jogo das Estrelas desta temporada (que acabou cancelado por causa da pandemia do novo coronavírus) e foi convocado para a seleção brasileira por Aleksandar Petrovic.
“Os últimos três anos foram muito difíceis. Esperava manter uma evolução que não consegui, e essa temporada no São Paulo me fez dar a volta por cima. Cresci muito profissionalmente e como pessoa, fiquei muito ansioso por esse prêmio e só tenho a agradecer minha família, meus amigos e até aqueles que duvidaram de mim, me ajudaram a criar uma casca e fazer evoluir”, afirmou o jogador, que se emocionou ao receber o prêmio e dividiu os méritos. “O Mortari parece ser bravo, mas tem a melhor gestão de pessoal entre todos os técnicos com quem trabalhei. Neste ano retomei minha confiança, continuo com minha alegria de jogar como quando era apenas um menino”.
Em decisão coletiva visando a segurança de atletas, árbitros e profissionais de imprensa, os clubes participantes decidiram encerrar a temporada antes dos playoffs. O Tricolor terminou a primeira fase na terceira posição liderando em média de pontos por jogo (88,5), rebotes (42,6), arremessos de três certos (11,7), tocos (2,8) e eficiência (104,6), além de despertar na torcida a paixão pela bola laranja. O São Paulo não pôde disputar o título na quadra, mas a excelente estreia no NBB e a temporada espetacular de Georginho puderam ser reconhecidas com todos os méritos.