Terceiro maior artilheiro na história do São Paulo, com 198 gols em 311 jogos – atrás apenas de Serginho Chulapa (242) e Gino Orlando (233) -, o atacante Luis Fabiano começou 2015 ‘voando’. Elogiado até pelo técnico Muricy Ramalho, contente com o desempenho do camisa 9 durante as atividades da pré-temporada, o Fabuloso está focado na disputa da Libertadores da América. Aos 34 anos de idade, o centroavante está seguindo a programação da comissão técnica para fazer o que sabe melhor: balançar as redes!
“O Luis veio bem. Os membros da comissão técnica até o elogiaram, mas não podem elogiar muito, porque senão ele larga (risos). Ele treinou nas férias, sabe que o ritmo será muito duro e está respondendo muito bem. Não o vi treinar dessa maneira nem na última pré-temporada. Ele e todos sabem que, se não estiverem bem, não vão jogar. Tem que ter esse pensamento. Se não for assim, não tem ânimo”, avaliou o comandante.
No bate-papo abaixo com o Fabuloso, que já pode começar o ano atingindo a marca de 200 gols pelo Tricolor, o jogador fala sobre a preparação para os desafios de 2015, a motivação do time e analisa a chave da equipe na disputa da maior competição do continente. Ah, e durante a entrevista o camisa 9 manda o recado para os adversários: “Quando eu visto esta camisa, não é para brincar”.
Confira abaixo a entrevista com o goleador são-paulino:
Como foram as férias? Deu para recuperar as energias e começar bem 2015?
As férias foram boas. Deu para descansar, porque não é comum conseguirmos 30 dias de férias. Recarreguei as baterias, mas depois de um tempo eu já estava com vontade de jogar (risos). É engraçado isso, mas deu para curtir. Agora, temos que pensar no ano que teremos pela frente e, por isso, já estamos trabalhando forte.
O técnico Muricy Ramalho elogiou o seu empenho na pré-temporada. Como tem sido o período de treinos?
Chegamos motivados na pré-temporada. Mesmo nas férias, a gente sentia saudades de jogar. Então todos voltaram com tudo, com mais gás, e preparados para treinar bem. Cada um tem seu projeto e objetivo. Procuramos dar o máximo nas atividades para começar a temporada com o pé direito. Temos tudo para fazer grandes jogos e começar o ano com vitórias. Temos campeonatos importantes pela frente, já em fevereiro, e por isso temos que estar preparados.
A motivação do elenco em 2014 foi um dos diferenciais do time. Isso foi mantido neste início de 2015?
Como no ano passado, a nossa vontade de vencer é grande. E é possível ver isso na motivação de cada um nos treinos. Sem dúvida temos tudo para fazer um grande ano e, com a base formada no segundo semestre de 2014, podemos conquistar os nossos objetivos. Todos esperam isso do time. Inclusive nós mesmos.
Em 2014, o time jogou bem, mas não conquistou títulos. A pressão aumenta em 2015?
A pressão é grande e aumenta a cada ano sem título. Estamos no São Paulo, que está acostumado com vitórias. Na verdade, a pressão é importante, porque nos faz pensar sempre em títulos. Nosso elenco conta com jogadores que já conquistaram troféus em outros clubes e, por isso, sabemos o caminho para vencer. São atletas vencedores. Nosso time deu liga no ano passado e, agora, temos que manter isso para chegar aos títulos.
E quais são as suas expectativas para a temporada?
A minha maior expectativa é de poder fazer um ano sem ficar parado muito tempo. Claro, sei que é difícil, porque todo jogador corre este risco, mas quero jogar mais em 2015. Acredito no meu potencial e sei da minha capacidade. Então, é importante estar dentro de campo, porque este é o meu objetivo. Tenho me dedicado na pré-temporada para ter um ano tranquilo e sem lesões. Com este trabalho bem feito tenho certeza de que as coisas irão caminhar bem.
Com 198 gols pelo clube, você pode atingir a marca de 200 logo no início do ano. O que estes gols representam para você?
É motivo de orgulho poder completar 200 gols pelo São Paulo. Todos sabem da minha paixão pelo clube. Ter a oportunidade de deixar o meu nome gravado na história do São Paulo é, sem dúvida, motivo de orgulho. É tudo que eu sempre imaginei desde que comecei aqui. Tenho uma identificação muito forte com a torcida, que sempre me acolheu. Vou fazer o meu máximo para deixar o meu nome marcado na história deste clube maravilhoso e que amo tanto.
Preparado para fazer ‘as pazes’ com a Libertadores?
Joguei poucas Libertadores. Só duas vezes: em 2004 e 2013. Mas pude sentir a paixão que o torcedor tem pelo campeonato. Espero que com o time que nós temos, um grande treinador como o Muricy e a liderança do Rogério a gente consiga coroar a nossa equipe. Vamos buscar o troféu, e a torcida quer isso também. Jogando juntos, como tem sido, temos chances de ser campeões.
Vai acompanhar a pré-Libertadores?
Sinceramente, tanto faz. Não vou acompanhar. Só se estiver passando. Venha quem vier, temos que pensar no nosso time. Precisamos ter confiança para ter uma equipe forte. Se vier o Corinthians, nosso rival, faremos de tudo para vencer. E se vier o Once Caldas, também. Temos que pensar sempre na nossa equipe em primeiro lugar.
Como encara o grupo, que ainda terá o San Lorenzo, atual campeão, e o Dabunio, campeão uruguaio?
Grupo forte é mais perigoso, sem dúvida. Teremos mais dificuldades, porque são grandes times e que foram campeões. Time campeão se torna mais confiante, mas a gente precisa pensar que temos capacidade para vencer. Temos um time muito bom, com qualidade, e por isso acredito que reunimos condições para passar de fase. E tem o lado deles também, né (risos)? Porque estão falando do outro lado: estamos no grupo do São Paulo (risos).
Com um grande primeiro semestre, acredita que pode ter uma chance na Seleção Brasileira e disputar a Copa América de 2015?
Gostaria de voltar à Seleção, se eu estivesse bem, mas o negócio é pensar no São Paulo primeiro e fazer um bom semestre. As coisas acontecem naturalmente e, seu eu estiver bem, o Dunga já me conhece. Não tem segredo.
Como é a sua relação com a torcida?
Sempre foi maravilhosa. A torcida sempre me tratou de maneira maravilhosa e demonstrou um carinho muito grande. Em todos os lugares que eu vou e encontro um são-paulino, ele demonstra esse carinho. Tenho identidade com o clube e tento transmitir isso para o torcedor. Quando eu visto esta camisa, não é para brincar. Eles me acolheram muito bem e, com certeza, levarei isso a minha vida toda. Nunca senti isso em outro clube como aqui. Eles sempre gritam o meu nome, e isso me enche de orgulho. Com essa motivação tento me doar ao máximo nos jogos, porque quero retribuir e dar alegria ao torcedor como se fosse uma batalha.
E com o clube?
O São Paulo é o clube que mais joguei. Isso aqui é a minha família, e sempre será. Não tenho nem palavras para descrever, porque o São Paulo será sempre a minha casa. E o Morumbi o meu quintal (risos). Aprendi a amar este clube quando cheguei aqui. E tento transmitir isso para o torcedor sempre que entro em campo.