Dez anos atrás, Bruno era goleiro do São Paulo e dava os primeiros passos na equipe profissional do Tricolor. Um acidente de carro, porém, fez o jogador ter de encerrar precocemente a carreira, mas não o impediu de continuar praticando esportes. E hoje, o são-paulino faz parte da maior festa esportiva do mundo. Nos Jogos Paralímpicos Rio-2016, ele disputa a competição de vela adaptada na classe SKUD 18 ao lado da parceira Marinalva de Almeida.
Hoje velejador, Bruno segue com uma relação de muito carinho com o Tricolor, fala sobre a grande amizade com o M1TO Rogério Ceni e conta um pouco de como funciona a modalidade que disputa. O torneio de vela teve início nesta segunda-feira te termina na próxima sexta-feira. Veja o bate-papo!
– Relação com o São Paulo
“Tenho bastante contato com o São Paulo, nesses últimos tempos não tenho ido muito ao estádio porque estou morando no Rio de Janeiro e quando vou para São Paulo é pra algum compromisso médico ou da faculdade, mas tenho contato muito bom com o pessoal, tanto diretoria, médicos, roupeiros, pessoal da cozinha. Todo mundo que trabalha lá me trata muito bem e sempre que vou ao CT sou muito bem recebido. Tenho grande amigos lá e só tenho que agradecer ao clube por tudo o que fez por mim na época do acidente e contiuou fazendo até agora”
– Amizade com Rogério Ceni
“A minha relação com Rogério é ótima, eu o admiro muito como pessoa e atleta. Quando eu ainda jogava, eu me espelhava muito nele e tive o prazer de treinar e aprender com ele, só de observá-lo já era muito bom, e poder ouvir os toques que ele dava foi importante para todos os goleiros. Ele é um a pessoa nota 10, me ajudou muito quando eu tinha subido para o profissional e também depois do acidente, sempre preocupado, sempre procurando saber se eu precisava de alguma coisa ou passando para dar uma palavra de força ou um abraço, isso vale mais do que tudo. Eu só tenho a agradecer por ter um amigo como ele, porque sempre foi um ídolo pra mim e agora é um grande amigo”
– Como conseguiu vaga para os Jogos?
“A competição de vela paralímpica é quase o mesmo estilo da olímpica, são cinco dias de regata com duas regatas por dia, isso se tiver condições boas para velejar. Conseguimos a classificação em uma seletiva no mundial da Holanda, ficamos na frente da outra equipe brasileira e lá foi decidida a vaga para os Jogos”
– Dez anos depois do acidente, como está hoje?
“Hoje estou bem melhor, fiquei oito meses no hospital sem mexer os braços, pernas, nada, então não tinha quase movimento nenhum. Hoje já tenho movimento de braço, tronco, consigo fazer várias coisas sozinho e a cada dia estou melhorando mais. Em Londres (Jogos Olímpicos de 2012) já estava com uma boa evolução e movimentos e agora, com dez anos do acidente, estou cada vez mais independente e conseguindo fazer cada vez mais coisas. Treinei bastante nos últimos anos para poder chegar bem aos jogos do Rio e representar bem o Brasil”
– Qual a expectativa de disputar os Jogos no Brasil?
“Pra mim está sendo muito bom poder participar dos jogos no Rio, eu me mudei para o Rio de Janeiro no ano passado, então o clima aqui é muito gostoso, a torcida também sempre está nos apoiando em todo lugar que a gente vai, e só de estar no seu país tendo tudo próximo, sem dificuldades de viajar pra fora, já é muito bom”
Boa sorte, Bruno!