A história são-paulina com jogadores argentinos se mistura com a própria história das primeiras conquistas do Tricolor. Os sete primeiros campeonatos oficiais vencidos pelo clube, após a refundação em 1935, contaram com o talento e tenacidade de atletas portenhos.
O primeiro a se consagrar foi Antonio Sastre. Um dos grandes jogadores da história do São Paulo, onde chegou já perto dos 33 anos. Sua liderança foi fundamental na fase em que o São Paulo realmente se transformou em time de ponta, ganhando os Campeonatos Paulistas de 1943, 1945 e 1946. Como marca pessoal, detém também o recorde de gols marcados em um só jogo: fez seis na goleada de 9 a 0 na Portuguesa Santista em 1943. E pensar que quando o Tricolor o contratou zombavam que Sastre seria um “desastre”.
No ano da última conquista de Sastre, um compatriota dele se tornou lenda, e de forma antológica. Armando Federico Renganeschi consagrou-se como ídolo por dois motivos: Porque era um zagueiro clássico, seguro e raçudo e por ter exercido essa “raça” num lance importantíssimo, que deu o título do Paulista de 1946 para o Tricolor. Machucado, ele apenas fazia número em campo, já que na época não se permitiam substituições. Mesmo assim, arrastando a perna, fez o gol da vitória sobre o Palmeiras por 1 a 0 (o único de sua passagem no clube). Também foi campeão em 1945 e 1948.
Outro defensor que se destacou, logo a seguir, foi Jose Poy, um goleiro tão seguro que teve seu nome cotado para a seleção brasileira da Copa de 1954, mesmo sendo argentino. Chegou disputando posição, mas a dominou de tal forma que até hoje é o 3º que mais jogou na meta deste clube. Campeão Paulista de 1949, 1953 e 1957, também foi técnico do time por diversas vezes, conquistando outro Campeonato Paulista, em 1975.
Em 1953, o São Paulo possuia quatro argentinos no elenco campeão paulista. Além de Poy, Negri e Moreno também se alinhavam, mas sem dúvida o grande nome dos homes de frente do Tricolor era Gustavo Albella. Curiosamente, ele veio de contra-peso na contratação de seu compatriota Moreno, em 1952. Ganhou o apelido de “El Atômico” porque fazia jogadas inesperadas.
Como se vê, de 1943 a 1957, uma era de ouro do futebol argentino no Brasil, os “irmãos” exerceram uma verdadeira supremacia dentro dos campos, marcando época, mas posteriormente deixando espaço (após o breve período de jejum de conquistas, durante a construção do Morumbi), para outra tradicional potência do Prata: Os anos que se seguiram foram dominados pelos uruguaios no Tricolor, mas esta é outra história…