De volta ao Tricolor, agora com a missão de conduzir a equipe, Rogério Ceni iniciará a sua trajetória no banco de reservas a partir da próxima temporada. No seu retorno, o comandante reiterou o seu amor pelo clube, revelou um grande aprendizado profissional na Europa e projetou uma equipe forte para recolocar o São Paulo no caminho das conquistas.
“Acho que daqui eu nunca saí. As memórias são ainda muito recentes. O Morumbi é como se fosse minha casa. O que eu espero é estar à altura de um clube como o São Paulo, da grandeza do São Paulo. Tentei me aplicar bastante, estudar bastante nesse espaço de tempo de quase um ano que eu fiquei afastado do futebol como atleta”, revelou o comandante são-paulino, que emendou.
“Agora, em uma nova função, o que eu pretendo é ter pessoas que tenham conhecimento, que possam somar e ajudar muito a construir uma nova história para o São Paulo: jogadores, comissão técnica, integrados à parte de futebol, de marketing, comunicação e a presidência do clube. Acho que isso é o mais importante para que a gente possa fazer um São Paulo melhor do que vem sendo nos últimos tempos”, afirmou.
Para encarar este novo desafio profissional, Rogério Ceni estudou em Londres, visitou grandes clubes do futebol europeu e dividiu a sua experiência com renomados treinadores. “Ser goleiro e técnico numa mesma vida é um desafio muito grande, são duas posições em que a pressão é muito forte. Me perguntaram por que escolhi assistir aos treinos do Jorge Sampaoli. E respondi que ele é um treinador que tinha características muito parecidas com a maneira que eu enxergava futebol. Fui muito bem recebido no Sevilha, escolhi passar uma semana até a preparação para um jogo e pude aprender muito” avaliou o técnico tricolor.
Na Inglaterra, Rogério pode estudar, visitar clubes, treinadores de equipes principais, categorias de base, centros de treinamento e observar metodologias diferentes de trabalho. Os 25 anos de jogo dentro do campo com uma visão privilegiada de trás também o ajudam neste desafio. Isso tudo, porém, precisa ser complementado com o apoio da torcida. “A grande estrutura do clube, o peso da camisa do São Paulo, isso tudo pode dar combustível. E com o principal: ver o Morumbi cheio, ver o Morumbi a cada jogo com pelo menos seus 40 mil lugares da parte de cima lotados. O combustível desse time, por mais contratações que você faça, vem da arquibancada”, garantiu.
A partir de agora Rogério Ceni passa a discutir o planejamento da equipe para 2017, junto da diretoria de futebol. O início do ex-goleiro nesta nova etapa de sua carreira será na pré-temporada na Florida Cup, nos Estados Unidos, em janeiro. “A relação e o trato com os jogadores serão os mesmos como atleta. Agora ocupando uma posição diferente, mas com o mesmo respeito, o mesmo carinho pelos amigos, aqueles que ainda estão aqui enquanto eu jogava, alguns jovens que subiram da categoria de base. Aqueles mais velhos que chegaram logo depois da minha saída”, afirmou o treinador, que completou.
“O grande segredo do futebol é administrar pessoas e se relacionar bem com seus jogadores. São eles que podem fazer diferença. Eu quero que eles vejam futebol da maneira como eu via quando jogava, eu quero um time vencedor, que tenha uma mentalidade vencedora. Eu tenho certeza que eles vão entender isso, já conheço muitos deles e sei da mentalidade vencedora que eles têm. Nós vamos ajustar apenas alguns detalhes. O mais importante é destacar que não sou eu, mas toda a equipe de trabalho que será colocada à disposição desses atletas”, finalizou.