Entrevista com Lucas

Entrevista com Lucas

Calendário 10/12/2012 - 14:45

Foram 127 jogos, 32 gols e incontáveis histórias de amor e
carinho pelo São Paulo. Após todo esse período, chegou o momento da
despedida. Na próxima quarta-feira, no Morumbi, na final da
Sul-Americana, o meia-atacante Lucas fará o último jogo com a
camisa do Tricolor Paulista.

Na última entrevista exclusiva ao Site Oficial, Lucas confirmou
mais uma vez tudo aquilo que nós achamos dele. Dividiu todos os
méritos na carreira com todas as pessoas que o ajudaram. Família,
amigos, companheiros de clube, diretoria… todos foram lembrados
pelo camisa 7.

“Não tenho outra coisa para dizer a não ser o meu muito
obrigado.” Foi desta maneira que Lucas terminou a entrevista.
Durante o bate-papo, que durou cerca de 25 minutos, ele lembrou de
toda a trajetória pelo São Paulo e espera um dia voltar a defender
esse clube que tanto ama.

Lucas foi promovido para o elenco profissional do Tricolor em
2010, durante o Campeonato Brasileiro. A estreia foi contra o
Atlético-PR, na Arena da Baixada, com Milton Cruz no comando do
time. A dois dias da despedida, veja pelas palavras do próprio
jogador toda a sua história.

Site Oficial: Como é olhar para trás e ver tudo que você
construiu?
Lucas:
Lembro de muita coisa, de cada chute, cada jogo,
cada vitória. É uma longa história, mas tenho muito a conquistar
ainda. É apenas o começo. Mas lembrar disso é muito bom e
emocionante. Sempre choro (risos).

Site Oficial: Qual a importância da sua
família?

Lucas: É a minha base, minha estrutura. Eles
estão sempre ao meu lado, em todos os momentos. Sempre me dando uma
palavra de incentivo, me ensinando a viver. Sem a minha família
seria impossível eu conquistar tudo que conquistei na minha
carreira.

Site Oficial: Todo mundo tem o sonho de jogar no São
Paulo. Como foi para você?
Lucas:
O começo não foi fácil. Cheguei aqui, não conhecia
ninguém e sou muito tímido. Morar longe de casa também é
complicado, ainda mais com 13 anos. Mas meu sonho de ser jogador
falou mais alto e encarei tudo isso. Logo me adaptei, fiz amizade
com todo mundo. Aprendi a me virar sozinho, criei responsabilidade
e foi muito bacana. Foram quatro anos morando em Cotia, depois vim
para o profissional e tudo que tenho devo a esse clube.

Site Oficial: Neste período, quais foram as pessoas que
te ajudaram?

Lucas: Fiz muitos amigos no São Paulo. Aqui somos
uma família, pois todos estão longe das suas casas e acaba formando
uma nova. A gente vira irmão um do outro, sempre brincando,
passando o tempo, treina junto, escola… cada dia uma história
diferente. Nos apegamos muito aos amigos. Também tiveram os
treinadores da base, todos os funcionários. São pessoas que a gente
convive no dia a dia e aprende a gostar.

Site Oficial: Hoje, adaptado, essa timidez sumiu,
né?

Lucas: Apesar de ser tímido, sou muito de bem com
a vida, sempre com pensamentos positivos. Onde eu estiver, sempre
procuro animar a todos. Sou um cara que sempre estará sorrindo para
animar o dia daquela pessoa. Mas com as câmeras eu sou muito
tímido, acanhado.

Site Oficial: Como foi realizar seu sonho e chegar ao
profissional?
Lucas:
Lembro muito do primeiro treino. Não sabia nem o
caminho do vestiário. Estava acanhado, sem falar muito. Mas no
campo eu procurava fazer o meu melhor, mostrar que tinha capacidade
de estar aqui. Procurei ficar com meus amigos da base e foi uma
experiência nova para mim. Foi muito importante jogar na época ao
lado de jogadores que eu só via pela TV, como Rogério Ceni, Ricardo
Oliveira, Miranda, Alex Silva…

Rogério Ceni: Por falar destes jogadores, Rogério Ceni
foi um verdadeiro pai para você?

Lucas: Muitas pessoas foram importantes e seria
inevitável esquecer de alguém. O Rogério Ceni me apoiou bastante,
sempre me dando conselhos e se tornou um espelho, um ídolo. É um
cara que já conquistou tudo na carreira, mas sempre está com uma
vontade muito grande e isso serve de exemplo. Temos até hoje uma
amizade muito bacana. Um ídolo, amigo e professor.

Site Oficial: Você se considera um ídolo do São
Paulo?

Lucas: Sempre falei que não sou ídolo. O Rogério,
Luis Fabiano, Raí… esses são ídolos, têm uma história bacana no
clube. Sinceramente não tenho noção do que eu represento para o São
Paulo e também para a torcida. Às vezes não tenho noção do que eu
sou. Ainda não caiu a ficha que sou um atleta profissional, de
Seleção Brasileira. Sou um ser humano normal, um cara espontâneo e
que quer apenas correr atrás da bola, mostrar todo o prazer que
tenho de fazer isso. Quero ser exemplo, mostrar os valores que meus
pais me ensinaram. Dinheiro nenhum paga isso.

Quarta-feira será sua despedida e o Tricolor pode ser
campeão da Sul-Americana. Como será a noite antes da
partida?

Lucas: Estou muito ansioso, fico pensando como
vai ser, eu comemorando o título. Vai ser complicado dormir, mas
tenho de ficar tranquilo e relaxar. Tenho de estar bem para ajudar
meu time, não posso deixar essa ansiedade atrapalhar. Vou me
preparar bastante.

Imagina então que o jogo já acabou, o quê você falaria
para todos que te admiram?

Lucas: Desde que cheguei me imagino em um Morumbi
lotado, dando a volta olímpica e comemorando com a torcida. Espero
ter essa oportunidade na quarta-feira. Não tenho outra coisa a
falar a não ser o meu muito obrigado. Para todos os funcionários,
companheiros, colegas, fãs, o meu muito obrigado. Sempre fui
tratado com muito carinho. Vou levar todos no meu coração. Serei a
pessoa que mais vai sentir saudade disso tudo. Quem sabe um dia eu
não possa voltar.

*Até o dia do jogo (12/12), o Site Oficial trará uma série
de reportagens com Lucas

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