Enciclopédia: Corrida de São Silvestre

Enciclopédia: Corrida de São Silvestre

Calendário 30/12/2017 - 07:54

Como é notório, o Sao Paulo Futebol Clube possuiu um verdadeiro esquadrão no atletismo entre os anos 40 e os anos 60. Competidores de alto nível levaram o clube a um tetradecacampeonato seguido no Estadual – isso mesmo, 14 títulos – e um hexacampeonato no Troféu Brasil (sendo pentacampeão de forma consecutiva, tomando assim a posse definitiva daquele gigante troféu), e a centenas de outras competições nacionais e internacionais, culminando com a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 1952, de Adhemar Ferreira da Silva e seus recordes mundiais no salto triplo, em 1952 e 1955 – nesse último, nos Jogos Pan-Americanos.

Mas é bom lembrar de outra grande façanha do atletismo tricolor: ser o maior campeão da Corrida Internacional de São Silvestre, a mais tradicional e importante corrida do pedestrianismo nacional. Criada por Cásper Líbero, de A Gazeta, em 1925, tornou-se uma prova internacional em 1945.

 

KIATLETA

O projeto social e de atletismo do Tricolor contará, na edição de 2017 da Corrida de São Silvestre, com dois grandes atletas que possuem destacadas chances de uma boa participação: Renilson Vitorino e José Luiz Silva. 

Renilson Vitorino: baiano de Euclides da Cunha, vai largar no pelotão de elite da São Silvestre e tem grandes perspectivas de ficar entre os 25 primeiros. É um atleta dedicado e com grande potencial.

José Luiz Silva: natalense guerreiro, sairá no pelotão de elite B da São Silvestre. Maratonista que se prepara para prova internacional desse tipo que ele disputará no Uruguai em abril de 2018, possuindo, nela, grandes chances de subir ao pódio.

 

PROVA INDIVIDUAL

Nos dois primeiros anos nesta nova categoria, um brasileiro sagrou-se vencedor. Após, uma incrível sequência de vitórias de estrangeiros se manteve até a vitória, em 1980, de um novo brasileiro, enfim. O curioso nesta história: os campeões antes e após jejum eram do São Paulo!

O fato quase seria apagado da história, não fosse alguns poucos registros em livros, jornais e revistas antigas, mas Sebastião Alves Monteiro era atleta do São Paulo FC quando de suas vitórias em 1945 e 1946 (embora, mesmo como atleta são-paulino durante a primeira edição, tenha se registrado como competidor da Força Policial por lá estar “servindo”, à época). 

Sebastião era o recordista brasileiro dos 10 mil metros, o que talvez justifique o bicampeonato naquela prova de, então, somente 7km. Fora também campeão sulamericano de cross country de 1947, além de inúmeras outras conquistas.

Nosso outro bicampeão (1980, 1985), José João da Silva, acabou com aquele incômodo jejum de maneira épica, em plena noite paulistana. José João relata que demorou cerca de um ano para compreender a façanha que alcançara. E poderia ter alçado muito mais, não fosse uma fratura no braço que o impediu de participar das duas provas seguintes. Em sua re-estréia, vice, perdendo para o campeão olímpico, o português Carlos Lopes.

Em 1985, a reafirmação de um herói, José João foi campeão em cima daquele que se tornaria, nos anos seguintes, tetracampeão da São Silvestre, Rolando Vera – equatoriano.

 

COMPETIÇÃO COLETIVA

Não bastasse o São Paulo possuir quatro títulos individuais na São Silvestre, o clube também foi várias vezes campeão da disputa coletiva, entre clubes. Antigamente, grande maioria dos atletas que tomavam parte da prova eram federados à clubes, e não participantes independentes, como hoje (ou ainda filiados a pseudos-clubes, que na verdade são somente patrocinadores).

O São Paulo fora campeão da Corrida de São Silvestre, por equipes, em: 1942, 1943 (ambos ainda na fase nacional), 1948, 1954, 1955, 1956, 1957, 1960, 1963 e 1986. Decacampeão. E ainda foi vice-campeão em 1946 e 1951.

 

CAMPEÕES

Fase Nacional – Individual Masculino

  • 1925      Clube Espéria (Alfredo Gomes)
  • 1926      CR Tietê (Jorge Mancebo)
  • 1927      Clube Espéria (Heitor Blasi)
  • 1928      AA das Palmeiras (Salim Maluf)
  • 1929      SS Palestra Itália (Heitor Blasi)
  • 1930      Voluntários da Pátria FC (Murilo de Araújo)
  • 1931      CA Paulistano (José Agnelo)
  • 1932      CA Paulistano (Nestor Gomes)
  • 1933      CA Paulistano (Nestor Gomes)
  • 1934      CA Franco Brasileiro (Alfredo Carletti)
  • 1935      CA Paulistano (Nestor Gomes)
  • 1936      AA Guarulhense (Mário de Oliveira)
  • 1937      AA Guarulhense (Mário de Oliveira)
  • 1938      AA Guarani (Armando Martins)
  • 1939      AA Ramenzoni (Luiz Del Grecco)
  • 1940      AA Guarani (Antônio Alves)
  • 1941      Minas Gerais (José Tiburcio dos Santos)
  • 1942      Força Policial (José Gonçalves da Silva)
  • 1943      Força Policial (José Gonçalves da Silva)
  • 1944      Força Policial (José Gonçalves da Silva) – vice: São Paulo FC (Emanuel da Silva Prado)

Fase Internacional – Individual Masculino

  • 1945      São Paulo FC (Sebastião Alves Monteiro)
  • 1946      São Paulo FC (Sebastião Alves Monteiro)
  • 1947      Uruguai (Oscar Moreira)
  • 1948      Chile (Raul Inostrosa)
  • 1949      Finlândia (Viljo Heino)
  • 1950      Bélgica (Lucien Theys)
  • 1951      Alemanha Ocidental (Erik Krucziky)
  • 1952      Iugoslávia (Franjo Mihalic)
  • 1953      Tchecoslováquia (Emil Zatopek)
  • 1954      Iugoslávia (Franjo Mihalic) – vice: São Paulo FC (Edgard Freire)
  • 1955      Grã-Bretanha (Kenneth Norris)
  • 1956      Portugal (Manoel Faria)
  • 1957      Portugal (Manoel Faria)
  • 1958      Argentina (Osvaldo Suarez)
  • 1959      Argentina (Osvaldo Suarez)
  • 1960      Argentina (Osvaldo Suarez)
  • 1961      Grã-Bretanha (Martin Hyman)
  • 1962      França (Hamoud Ameur)
  • 1963      Bélgica (Henry Clerckx)
  • 1964      Bélgica (Gaston Roelants)
  • 1965      Bélgica (Gaston Roelants)
  • 1966      Colômbia (Alvaro Mejia Flores)
  • 1967      Bélgica (Gaston Roelants)
  • 1968      Bélgica (Gaston Roelants) – vice: São Paulo FC
  • 1969      México (Juan Martinez)
  • 1970      Estados Unidos (Frank Shorter)
  • 1971      México (Rafael Tadeo Palomares)
  • 1972      Colômbia (Victor Mora)
  • 1973      Colômbia (Victor Mora)
  • 1974      Costa Rica (Rafael Angel Perez)
  • 1975      Colômbia (Victor Mora)
  • 1976      Chile (Edmundo Warnke)
  • 1977      Colômbia (Domingo Tibaduiza)
  • 1978      França (Radhouane Bouster)
  • 1979      Estados Unidos (Herb Lindsay)
  • 1980      São Paulo FC (José João da Silva)
  • 1981      Colômbia (Victor Mora)
  • 1982      Portugal (Carlos Lopes)
  • 1983      C Atlético Mineiro (João da Mata) – vice: São Paulo FC (José João da Silva)
  • 1984      Portugal (Carlos Lopes)
  • 1985      São Paulo FC (José João da Silva)
  • 1986      Equador (Rolando Vera)
  • 1987      Equador (Rolando Vera)
  • 1988      Equador (Rolando Vera)
  • 1989      Equador (Rolando Vera)
  • 1990      México (Arturo Barrios)
  • 1991      México (Arturo Barrios)
  • 1992      Quênia (Simon Chemwoyo)
  • 1993      Quênia (Simon Chemwoyo)
  • 1994      Brasil (Ronaldo Costa)
  • 1995      Quênia (Paul Tergat)
  • 1996      Quênia (Paul Tergat)
  • 1997      Brasil (Émerson Iser Bem)
  • 1998      Quênia (Paul Tergat)
  • 1999      Quênia (Paul Tergat)
  • 2000      Quênia (Paul Tergat)
  • 2001      Etiópia (Tesfaye Jifar)
  • 2002      Quênia (Robert Cheruiyot)
  • 2003      CdeA BM&F (Marílson Gomes dos Santos)
  • 2004      Quênia (Robert Cheruiyot)
  • 2005      CdeA BM&F (Marílson Gomes dos Santos)
  • 2006      AA Pé de Vento (Frank Caldeira)
  • 2007      Quênia (Robert Cheruiyot)
  • 2008      Quênia (James Kipsang Kwambai)
  • 2009      Quênia (James Kipsang Kwambai)
  • 2010      CdeA BM&F (Marílson Gomes dos Santos)
  • 2011      Etiópia (Tariku Bekele)
  • 2012      Quênia (Edwin Kipsang)
  • 2013      Quênia (Edwin Kipsang)
  • 2014      Etiópia (Dawit Admasu)
  • 2015      Quênia (Stanley Biwott)
  • 2016      Etiópia (Leul Aleme)
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