E o São Paulo/Barueri conseguiu de novo. Jogando na casa do adversário, o time comandado pelo técnico José Roberto Guimarães conquistou uma vitória consagradora sobre o Sesi Vôlei Bauru, por 3 a 2: 17-25, 25-18, 25-23, 23-25 e 15-13. Nas cinco partidas contra os times de maior orçamento da Superliga, o chamado Big 5, o Tricolor conseguiu três vitórias. As duas primeiras foram sobre o Osasco São Cristóvão Saúde (3 a 1) e o SESC-RJ Flamengo (3 a 0).
O triunfo foi consequência de um grande trabalho em equipe, mas a trajetória de Lorrayne dentro da partida embute um significado maior, que transcende sua atuação individual. No primeiro set, a oposto do Tricolor esteve apagada, anotando apenas um ponto, e errou bastante. No primeiro set, o São Paulo reeditou seus piores momentos na temporada, e cedeu 11 pontos em falhas ao adversário. O Bauru, dono de um elenco pesado, com estrangeiras de primeiríssimo nível, como a azeri Polina Rahimova(1,98m de altura e alcance de ataque de 3,30m) e a búlgara Dobriana Rabadzieva, além das campeãs olímpicas Dani Lins e Adenízia, soube aproveitar.
A partir do segundo set, Lorrayna e o São Paulo se transformaram. Zé Roberto teve a sensibilidade de manter a oposto em quadra, e ela correspondeu. Depois de acertar duas bolas no corredor, a atacante, que normalmente prefere a diagonal, ganhou confiança e cresceu muito. Ao final da partida, tinha anotado 21 pontos e recebeu o Troféu Viva Vôlei, conferido à melhor jogadora em quadra. “Estou muito feliz. A gente trabalha muito, dia após dia, e fomos recompensadas”, disse a oposto, ao final da partida. “Contra o Praia Clube (no jogo anterior), a gente errou bastante. Hoje procuramos minimizar os erros e ir pra cima, e é isso”.
No segundo set, o bloqueio tricolor, que havia anotado apenas um ponto no primeiro set, assinalou três. Ao final da partida, o time de Barueri registrou 12, contra apenas quatro do adversário: uma verdadeira goleada nesse fundamento. Diana, com seis pontos, foi o grande destaque da muralha de Barueri.
No set seguinte, em alguns momentos Bauru chegou a desenhar a vitória, mas o São Paulo nunca deixou de lutar, e se manteve no páreo. Mesmo jogadoras que atuaram por poucos minutos, como Dani Terra, deram contribuições importantes. Habituada a entrar para sacar e fazer fundo de quadra, ela fez uma defesa magistral quando o placar estava 21 a 21; na sequência, Jacke levantou e Maira não desperdiçou a oportunidade, o que resultou no valiosíssimo 22º ponto do Tricolor. Na sequência, o São Paulo caprichou nos contra-ataques, e foi premiado com a vitória na parcial.
Bauru continuou lutando, mesmo com uma recepção ruim, resultado, em parte, da boa estratégia de saque de Barueri. A atacante Suelle entrou no lugar de Tifanny, que sofreu uma contratura muscular nas costas, e jogou bem, dando novo ânimo para a equipe do Noroeste paulista. Rabadzieva, muito técnica, também dava muito trabalho para a aplicadíssima defesa do São Paulo. A equipe do técnico Robinho conseguiu levar a melhor, num set bastante equilibrado, e forçou o tie-break.
No set decisivo, igualmente bastante parelho, o São Paulo se valeu da jornada inspirada de Lorrayna e também de Jacke, que soube abrir o leque de jogadas, acionando também Lorena, que virou bolas decisivas. No último ponto, Lorrayna, com grande dificuldade, fez uma defesa e devolveu para o outro lado. Sem cobertura, Bauru deixou a bola cair em sua quadra: final de uma partida inesquecível para as Meninas Superpoderosas.