“Há momentos em que se deve abrir mão da parte tática, de números em campo, 4-3-3-, 4-1-4-1, abrir mão disso e jogar com vida, com coração, como fizemos no segundo tempo. O time jogou com o coração. O principal é o resgate dessa confiança e essa entrega, só a equipe pode buscar isso”. As palavras do técnico Dorival Júnior durante a coletiva de imprensa desta segunda-feira (24), após o duelo com o Grêmio (1 x 1), mostram o espírito aguerrido da equipe para evitar a derrota para os gaúchos no Morumbi.
“Não são treinadores, psicólogos, quem busca essa condição é o atleta em campo. Quando ele se entrega acontece isso. Todos queríamos uma vitória, seria um resultado fundamental para resgatar mais a confiança e ganhar corpo. Da maneira como foi o jogo, temos que comemorar. Vimos uma entrega muito grande da equipe, se ainda há algumas falhas de posicionamento, marcação, encaixar a marcação rapidamente, pelo outro lado a maneira como enfrentamos uma equipe tão qualificada foi importante”, acrescentou.
Diante de uma das sensações do Campeonato Brasileiro de 2017, o Tricolor saiu atrás no placar ao sofrer o gol de Pedro Rocha no primeiro tempo. Empurrado pela torcida, que mais uma vez compareceu em grande número e registrou o novo recorde de público da competição nacional com mais de 51 mil pagantes, o São Paulo batalhou para balançar as redes e pontuar diante de um grande adversário: Lucas Fernandes, no segundo tempo, marcou para o time são-paulino.
“O primeiro tempo todo do Grêmio, tivemos pouca posse de bola, pouca penetração e não conseguimos marcar. Nosso posicionamento facilitou a troca de passes do Grêmio. Então, no segundo tempo, adiantamos um pouco a marcação e começamos a pressionar a saída de bola, retomamos muitas assim. Criamos possibilidades por dentro e foi diferente do que vimos no primeiro tempo. Enfrentamos uma das melhores equipes do país, um futebol clássico, vistoso”, avaliou o comandante, que completou.
“O São Paulo está num processo de ajuste, de tentar criar uma identidade. Isso tudo foi compensado com um esforço acima do normal para alcançar o resultado. A nossa realidade é, primeiro, pontuar a cada rodada. Se vamos ficar mais uma, duas ou três na zona de rebaixamento, mas pontuando, não vejo problema nenhum. Vejo problema se ficarmos sem pontuar, como nas rodadas anteriores. É natural que exista uma oscilação, a equipe ainda não entrou em fase de ganho técnico”, finalizou.