Contra o XV, Muricy completará 400 jogos no comando da equipe

Contra o XV, Muricy completará 400 jogos no comando da equipe

Calendário 25/02/2014 - 16:54

Muricy Ramalho nunca escondeu que o São Paulo é a sua casa. E,
na noite desta quarta-feira (26), diante do XV de Piracicaba, o
treinador escreverá mais um capítulo importante de sua história no
clube. No duelo válido pela 11ª rodada do Campeonato Paulista, o
técnico completará 400 jogos no comando do Tricolor. Um número
marcante, que só foi atingido por Telê Santana (411 jogos), Poy
(422) e Feola (532).

A trajetória de Muricy começou em 1994, quando o então auxiliar
técnico do Mestre Telê ganhou a oportunidade de dirigir o time após
a conquista do Bicampeonato Mundial de Clubes, em 1993. No dia 23
de janeiro daquele ano, no Estadual, o treinador comandou o São
Paulo pela primeira vez e estreou com o pé direito: goleada por 4 a
1 sobre o Santo André.

De lá pra cá foram mais duas passagens pelo clube: 399 jogos,
213 vitórias, 109 empates, 77 derrotas (o time marcou 677 gols e
sofreu 392). Nesse período, foi campeão da Copa Conmebol (1994),
Copa Master Conmebol (1996) e tri do Brasileiro (2006/07/08).
Motivos de sobra para deixar Muricy orgulhoso por dirigir o São
Paulo.

“É uma marca expressiva, mostra que o trabalho foi reconhecido e
deu retorno. Não é fácil ficar tanto tempo em um clube grande como
este, campeão mundial e de tudo, e por isso esses 400 jogos mostram
a nossa competência. É motivo de orgulho, porque atingir essa marca
não é pra qualquer um. Recebo isso com satisfação, porque sempre
procurei trabalhar bem para ajudar o clube”, afirma o
treinador.

“Foram muitas histórias nesse período. Passei por momentos
decisivos, mas alguns de sufoco também. Mas o meu objetivo sempre
foi ficar aqui e trabalhar para o time que sempre gostei. Desde o
início, minha vontade era ganhar títulos e, diversas vezes, isso
pesou nas decisões que tomei. Abri mão de muita coisa para
conquistar o tricampeonato brasileiro”, acrescenta.

Em 2008, após ser eliminado pelo Fluminense nas quartas de final
da Libertadores da América, o São Paulo passou por momentos
conturbados. No entanto, Muricy conseguiu recuperar a confiança do
elenco e iniciou a briga pela conquista da competição nacional
daquele ano.

“O Campeonato Brasileiro estava começando, e o ambiente era
muito ruim. Briguei com muita gente pra ficar no São Paulo. Confiei
no meu trabalho e no presidente Juvenal Juvêncio e, assim, fomos
tricampeões. Se eu tivesse saído, não teria conquistado esse título
que, pra mim, representa muito”, recorda.

A conquista do torneio, aquele ano, está entre os momentos mais
marcantes de Muricy pelo clube. “A gente estava desacreditado, sem
investimentos e a turma desanimou um pouco. Então, fui com o que
tinha, juntei alguns moleques da base e o time deu liga. Os
jogadores começaram a acreditar no trabalho novamente e ganhamos o
campeonato. Foi difícil e marcante”, revela o treinador, que também
guarda com carinho o seu primeiro título como técnico: a Conmebol
de 1994.

“Foi importante, porque foi o meu primeiro título. Nosso time
era jovem, formado por moleques e foi formado de última hora. O
principal estava envolvido em outras competições e, então, me deram
alguns meninos da base. Me marcou muito, porque ninguém esperava”,
diz o comandante, que revelou naquela equipe jogadores como Rogério
Ceni, Vitor, Juninho Paulista, Denilson e Caio.

E, mesmo com o currículo recheado de conquistas por diversos
clubes, Muricy tem motivação extra para continuar vencendo na
carreira. O próximo passo do treinador, que resgatou a equipe
são-paulina no Brasileiro de 2013, é erguer mais troféus pelo clube
e alegrar a torcida tricolor. “Temos sempre que conquistar títulos,
porque a memória das pessoas é curta. Ano passado foi
complicadíssimo, mas conseguimos escapar do rebaixamento. Nunca
aconteceu isso no São Paulo. Imagina a vergonha que eu e o Rogério
iríamos passar? Nós fomos criados aqui. Felizmente os jogadores
acreditaram no trabalho e demos sorte”, complementa.

“Agora minha ideia é ficar aqui até o final do meu contrato, que
tem mais dois anos, e quem sabe encerrar a minha carreira. Claro,
se me deixarem ficar até lá (risos). Se eu conseguir, aí consigo
bater o recorde do Feola (532 jogos no comando do Tricolor). Minha
intenção é me aposentar no São Paulo”, finaliza.

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