“Minha equipe? 6×0? Creio que nunca (risos)! De cinco acho que sim. É um resultado atípico para a Libertadores, mas, como eu disse aos jogadores no vestiário, espero que nos sirva para classificar”. As palavras do técnico Edgardo Bauza durante a coletiva de imprensa desta terça-feira (5), no Morumbi, mostram que até o experiente treinador ficou surpreso com a imponente goleada do Tricolor sobre o Trujillanos-VEN por 6 a 0 – a maior já registrada pelo clube na Libertadores da América. Tradicionalmente conhecido por montar times fortes defensivamente, Patón valorizou o resultado no reencontro do Cícero Pompeu de Toledo com a competição continental.
“Posso dizer que os jogadores estão felizes de voltar ao Morumbi, porque é a casa deles, o lugar onde, quando começaram a jogar no São Paulo, eles queriam fazer história, gols, ganhar jogos, campeonatos, dar volta olímpica. Noto que estão felizes de voltar. Porém, o campo de jogo não está em boas condições. Sabíamos disso, calculo que faltam uns 15 dias para estar bom. Mas estar em casa melhora o ânimo dos jogadores”, afirmou.
Com a importante vitória, o Tricolor colou nos líderes do Grupo 1 e acirrou a disputa por uma vaga nas oitavas de final. No saldo de gols (cinco contra quatro), o São Paulo superou o River Plate-ARG na classificação e assumiu a vice-liderança enquanto aguarda o desfecho da quarta rodada. Na ponta da chave está o The Strongest-BOL, com sete pontos, seguido pelo time são-paulino e pelos argentinos, ambos com cinco. Antes de retomar a disputa na Libertadores, a equipe terá a rodada final da primeira fase do Campeonato Paulista: enfrentará o São Bento no final de semana. Depois, receberá o River Plate-ARG pela competição sul-americana.
“Não há que se iludir com o 6 x 0. Domingo teremos uma partida muito difícil (contra o São Bento, pelo Paulistão), não vamos encontrar algumas facilidades que encontramos hoje, mas é bom fazer seis gols pelo resultado e o aspecto anímico. Os jogadores estão contentes, entusiasmados, amanhã terão um dia livre depois de três meses (risos)”, disse o comandante argentino, que emendou.
“Vamos ver o que se passa, sei que se quisermos passar de fase, teremos que ganhar do River e ver que resultado teremos que buscar em La Paz (diante do The Strongest-BOL), um empate ou uma vitória. Não vai ser fácil, estamos pagando muito caro a partida que jogamos aqui na derrota para o The Strongest. A equipe não estava como está agora, evoluindo todos os dias. Temos ilusão de tudo: chegar à final do Paulista, passar de fase na Libertadores. Oxalá isso seja possível”, completou.
Durante a conversa com os jornalistas, Bauza também avaliou o confronto com os venezuelanos. Com quatro gols do inspirado Calleri, um de Kelvin e outro de João Schmidt – apostas de Patón para o confronto desta terça-feira (5) -, o São Paulo recuperou a confiança no ano e ampliou a sua invencibilidade para sete jogos consecutivos. De quebra, a convincente performance diante dos rivais registrou o placar mais elástico do clube na competição, além de se tornar o time brasileiro com o maior número de triunfos no campeonato: agora com 87!
“Creio que saímos para jogar a partida com a ideia de por muito ritmo, muita pressão, a mais alta possível, e isso provocou que a gente conseguisse gols rapidamente. Quase não demos possibilidade para nos acomodarmos, porque seguimos mantendo a pressão. Atacamos durante todo o jogo, por isso a superioridade. O rival tratou de jogar com os atletas mais próximos, juntos, mas a circulação da bola impediu que eles fizessem seu trabalho. Foi uma boa atuação da equipe que aproveitou as chances que teve. É difícil colocar porcentagens, mas fizemos dois gols muito rápidos. O rival tentou pressionar mais acima num momento, mas soubemos impedir”, finalizou.