As grandes são-paulinas da história do Tricolor

As grandes são-paulinas da história do Tricolor

Calendário 8/03/2018 - 13:33
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Arquivo Histórico do São Paulo FC
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O São Paulo Futebol Clube sempre foi uma entidade de vanguarda na sociedade brasileira, dentro e fora dos campos. Desde o primeiro ano de existência do time, entre os atletas haviam jogadores de várias etnias e nacionalidades, por exemplo.

Mesmo em uma cultura fortemente conservadora como a da capital paulista dos anos 30, o Tricolor era um clube aberto, que não fazia distinção de cor ou gênero. A sócia plena nº 362, do Registro de Quadro Social do São Paulo FC de 1930, Elisa Wright, é prova desse fato. Ela foi a primeira mulher associada ao clube.

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(Imagem: Arquivo Histórico do São Paulo FC)

No ambiente esportivo as mulheres não somente participavam, como na verdade em muitas equipes eram a principal força do Tricolor em competições. As primeiras modalidades em que tomaram parte na época em que o clube se situava no Canindé foram o atletismo (Hilda Muths, Frieda Brandt, Edith Neu, Nadija Irene, Carlota Keiner, dentre outras), o tênis de mesa (Elza Talamo) e o basquete (Lourdes Ferreira, Gertrudes Morg, Martha Bahde, Alice Torre, Diolete Almeida, Eulália Schiavon, etc.), entre os anos de 1942 e 1943.

Os resultados não demoraram a surgir. O time de basquete de Lais, Helena, Vanda, Elisa, Ruth e Dady sagrou-se campeão paulista (na época, o torneio era disputado somente entre equipes da Grande São Paulo) em 1944. E as mulheres do atletismo conquistaram um tricampeonato estadual (1952, 1956 e 1966) para o Tricolor, fora as vitórias em inúmeras etapas e provas específicas ao longo do tempo.

Mas as grandes conquistas vieram mesmo das histórias individuais de cada são-paulina. As trajetórias mais marcantes, que ajudaram também a desenvolver o esporte no Brasil, são de Melânia Luz e Wanda dos Santos, nos anos 40 e 50.

 

FORÇA NO ATLETISMO

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(Foto: Arquivo Histórico do São Paulo FC)

Melânia Luz foi a primeira brasileira negra a disputar os Jogos Olímpicos. Em 1948, a atleta representou o Tricolor em Londres na disputa dos 200 metros rasos e no revezamento 4 x 100 metros. Não obteve medalha, mas o pioneirismo dela foi um marco para centenas de outras atletas, entre elas, Wanda dos Santos.

Wanda conseguiu a proeza de defender o país em duas Olimpíadas. A atleta são-paulina foi à Helsinque, em 1952 e a Roma, em 1960, disputando provas de 80 metros com barreira e salto em distância. Na primeira participação, na Finlândia, por um décimo de segundo não conseguiu vaga para disputar a medalha na final. Na segunda, foi a única mulher brasileira nos Jogos.

Apesar da grande tradição do Tricolor no atletismo, os são-paulinos só se viram novamente representados por uma atleta do clube na maior competição esportiva do mundo em 2012, com Maurren Maggi, quatro anos depois dela se tornar a primeira medalhista de ouro olímpico do Brasil em competições individuais.

Maurren, que se tornara atleta do São Paulo em 2010, venceu vários prêmios pelo clube, como o Troféu Brasil de Atletismo, o GP Internacional, o Sul-Americano, todos em 2011 e várias etapas do GP Brasil entre 2011 e 2012. A conquista mais importante, porém, foi a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2011, em Guadalajara, no México.  

 

FORÇA NO FUTEBOL

gazeta-press-foto-154638(Foto: Armando Fiaschi / Arquivo Histórico do São Paulo FC)

Agora, quando o assunto é futebol, carro forte desta entidade, a luta das mulheres pelo desenvolvimento da categoria também encontrou abrigo no clube desde os primórdios. Thomaz Mazzoni, em a História do Futebol do Brasil, de 1950, relata que em 17 de maio de 1940 o Tricolor foi pioneiro ao levar ao público o jogo entre mulheres, como preliminar do time profissional masculino (São Paulo x Flamengo), no Pacaembu.

Fábio Franzini, no texto “Futebol é coisa para macho? – Pequeno esboço para uma história das mulheres no país do futebol”, relata, entretanto, como foi vista essa ação recortando uma passagem do jornal Folha da Manhã, dizendo que o público viveu “momentos dos mais agradáveis, sobretudo humorísticos, pois, se as frágeis jogadoras não exibiram técnica de futebol, padrão de jogo, etc, agradaram em cheio, na maioria das vezes, pelas próprias falhas, que eram recebidas com gostosas gargalhadas pela assistência”.

Como se vê, ainda haveria um longo caminho a percorrer… E que em nada foi encurtado pelas autoridades. Pelo Decreto-Lei 3199 de 1941, a prática do futebol feminino foi proíbida no Brasil. Somente quatro décadas depois é que o esporte viu serem realizadas as primeiras competições femininas razoavelmente organizadas e, como não poderia deixar de ser, o São Paulo foi um dos primeiros times a montar um elenco para disputá-las.

femininoanos80.png(Folha de S. Paulo de 12 de março de 1984)

Na primeira Taça São Paulo, em 1983, o time feminino do Tricolor não fez feio. Após goleadas de 18 a 0 sobre o EC Nely e 17 a 0 sobre o EC Panorama, o São Paulo perdeu para o EC Coríntians do Parque, na semifinal disputada em Pirituba, conquistando o terceiro lugar, depois de vencer o Café FF por 2 a 1. Nada mal para a aventura inicial das são-paulinas.

A Era de Ouro da modalidade no Clube do Morumbi, contudo, se deu entre 1997 e 2000, quando o São Paulo formou uma verdadeira seleção – realmente era a base da Seleção Brasileira do período – incorporando atletas do Saad, de São Caetano do Sul. Formiga, Kátia Cilene e Sissi, dentre outras, jogavam bonito, atropelavam as adversárias e conquistavam inúmeros títulos para o Tricolor.

Ficaram para a história a decisão do Paulistana de 1997, em que o Tricolor, jogando com Didi, Karina, Juliana Cabral, Tati, Andréia Camargo, Formiga, Cidinha, Sissi, Suzana (Talita), Karin e Kátiia Cilena, goleou o Santos por 4 a 1, tentos anotados por Kátia Cilena (3 vezes) e Karin.

2014-05-19_132(Foto: Armando Fiaschi / Arquivo Histórico do São Paulo FC)

O auge, contudo, veio na final do Brasileiro do mesmo ano, na sequencia. As tricolores Maravilha, Marisa, Andréia Camargo, Tânia Maranhão, Elsilene, Formiga, Cidinha, Sissi, Suzana, Karin (Grazielle) e Kátia Cilene bateram a Lusa Sant’Anna por 4 a 0, com dois gols de Cidinha, um de Formiga e um de Sissi. A camisa dez do time, inclusive, tinha um grito de torcida muito especial, em lembrança a qualidade do futebol dela: “Hey, Muricy, coloca a Sissi!”. De fato, um grande exemplo do talento de Sissi veio com a Seleção Brasileira: a atelta conquistou a Chuteira de Ouro da Copa do Mundo de 1999, ao marcar sete gols.

Após alguns vice-campeonatos obtidos no ano de 1998, o São Paulo reconquistou o Paulista em 1999, ao derrotar a Portuguesa por 3 a 2. No mês seguinte, em janeiro de 2000, um terceiro lugar no Campeonato Brasileiro marcou o fim da Era de Ouro do futebol feminino do Tricolor. O clube ainda voltaria a apostar na modalidade disputando os torneios estaduais da FPF em 2001, 2005 e 2015 (neste ano, sagrou-se vice-campeão).

Desde 2017, todavia, em parceria com o Centro Olímpico, o Mais Querido mantém equipe de categoria de base, sub-17, que logo no primeiro ano de atividade foi campeã paulista e do torneio de desenvolvimento da Conmebol. Feito, esse, que garantiu o São Paulo na Copa Libertadores Feminina de 2018.

base.png(Foto: Roosvelt de Cassio / saopaulofc.net)

 

CONQUISTAS FEMININAS NO TRICOLOR

Dentre todas as glórias esportivas das mulheres são-paulinas, além das obtidas no futebol e no atletismo, as mais significativas certamente foram, os títulos nacionais no basquete e no handebol, em 2002 e 2005. Na bola ao cesto, o time de Kátia, Palmira, Pontello, Iris, Ana Lúcia, Tatiana, Maria, Juliana, Sandrinha, Tayara, Fabi, Kelly Cristina, Erika e a experiente Janeth Arcain, conquistou o título frente a Unimed/Americana com três vitórias nos três jogos decisivos (79×86, 83/73, 88×72, os dois últimos fora de casa).

Já as mulheres do handebol ergueram a taça após perderem a primeira partida contra a poderosa Metodista, futura eneacampeã nacional, por 23 a 20 no ABC. No jogo de volta, em Guarulhos, as são-paulinas Meg, Chicória, Millene, Deonize, Kátia, Sandrinha, Aninha, além de Edna, Rosana Baiana e Pará. venceram por 27 a 22 e faturaram o importante título. 

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(Fotos: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Confira, abaixo, a relação dos principais títulos coletivos do Tricolor em modalidades femininas. 

Futebol

  • Campeonato Brasileiro: 1997.
  • Campeonato Paulista: 1997, 1999.
  • Torneio da Primavera Rio-São Paulo: 1997.
  • Torneio Início do Campeonato Paulista: 1997.
  • Torneio de Campo Grande, Mato Grosso do Sul: 1997.
  • Torneio Dr. Eduardo José Farah: 1999.
  • Taça Holambra: 1997.
  • Torneio Stella Barros, sub-15: 2015

Atletismo

  • Paulista: 1952, 1956, 1966.
  • Paulista “Qualquer Classe”: 1954.

Basquete

  • Campeonato Brasileiro: 2002.
  • Campeonato Paulista (Grande São Paulo): 1944.

Boxe

  • Jogos Abertos do Interior por São Bernardo: 2007

Ginástica Aeróbica

  • Campeonato Brasileiro: 2008.
  • Campeonato Brasileiro, Excelência: 2007 (por 2006)

Handebol

  • Liga Nacional de Handebol: 2005.
  • Campeonato Paulista: 2004, 2005.

Hóquei

  • Campeonato Brasileiro em linha: 2001 (1º), 2001 (2º)

Voleibol

  • Campeonato Metropolitano: 1974, 1978, 1993.

 

AS MULHERES SÃO-PAULINAS NOS JOGOS OLÍMPICOS

Até hoje, 15 são-paulinas nos honraram representando o Tricolor em Olimpíadas. Confira um pouco da história de cada uma, logo abaixo:

 

MELÂNIA

melania-luz_crop_galeria(Foto: Arquivo Histórico do São Paulo FC)

Melânia Luz
São Paulo, 01 de junho de 1928

Corredora de provas de velocidade, também praticava o salto em altura. Melânia foi campeã sul-americana no revezamento 4×100 metros e medalhista de prata nos 200 metros rasos em 1949. Dois anos antes, na mesma competição, foi a vice-campeã dos 200 metros, do revezamento 4×100 metros e bronze nos 100 metros rasos. Foi uma verdadeira atleta toda a vida, participando de torneios seniores até depois dos 70 anos.

Representou o Tricolor nos Jogos Olímpicos de Londres, em 1948. Foi a primeira atleta brasileira negra a participar de uma olimpíada. 

 

WANDA DOS SANTOS

digitalizar0182(Foto: Arquivo Histórico do São Paulo FC / Wanda dos Santos ao centro)

Wanda dos Santos
São Paulo, 27 de dezembro de 1931

Verdadeira atleta, no sentido amplo da palavra, Wanda dos Santos praticou de tudo um pouco – voleibol, handebol e basquetebol (onde jogou no Ypiranga) – antes de se aventurar no atletismo e obter grandes resultados, que a levaram ao cenário internacional. Antes dos Jogos de 1952, Wanda já havia conquistado a medalha de bronze no salto em distância no Pan-Americano de Buenos Aires, em 1951.

Em Helsinque, Wanda teve uma participação para lá de honrosa. Com a bagagem de ter disputado também os Jogos Pan-Americanos de 1955, no México (onde obteve a medalha de bronze) e de 1959, em Chicago (medalhista de prata!), Wanda dos Santos retornou em 1960 como a única mulher da delegação brasileira. Na disputa dos 80 metros com barreiras, não conseguiu passar da primeira eliminatória. Mas o simples fato de ter disputado duas Olimpíadas já a torna uma das gigantes da história do atletismo brasileiro.

Hoje, Wanda dos Santos é formada em Educação Física, professora e técnica de atletismo e mesmo com 85 anos ainda disputa competições de categoria máster.

 FORMIGA

Miraildes Maciel Mota
Salvador (BA), 3 de março de 1978

A única mulher a disputar seis Jogos Olímpicos, entre 1996 e 2016 e seis Copas do Mundo, entre 1995 e 2015 (ou seja, todas as edições em que se disputou o futebol feminino), Formiga começou a jogar com os amigos de infância nas ruas de Salvador, cidade onde nasceu. Defendeu o Euroexport, da Bahia, em 1995, e o Saad, de São Caetano do Sul, em 1996. Depois de participar da I Copa do Mundo de Futebol Feminino, em 1995 e dos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, Formiga assinou com o São Paulo em 1997.

Formiga, que tem esse apelido pela baixa estatura – e diria também pelo trabalho voluntarioso em campo, como volante que é – fez parte do famoso esquadrão são-paulino que aplicava grandes goleadas e que venceu o Brasileiro de 1997 e os estaduais de 1997 e 1999.

Pouco depois de defender o Brasil nas Olimpíadas de Sydney, em 2000, o São Paulo encerrou o departamento feminino. Formiga, então, defendeu o Santa Isabel (MG). Jogou ainda por Santos, Independente, Malmö Dam, da Suécia, New Jersey Wildcats e Jersey Sky Blue, dos Estados Unidos. Em 2007 retornou ao Saad, e no ano seguinte jogou por Botucatu, até se mudar novamente para a América do Norte, onde atuou por Gold Pride e Chicago Red Stars.

Desde 2011, contudo, é atleta do São José, do Vale do Paraíba. Tem no currículo duas medalhas olímpicas de prata (2004 e 2008) e três douradas em pan-americanos (2003, 2007 e 2015), além de outra prateada (2011).

 JULIANA CABRAL

Juliana Ribeiro Cabral
São Paulo (SP), 3 de outubro de 1981

Juliana Cabral também fez sucesso no Tricolor no final dos anos 90 no time de Sissi, Kátia Cilene, Formiga e companhia. Ela se tornou jogadora graças a ajuda dos irmãos, que lhe ajudavam nas tarefas de casa que a mãe deles passava para que Juliana não fosse jogar bola na rua. Pouco depois da mãe ser convencida em deixar a menina se divertir no futebol, ela veio a falecer. Juliana tinha 13 anos.

Com o fim do time do Saad, em 1996, a maior parte das jogadores migrou para o São Paulo, com Juliana entre elas. Foi campeã paulista de 1997 e 1999 e tambem campeã brasileira de 1997 pelo Tricolor. Disputou a Copa do Mundo de 1999 e os Jogos Olímpicos de 2000 pela Seleção Brasileira representando o Clube do Morumbi,

Após o fim do futebol feminino no Tricolor, Juliana Cabral passou dois anos jogando futsal pois não encontrava clubes de futebol interessados na modalidade. Depois, jogou na Suécia e nos Estados Unidos. 

Entre os principais títulos de Juliana estão a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em 2003, e a medalha de prata nas Olimpíadas de Atenas, em 2004.

 KÁTIA CILENE

Kátia Cilene Teixeira da Silva
Rio de Janeiro (RJ), 18 de fevereiro de 1977

Carioca do bairro de Padre Miguel, Kátia comepou a jogar futebol por volta dos nove anos de idade, passando a treinar regularmente com 15 anos, depois que abandonou o atletismo, esporte o qual também se dedicava. Brevemente alcançou a seleção feminina de futebol (em 1993). Disputou quatro Copas do Mundo (1995, 1999, 2003 e 2007) e duas Olimpíadas pelo Brasil (1996 e 2000). Não foi à Atenas, em 2004, por causa de uma contusão no joelho. A maior conquista de Kátia Cilena com a camisa canarinho foi a medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007.

Kátia Cilene esteve no Tricolor de 1997 a 2000, período em que se caracterizou por ser uma explêndida goleadora, com um tremendo faro de gol. Foi a artilheira do Campeonato Paulista de 1997, com 35 gols, de 1998, com 42 gols e de 1999, com 48 gols, e também do Campeonato Brasileiro de 1997, com 18 gols, de 1998, com 36 gols e de 1999/2000, com 19 gols. Estima-se que ultrapassou a casa dos 230 gols pelo time do Morumbi.

Depois de sair do São Paulo, fez carreira vitoriosa pelos Estados Unidos e Europa, onde jogou no San Jose CyberRays, Estudiantes de Huelva, Levante, Lyon, Paris Saint-Germain, Zorky Krasnogorsk e Sundvalls.

 MÔNICA

Mônica Angélica de Paula
São Carlos (SP), 2 de abril de 1978

Desde pequena era uma verdadeira poli-atleta. Jogou basquetebol e voleibol na cidade onde nasceu. No caso do último esporte, chegou a atuar por equipes da Capital e pela Seleção Paulista. Por influência de amigas, adentrou no mundo do futebol. 

Em competições, defendeu Santos, Matonense, Ferroviária, entre outros clubes. No São Paulo, chegou somente em 2000, para a disputa do Campeonato Brasileiro, no começo do ano, não participando das conquistas anteriores do clube na modalidade. Foi aos Jogos de Sydney pela Seleção Brasileira representando o Tricolor.

Com a Seleção, é medalha de prata dos Jogos de Atenas, em 2004, e bicampeã pan-americana, em 2003 e 2007. Encerrou a carreira em 2010. Formou-se e pós-graduou-se em Educação Física. Tem uma escolinha de futebol em São Caros e também coordena um programa social e educacional da prefeitura local.

 RAQUEL

Raquel de Souza Noronha
Porto Alegre (RS), 10 de maio de 1978

Entrou no mundo do futebol na cidade gaúcha de Canoas, embora lá, na época, jogasse mesmo era futsal. Em 1996, desafiou a família e se mudou para São Paulo, onde jogou no SAPES e no Santos. Depois passou a defender a camisa do Tricolor, em 1997. 

Tomou parte na vitoriosa geração são-paulina que ganhou quase tudo que disputou. Bicampeã paulista e campeã brasileira. Desempenho que lhe abriu as portas também na Seleção. Pelo Brasil, obteve o terceiro lugar na Copa do Mundo de 1999 e disputou os Jogos Olímpicos de 2000, em que terminou na quarta colocação. 

A meio-campista, depois da participação na Olmpíada e o fim do esporte no São Paulo, se mudou para o Rio de Janeiro e atuou pelo Vasco da Gama até o fim da carreira.

 ROSANA

Rosana dos Santos Augusto
São Paulo (SP), 7 de julho de 1982

É uma das raras jogadoras formadas pelo próprio Tricolor Paulista, após peneiras do clube em Guarapiranga, zona sul da Capital. Não havia nem completado 15 anos quando foi aprovada pelo São Paulo, em 1997. Até então, Rosana somente havia jogado futebol na rua, entre amigos, e futsal, na escola.

Esteve presente em todos os títulos do time do Morumbi no período em que o defendeu: 1997-2000. Foi aos Jogos Olímpicos com a Seleção Brasileira em 2000, 2004, 2008 e 2012, faturando a medalha de prata em 2004 e 2008. Também conquistou a prata no Pan-Americano de 2011, além do ouro na mesma competição em 2007, no Rio de Janeiro. Por fim, é vice-campeã da Copa do Mundo de 2007.

Depois de sair do Tricolor, jogou por Corinthians, Internacional, Neulengbach, da Áustria, Sky Blue, dos Estados Unidos e Centro Olímpico. Atualmente joga em outro clube tricolor: o PSG, da França.

 SIMONE JATOBÁ

Simone Gomes Jatobá
Maringá (PR), 10 de fevereiro de 1981

Simone adquiriu a paixão pelo esporte do tio, Carlos Roberto Jatobá, que foi jogador de futebol no Atlético-PR. Aos 12 anos de idade, Simone já se alinhava no time do Paraná Clube. Depois, rodou por várias equipes, como Ponte Preta, Santos e Saad, até que chegou ao Tricolor em 1999. Pelo São Paulo foi campeã paulista no ano de estreia e foi aos Jogos Olímpicos, com a Seleção Brasileira, em 2000. 

Em 2008, retornou aos Jogos e trouxe para casa a medalha de prata. Disputou ainda duas Copas do Mundo pelo Brasil, em 2003 e 2007 e o Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro, em que conquistou a medalha de ouro.

Após o Tricolor fechar o departamento feminino, ainda em 2000, Simone rodou o mundo: jogou no Rayo Vallecano, da Espanha; Lyon, da França; Novo Mundo, de Curitiba; Energiya, da Rússia; XV de Piracicaba e Metz, da França, onde se encontra atualmente.

 TÂNIA MARANHÃO

Tânia Maria Pereira Ribeiro
São Luís (MA), 3 de outubro de 1974

Tânia começou, como tantas outras meninas, jogando futsal na cidade em que nasceu. Em 1993, mudou-se para a Bahia e passou a jogar competitivamente pela equipe do Euroexport. Três anos depois aceitou convite do Saad, de São Caetano do Sul, e defendeu o clube do ABC naquela temporada. 

Quando o futebol feminino ganhou mais destaque, após os Jogos Olímpicos de 1996, o qual Tânia participou, passou a defender o time da Lusa Sant’Anna. Só chegou ao Tricolor em 2000 para a disputa do Campeonato Brasileiro, em que o São Paulo terminou na 3ª colocação. Foi aos Jogos de Sydney como atleta do time do Morumbi, mas retornou da Austrália sem clube.  

Seguiu carreira no Grêmio, Santa Isabel (MG), Rayo Vallecano e Vasco da Gama. É bimedalhista de prata com a seleção brasileira nas Olimpíadas (2004 e 2008) e bimedalhista de ouro no Pan-Americano (2003 e 2007). 

 

DANIELLE ZANGRANDO

(Fotos: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Danielle Zangrando
Santos (SP), 25 de julho de 1979

Curiosamente, Danielle teve o mesmo professor de Leandro Guilheiro no começo das atividades dela no judô (Paulo Duarte), que, aliás, foram bem precoces – com 4 anos de idade. Nesse início, treinava lutando contra meninos, visto que não haviam muitas garotas no esporte. Por esse motivo, por não encontrar adversárias na mesma faixa etária e por não poder competir em categorias mais avançadas, chegou a pensar em desistir.

Danielle seguiu em frente. Com 15 anos foi escolhida para ser titular da seleção brasileira adulta e foi vice-campeã sul-americana. Em 1995, passou a competir pela Associação de Judô Rogério Sampaio e conquistou a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Mar del Plata e no Mundial de Chiba, no Japão. Para completar, ainda disputou os Jogos Olímpicos de Atlanta, chegando até a semifinal: tudo menos de 16 anos de idade.

Foi ainda medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de 1999 antes de, em 2004, competir nos Jogos Olímpicos de Atenas pelo Tricolor. Encerrou a carreira em 2008, após faturar a medalha de ouro no Pan-Americano do Rio de Janeiro, em 2007.

É formada em jornalismo e atualmente trabalha para a Rede Globo de Santos, onde mora.

 

LEILA SOBRAL

(Fotos: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Leila de Souza Sobral
São Paulo (SP), 22 de novembro de 1974

Irmã da jogadora Marta Sobral, Leila começou no basquete por clara influência familiar logo aos seis anos de idade. Treinava no CA Pirelli, de Santo André, e em pouco tempo passou por todas as seleções brasileiras de categorias de base.

Com 19 anos, fez parte do time do Brasil campeão mundial em 1994. Dois anos depois, foi medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Atlanta. Jogou no Washington Mystics e no Panathinaikos da Grécia até se contundir gravemente durante o Pan-Americano de Winnipeg, em 1999. Ficou fora das quadras por quase quatro anos, se reabilitando.

Voltou a jogar em 2003, no Santo André. No ano seguinte já defendia as cores do São Paulo FC/AA Guaru. Regressou a Seleção Brasileira para disputar as Olimpíadas de 2004 e depois da participação mudou-se para Europa onde defendeu o Celta de Vigo.

Encerrou a carreira esportiva em meados de 2010 e hoje é dona de um buffet infantil e administra um projeto social para crianças.

 

PARÁ

(Fotos: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Aline Waleska Lopes Rosas
João Pessoa (PB), 28 de junho de 1979

Pará, como foi conhecida Alina no meio esportivo, é um caso raro de adoção de um esporte no Brasil mediante bolsa de estudos. Graças a isso, Aline mudou-se para São Paulo e jogou handebol pela AA Metodista e pelo São Paulo FC/AA Guarulhos. Posteriormente ainda defendeu a equipe do AD Blumenau.

Foi bicampeã pan-americana, em 2003 (enquanto defendia o Tricolor) e em 2007. Também foi a dois Jogos Olímpicos: Em Atenas, 2004, como atleta do São Paulo, e em Pequim, 2008. Por fim, esteve com o Brasil em quatro campeonatos mundiais (1997, 1999, 2001 e 2003).

Pelo Tricolor, foi campeã da Liga Nacional, em 2005, e bicampeã estadual, em 2004 e 2005.

Atualmente é técnica na modalidade em Itajaí, Santa Catarina.

 

LUCILA

(Fotos: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Lucila Vianna da Silva
Nova Iguaçu (RJ), 7 de março de 1976

Por influência das irmãs mais velhas, que jogavam handebol, Lucila também entrou no esporte praticando-o no Colégio Antônio da Silva, em Morro Agudo, na cidade em que nasceu. Defendeu equipes como ADC Santo André e Jundiaí.

Como Pará, foi campeã da Liga Nacional, em 2005, e bicampeã estadual, em 2004 e 2005, pelo Tricolor e esteve nos Jogos Olímpicos de 2004, em que foi a capitão do time brasileiro. Com a seleção, Lucila foi campeã em três Pan-Americanos (1999, 2003 e 2007) e disputou também as Olimpíadas de 2000 e 2008.

 

MAURREN MAGGI

maurren(Foto: Fernando Pilatos)

Maurren Higa Maggi
São Carlos (SP), 25 de junho de 1976

Maurren deixou a primeira marca na história do esporte nos Jogos Pan-Americanos de 1999, em Winnipeg (Canadá), quando venceu a prova do salto em distância e faturou a prata nos 100 metros rasos. Em seguida participou dos Jogos Olímpicos de Sydney em 2000. Depois três anos de ausência por uma falha em controle de medicamentos que lhe rendeu punição por doping, Maurren deu a volta por cima e decidiu retornar às pistas.

A perseverança foi recompensada, e a atleta tornou-se, em 2008, a primeira mulher sul-americana a conquistar uma medalha de ouro olímpica individual. Tornou-se atleta do Tricolor em 2010 e em 2012 representou o clube nos Jogos Olímpicos de Londres. 

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