Detentor do título estadual de 1980, o São Paulo defendia o status de campeão em 1981, embora não tenha começado bem nesse confuso campeonato. Na primeira fase do primeiro turno (!) do Paulistão, o Tricolor terminou somente na 11ª posição, não se classificando para a decisão dessa etapa (o campeão, a Ponte Preta, garantiu vaga na decisão da competição).
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A diretoria são-paulina mudou o rumo do time para o segundo turno: o técnico campeão de 1980, Carlos Alberto Silva, deixou o time. Formiga assumiu (temporariamente, João Leal Neto comandou algumas partidas ainda no primeiro turno). O elenco também foi reforçado pontualmente: Mário Sérgio foi contratado (Zé Sérgio, contundido, perdeu praticamente o torneio inteiro).
Mas o clube continuou apostando em talentos consagrados, como Waldir Peres, Getúlio, Oscar, Darío Pereyra, Everton, Renato e Serginho, que formavam a espinha dorsal do time, e em jovens promessas, como o lateral Nelsinho.
Destaque também para o motor da Máquina (apelido com o qual batizaram essa equipe são-paulina), Almir. O volante foi o jogador mais utilizado pela comissão técnica na competição (49 jogos).
O segundo turno foi disputado em duas fases (cada uma classificatória para uma etapa semifinal, de onde sairiam os finalistas do turno). O Tricolor conseguiu índice técnico classificatório em ambas as fases: venceu o triangular classificatório da primeira fase (contra Palmeiras e Corinthians) e liderou a fase regular da segunda fase (contra 19 clubes). Na etapa semifinal, venceu também o seu grupo (com Corinthians, Guarani e XV de Jaú), qualificando-se assim, enfim (ufa!), para a final do turno, contra o São José.
Contra a equipe do interior, o Tricolor perdeu a primeira partida (0 a 1), mas venceu a segunda (3 a 2), conquistando o título do segundo turno e a vaga na final (final mesmo) do Campeonato Paulista, que seria realizada com o time campeão do primeiro turno: a Ponte Preta (lembram?).
Os dois jogos decisivos foram no Morumbi. No primeiro, a Ponte Preta até assustou: Toninho Oliveira marcou contra o Tricolor aos 26 minutos e, somente aos 21 do segundo tempo, Serginho Chulapa empatou. O jogo assim terminou, em 1 a 1.
A partida final, no dia 29 de novembro, contudo, foi bem diferente, apesar do desfalque de Éverton, que, como o leão que fora na primeira partida, acabou advertido e suspenso da grande decisão. Waldir Peres, Marinho Chagas e Renato dominaram o jogo. O último, além de correr demais e lutar na marcação, ainda abriu o placar para o São Paulo, aos 37 minutos do primeiro tempo.
Serginho Chulapa foi um capítulo especial, à parte. Estava retornando de contusão, ainda sentindo dores, e seguramente não fez uma grande apresentação naquela partida. “Eu sei que joguei mal e não fiz nada o jogo inteiro. Mas artilheiro não tem que jogar bem. Tem é que fazer gols“. Disse o camisa 9 são-paulino à Revista Placar (602/1981).
Certo, nem parece que o gol que Serginho marcou, aos 41 minutos do segundo tempo, decretando o placar da partida e o título são-paulino, foi um mero gol, comum, e não o golaço que o centro-avante protagonizou, dando um belíssimo chapéu no goleiro Carlos e pondo fim, de vez, a qualquer pretensão da equipe campineira.
Com o resultado, o São Paulo sagrou-se campeão paulista pela 13ª vez na história.
O jogo do título
29.11.1981 – Campeonato Paulista
São Paulo (SP), Estádio Cícero Pompeu de Toledo (Morumbi)
SÃO PAULO Futebol Clube 2 X 0 Associação Atlética PONTE PRETA
SPFC: Waldir Peres; Getúlio, Gassem (Nei, 29′/2), Darío Pereyra e Marinho Chagas; Almir, Renato e Heriberto; Paulo César (Tatu, 16′/2), Serginho e Mário Sergio. Técnico: Formiga.
Gols: Renato, 37′/1; Serginho, 41′/2.
AAPP: Carlos; Toninho Oliveira, Juninho, Nenê e Odirlei; Ze Mário, Marco Aurélio e Dicá; Edson (Abel, intervalo), Chicão (Humberto, 37′/2) e Osvaldo. Tecnico: Jair Picerni.
Árbitro: Dulcídio Wanderley Boschilla
Renda: CR$ 21.488.900,00
Público: 63.841 pagantes