Ao escutar o apito final do árbitro no clássico contra o Santos,
Paulo Miranda se encaminhou para o vestiário do Morumbi. Com um
semblante sereno e calmo, como de habitual. Não parecia que tinha
acabado de marcar o primeiro gol com camisa do Tricolor e decretado
o triunfo sobre a equipe santista.
Mas Paulo Miranda é assim. Sempre muito centrado e dedicado
naquilo que faz, o zagueiro teve uma noite de herói no Morumbi. Os
microfones, à beira do gramado, procuravam por ele. Uma reviravolta
e tanto para quem havia sido questionado após o revés para este
mesmo Santos na semifinal do Paulista.
“Lembro muito bem daquele jogo. Mas sempre entro em campo muito
concentrado e sabia que não poderia errar. Futebol é uma caixinha
de surpresa. E agora consegui fazer um gol e estou muito feliz com
isso”, ressaltou Paulo Miranda.
A serenidade dele chama atenção. Ao entrar no vestiário, os
cumprimentos dos companheiros pelo gol marcado. Na saída do
estádio, uma nova bateria de perguntas rodeou o zagueiro. Simples e
com muita humildade, o camisa 13 são-paulino seguiu o mesmo
discurso.
“Graças a Deus fui muito feliz”, resumiu o defensor, em seus
últimos minutos como herói.
Enquanto isso, na sala de imprensa, o técnico Emerson Leão
elogiava o desempenho do zagueiro. Mesmo quando Paulo Miranda ficou
fora das oitavas de final da Copa do Brasil, por estar em um mau
momento, o treinador se mostrou solidário ao jogador.
“Fiquei feliz pelo gol do Paulo. É um atleta silencioso. Se
tivesse um pouco mais de mídia e diálogo, ele apareceria mais.
Estou satisfeito com o desempenho dele”, elogiou Leão.