Calendário 18/12/2010 - 00:00

O dia 18 de dezembro de 2005 com certeza ficará guardado pra sempre na minha memória. Lembro de tudo como se fosse hoje. Aquele jogo não sai da cabeça um minuto sequer. Posso dizer que a alegria que senti naquele dia é comparável a do nascimento dos meus três filhos: Nicolás, Thiago e Bianca.

Lembro perfeitamente de cada detalhe daquele dia. Lembro de como acordei, das sensações que senti, do que passou pela minha cabeça, da saída do hotel para o estádio, da chegada e do desembarque da equipe, do clima no vestiário, de tudo.

Numa partida como essa a concentração é ainda mais importante e eu estava muito focado. Pensava na minha família, nos meus amigos, no meu país, na minha cidade e é claro nos milhões de são-paulinos que estavam no Brasil torcendo por nós.

Tudo passa pela cabeça num momento decisivo. Todas as dificuldades que você superou para alcançar seus objetivos vêm na mente numa hora dessas. É o que te motiva a ir além, a brigar, a lutar, a seguir em busca do que você deseja.

Por isso o foco em ser campeão era maior do que tudo. Aquele time era assim. Nosso grupo era unido, era guerreiro, era lutador. Você olhava pra cada um dos jogadores e sabia que todos ali dariam a vida por você. Isso faz um time ser campeão. Esse era o diferencial da nossa equipe.

Lembro que fomos assistir o primeiro jogo do Liverpool no Mundial de Clubes e saímos impressionados. O time deles era muito bom. Técnica e taticamente eles vinham muito bem na competição. A vitória por 3 a 0 sobre o Saprissa demonstrou as dificuldades que teríamos na final.

Mas nem isso foi capaz de deter nosso time. Nós sabíamos também da nossa força. Sabíamos que aquele título poderia e tinha que ser nosso.

Quando começou o jogo e o time reagiu bem a toda pressão sofrida tive ainda mais certeza de que seríamos campeões. A vibração de todos em campo, a entrega, a luta. Não tinha como voltar pro Brasil sem aquele troféu.

No gol do Mineirinho foi uma festa só. Fiz questão de atravessar todo o campo para dar um abraço nele. Ele é um cara fantástico, merecia esse premio. Uma sensação ótima tomou conta do time, mas sabíamos que não estava nada ganho e por isso seguimos firmes, fortes na defesa, com muita marcação de todo mundo que estava em campo.

As defesas do Rogério são inesquecíveis também. Acho que poderíamos jogar por muito mais tempo que o título seria nosso. A gente não tomaria gol de jeito nenhum. Não tinha como não ser tricampeão naquele jogo.

No último lance do jogo lembro que disputei no alto com o Crouch, ela passou e o outro jogador chutou pra fora. Ali veio finalmente a sensação do título. Quando o juiz apitou corri com o Fabão pra abraçar o Rogério e todos os jogadores vieram na sequência. É o melhor sentimento mundo.

O longo tempo de trabalho, tudo que planejamos e organizamos durante o ano de 2005 foi recompensado. Não poderia deixar de lembrar todos que ajudaram durante todo o caminho e em especial ao presidente Marcelo Portugal Gouvêa, a quem serei grato pra sempre.

Hoje com certeza terá comemoração aqui na Turquia.

 
 

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