A escalação do São Paulo para o jogo frente ao Cruzeiro, no último domingo, deve ter causado espanto em muitos torcedores pelo número de modificações feitas por Muricy Ramalho em relação ao embate anterior. O comandante do clube não poderia contar com Richarlyson, suspenso, mas além do defensor, outros três jogadores antes titulares foram para o banco de suplentes. Hernanes, Jorge Wagner e Dagoberto deram lugar a Marlos, Junior Cesar e Borges (Renato Silva foi escalado no lugar do camisa 20). Mas ao contrário do que se possa imaginar, esses atletas não deixaram o campo porque não realizaram um bom trabalho, e cada alteração foi explicada pelo técnico são-paulino. “A gente tentou fazer algo diferente pra ganhar, tínhamos que fazer algo para ver como o Cruzeiro se portava, e tudo o que fizemos foram coisas boas. Precisávamos marcar o lado direito deles, porque é o mais forte. Como o Jorge Wagner ficou muito desgastado no último jogo, coloquei o Junior Cesar para dar o combate”, afirmou. No meio-campo, Muricy queria um jogador para abrir mais o jogo e atuar nas costas dos alas mineiros, e pra isso optou por Marlos no lugar de Hernanes. Como o camisa 10 não tem atuado tão bem como antes, o treinador viu um espaço para a estreia do mais novo jogador do clube, e afirma que não perdeu a confiança no melhor jogador do Brasil em 2008. “Precisava fazer uma modificação tática no meio-campo assim como fiz com o Jorge Wagner na lateral. Precisava melhorar a transição da defesa para o ataque e de alguém pra jogar nas costas dos laterais dos dois lados, e o Marlos fez isso bem. Em relação ao Hernanes, não desisto fácil do jogador, tenho certeza de que daqui a pouco ele volta a jogar bem porque ele tem a cabeça muito boa”, completou. Em relação à entrada de Borges, Muricy foi claro. “Eu analiso os números, e contra o Cruzeiro os dois zagueiros jogaram mais à vontade. Portanto, precisava de alguém que os prendesse mais, jogasse em cima dos dois. Por isso, tinha que escalar dois centroavantes. Quando os zagueiros começaram a sair mais, coloquei o Dagoberto, que tem velocidade, e aí saiu o terceiro gol.” Com o bom futebol apresentado pelo Tricolor no embate, a tendência é que a equipe vá para campo utilizando uma escalação parecida com a do último domingo para o próximo compromisso, contra o Avaí, “Esse time jogou bem, mas temos que fazer alguns ajustes. O próximo adversário joga parecido com o Cruzeiro, então vamos analisar a parte física de todos para saber o que fazer. Não vou poder repetir o mesmo time porque não terei o Miranda, mas o importante é que hoje nós mostramos que temos um time que pode manter a qualidade mesmo fazendo alterações”, finalizou.